Estrela da Globo recebeu mensagem enigmática: “Seu sofrimento vai acabar”
27/07/2022 às 19h46
Grande ator da televisão, do cinema e do teatro brasileiro, dono de personagens geralmente misteriosos e místicos, Carlos Augusto Strazzer morreu há 29 anos, em 19 de fevereiro de 1993.
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Nascido em São Caetano do Sul (SP) em 4 de agosto de 1946, iniciou sua carreira artística por acaso, nos anos 1960, no teatro. Tinha acabado de voltar de uma viagem internacional e viu um anúncio classificado oferecendo uma vaga para ator na peça Os Sinceros, de Idibal Piveta, que foi censurada antes de ser encenada.
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Na televisão, estreou em 1970, em As Pupilas do Senhor Reitor, da Record. Na mesma emissora, fez Os Deuses Estão Mortos (1971). Em 1972, ingressou na Tupi, em Vitória Bonelli.
Depois de viver dois anos em uma comunidade agrícola no interior de São Paulo, voltou ao vídeo e emendou papeis em Ovelha Negra (1975), O Julgamento (1976), Éramos Seis (1977), O Profeta (1977), quando se destacou como o protagonista Daniel, e O Direito de Nascer (1978).
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Em 1980, foi para a Globo, onde estreou em Coração Alado. Depois, esteve em tramas como Jogo da Vida (1981), Moinhos de Vento (1983), Champagne (1983), Livre para Voar (1984) e Mania de Querer (1986).
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Em seguida, teve dois de seus mais destacados papeis na televisão: Argemiro, em Mandala (1987), e Crespy Aubriet, de Que Rei Sou Eu? (1989). Seus últimos papeis na televisão vieram em duas minisséries: O Cometa (1989), da Band, e O Sorriso do Lagarto (1991), da Globo.
Vida pessoal
Bissexual assumido, Strazzer foi casado com Marina, com quem teve três filhos: Luciano, Fábio, que seguiu os passos do pai e se tornou diretor de novelas da Globo, e Ana.
Ele conviveu com a Aids por mais de 10 anos, embora tenha descoberto que tinha a doença apenas quatro anos antes da sua morte, após as gravações de Que Rei Sou Eu?, em 1989. O profissional foi uma das primeiras celebridades a assumir publicamente que convivia com o vírus, tornando o fato público em 1991.
Além da Aids, descobriu um câncer de pele, que estava tratando antes de partir. Quando morreu, aos 47 anos, estava pesando apenas 39 quilos.
De acordo com matéria do jornal O Globo de 20 de fevereiro de 1993, em setembro do ano anterior Strazzer recebeu uma mensagem de seus mentores espirituais avisando que o mês de janeiro seria difícil.
“Em fevereiro, ainda segundo seus mentores, seu sofrimento acabaria, fosse por milagre ou pela morte, mas só depois que seus filhos estivessem encaminhados na vida. Quarta-feira, seu filho Fábio passou no vestibular e, anteontem, sua filha Ana também passou”, destacou a reportagem.
Strazzer morreu em sua residência, em Petrópolis (RJ), enquanto dormia, vítima de complicações respiratórias em decorrência do vírus da Aids e também por conta do câncer.
Foi enterrado no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro (RJ), em cerimônia reservada.
“Ele queria uma coisa discreta. Tinha muita fé e está onde queria estar, em paz, sem sentir mais as dores, que nos últimos anos tempos eram muito fortes”, informou Maitê Proença, amiga do ator, ao jornal O Globo.