Tá no Ar: a TV na TV continua inteligente, afiado e atual
25/01/2018 às 2h00
O Tá no Ar: a TV na TV foi uma grata surpresa de 2014, revolucionando o humor nacional, sem exagero. Não demorou para se firmar como o melhor humorístico do país. Porém, o medo do desgaste era uma constante. Será que o programa resistiria a mais temporadas? Mas resistiu. E com louvor. Tanto que a quinta estreou nesta terça (23/01), logo após a décima oitava edição do Big Brother Brasil, expondo tudo o que o formato tem de melhor.
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A atração idealizada por Marcelo Adnet, Marcius Melhem e Maurício Farias segue recheado de tiradas geniais, mesclando humor e crítica na medida certa. Quadros vitoriosos como o ‘Jardim Urgente’, ‘Militante revoltado’ e a ‘Balada Vip’ continuam como peças fundamentais do humorístico, mas os esquetes rápidos, muitas vezes durando menos de um minuto, se mantêm como o grande diferencial do formato, que exige atenção do telespectador para não perder nenhuma piada.
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O esquema de “zapear canais” continua divertindo e agora adaptaram para o serviço de streaming, colocando telas parecidas com Globo Play ou Netflix na hora de selecionar determinado programa. Mas o deboche em torno da programação de todas as emissoras segue firme e forte, proporcionando momento hilários.
Vide Silvio Santos cantando ‘K.O.’, de Pabllo Vittar, logo na estreia, no já clássico ‘Silvio Greatest Songs’. Ou então a novela ‘Paixão Sem Marcas’, criticando o excesso de merchandising na teledramaturgia.
A participação de Mateus Solano foi outro atrativo desse início, protagonizando a série ‘Família Solano’, parodiando a conhecida The Sopranos. O índio gay Ubirajara Dominique criticando todos os quadros do Encontro com Fátima Bernardes também resultou em situações engraçadas, assim como a constante revolta do militante esquerdista contra a Globo e sua “manipulação das massas”, reproduzindo frases ditas amplamente por militantes do PT, PSOL e companhia.
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Vale destacar um dos melhores esquetes dessa estreia: o ‘Walking Back -Ressuscitando ideias que estavam enterradas’, parodiando a série The Walking Dead, expondo vários zumbis reacionários e intolerantes levantando cartazes em prol da criminalização do aborto, da censura às artes e do armamento da população, por exemplo. No final, os protagonistas da série dizem: “Não chegue perto, o discurso deles é contagioso. Se eles avançarem, todos nós teremos que andar para trás”. Uma crítica contundente à onda conservadora que vem se espalhando. Também merece menção um triste clipe de um músico cantando em meio a crianças, enquanto um tiroteio acontece – claramente inspirado no caso real de um professor que tocava violão para distrair os pequenos durante a guerra entre traficantes e policiais no Rio de Janeiro.
O elenco – composto pelos talentosos Marcelo Adnet, Marcius Melhem, Verônica Debom, Welder Rodrigues, Márcio Vito, Danton Mello, Georgiana Góes, Maurício Rizzo, Renata Gaspar, Luana Martau e Carol Portes – segue ótimo e agora conta com mais dois nomes: Eduardo Sterblitch e Luisa Arraes. Além, claro, de várias luxuosas participações especiais, como a de Mateus Solano na estreia.
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O Tá no Ar: a TV na TV dificilmente terá o posto de melhor humorístico da atualidade retirado tão cedo. Em pleno fôlego na quinta temporada, o programa segue divertindo, criticando e debochando de tudo e todos de forma irretocável, deixando sempre aquele gostinho de quero mais quando acaba. São 25 minutos que passam voando.