Orgulho e Paixão é apenas a quinta novela de Agatha Moreira. Porém, mesmo com poucos trabalhos em seu currículo, a atriz já virou uma das mais disputadas da Globo e faz por merecer tal honraria. Revelada em Malhação, na temporada de subtítulo “Intensa”, exibida em 2012, a intérprete vem emocionando e divertindo com sua doce Ema, sendo um dos trunfos do delicioso folhetim das seis.

A personagem é baseada no romance Emma, de Jane Austen, e na trama está presente com outros vários perfis de muitos livros da escritora inglesa. Afinal, a proposta do enredo é justamente essa: mesclar os conflitos e misturar alguns tipos de sucesso da autora. Embora não faça parte da família central do enredo (o clã Benedito), a menina que sempre se preocupou em casar as amigas, esquecendo-se da sua própria vida, acabou virando um dos destaques da história e muito por mérito da atriz.

Sua interpretação mais afetada condiz com o papel, representando uma espécie de patricinha ingênua de 1910. E Agatha consegue se destacar tanto no drama quanto na comédia. Isso porque a intérprete emociona com seus dilemas amorosos, principalmente agora que se viu dividida entre o amor que diz sentir pelo passivo Jorge (Murilo Rosa) e a paixão por Ernesto (Rodrigo Simas).

Já o relacionamento da ex-rica com o italiano desbocado rende momentos hilários e cheios de química com Rodrigo, repetindo a ótima parceira vista em Malhação Intensa, onde eram os irmãos Ju e Bruno. Essa relação de gato e rato inseriu a personagem na comicidade, evidenciando ainda mais o bom desempenho da atriz.

Vale elogiar também as boas cenas de Agatha com Nathalia Dill (Elisabeta), Pâmela Tomé (Jane), Priscila Marinho (Tenória), Ary Fontoura (Barão) e Marcelo Faria (Aurélio). Por sinal, uma das melhores sequências protagonizadas por ela foi justamente quando Ema descobriu que a família estava falida, enfrentando o pai e o avô omissos.

Mas quem acompanha a carreira da intérprete não se surpreende nem um pouco com seu talento. Basta lembrar seu trabalho até então mais recente: a odiosa Domitila, em Novo Mundo (2017), escrita por Alessandro Marson e Thereza Falcão. Seu desempenho arrancou justos elogios e a amante de Dom Pedro (Caio Castro) virou a grande vilã do enredo. Os embates entre a ardilosa mulher e Leopoldina (Letícia Colin) eram sempre empolgantes.

O melhor momento de Agatha, no entanto, foi em Verdades Secretas (2015). A problemática Giovana foi a personagem mais desafiadora de sua carreira até agora, proporcionando na época uma sucessão de cenas intensas e difíceis. Uma das mais marcantes, sem dúvida, foi a menina chegando para atender um cliente, sem imaginar que era seu pai (Alex – Rodrigo Lombardi). A patricinha que mergulhou na prostituição se viu humilhada e acabou bem mais revoltada no enredo de Walcyr Carrasco. É preciso destacar ainda os instantes de nudez ao longo da novela, exibindo coragem da atriz. Depois desse trabalho, virou uma das queridinhas dos novelistas da Globo. Um típico papel divisor de águas.

Até mesmo as duas novelas que não souberam aproveitar o talento de Agatha contaram com uma boa atuação da ex-modelo. Era quase uma figurante na fraca Em Família (2014), de Manoel Carlos, mas ainda assim chegou a protagonizar algumas cenas dramáticas com Ângela Vieira. Em Haja Coração se destacou logo no início com sua dúbia Camila, mas a personagem se perdeu ao longo do enredo com perdas de memória que caíram na repetição. Apesar dos problemas da trama, a intérprete convenceu na pele de um tipo nada crível e teve química com Jayme Matarazzo (Giovvanni).

Agatha Moreira ainda tem um longo caminho pela frente e sua carreira está apenas começando. Entretanto, sua atuação sempre rende elogios e seu ótimo desempenho em Orgulho e Paixão apenas comprova isso. A doce Ema vem sendo bem defendida pela atriz e a personagem já entrou para a seleção de grandes papéis da atriz.


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Sérgio Santos é apaixonado por TV e está sempre de olho nos detalhes. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor