Em 1981, estreava novela que fracassou e teve morte de ator durante as gravações

09/02/2021 às 16h02

Por: Thell de Castro
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Fora da Globo após o desastre com Os Gigantes, Lauro César Muniz foi contratado pela Band em 1981. Em 9 de fevereiro daquele ano, estreava na emissora a novela Rosa Baiana, que ficou marcada pela morte de um dos principais artistas de seu elenco.

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A trama se passava nos campos petrolíferos da Bahia e tinha o patrocínio da Petrobrás. A ideia inicial foi do diretor Walter Avancini, mas, com a história no ar, o público não se empolgou. A audiência foi muito baixa, já que a produção concorria com a fase final de Coração Alado e depois ainda encarou a estreia de Brilhante, ambas da Globo.

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Um dos astros do elenco era o ator paraibano Rafael de Carvalho, que estreou tardiamente na televisão, aos 55 anos, em 1973, em O Bem-Amado. No entanto, ele já tinha uma carreira consolidada no cinema.

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Ainda na Globo, Rafael teve papeis marcantes em Gabriela (1975) e Saramandaia (1976).

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Foi para a Band, onde esteve em Cavalo Amarelo (1980), e fechou sua carreira em Rosa Baiana, quando vivia Edmundo Lua Nova.

No entanto, o ator morreu em 3 de maio de 1981, aos 63 anos, em Salvador (BA), enquanto a novela estava sendo rodada.

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Homenagem

A partir daí, deu-se a discussão sobre o que fazer com o personagem. Muniz descartou matar Edmundo e muito menos substituir o ator.

A solução foi a seguinte: Edmundo abandonou sua família, simplesmente deixando a trama. Mas a Band tinha um trunfo: Rafael gravou uma cena, ainda não exibida, onde o personagem reencontraria sua família, vestido de palhaço, atuando no circo.

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Dessa forma, o momento inédito foi deixado estrategicamente para encerrar a novela, como forma de homenagem ao ator.

“Boa solução. Com total inspiração, Lauro Cesar Muniz não fez morrer o personagem Edmundo, de sua Rosa Baiana, mesmo tendo falecido o ator que o interpretava, o bravo Rafael de Carvalho. O ex-cangaceiro, na história, se uniu a um circo indo com ele para qualquer lugar do Brasil. Homenagem bonita à eterna disponibilidade do ator em lutar e divulgar o folclore e arte pobre de nosso país em qualquer lugar que chegasse”, escreveu Maria Helena Dutra no Jornal do Brasil de 24 de maio de 1981.

Sem deixar saudades, Rosa Baiana terminou em 31 de julho de 1981, com 141 capítulos. No entanto, ficou marcada pela sensibilidade na despedida desse grande nome da cultura nacional.

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