Coletiva de Sob Pressão aborda vários temas importantes da segunda temporada
09/10/2018 às 10h00
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A segunda temporada de Sob Pressão estreia na próxima terça, dia 9 de outubro. E, para promover o lançamento da continuação da melhor série da Globo de 2017, a emissora reuniu elenco e direção no Cine Odeon, na Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro. Ainda houve uma bela parceria com o Hemorio para a doação de sangue – Marjorie Estiano, Júlio Andrade, Fernanda Torres e Humberto Carrão doaram pouco antes da coletiva de imprensa, em um ônibus estacionado no local para a coleta.
Eu fui convidado para o evento e praticamente todo o elenco estava presente, assim como o diretor Andrucha Wadington e Lucas Paraizo, roteirista que virou o redator final da série, após bem-sucedidos trabalhos em A Teia (2014), O Caçador (2014), O Rebu (2015) e Justiça (2016). Como o primeiro episódio ficou disponível na Globo Play um dia antes, Andrucha decidiu exibir para a imprensa o quarto episódio, que representa a virada da temporada. E esse episódio foi muito bem escolhido por várias razões.
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A trama fala com propriedade de transfobia e a história de Anderson, um rapaz que se enxerga como mulher, emociona. Ele acaba no Hospital Luis Carlos Macedo por causa de uma infecção generalizada provocada pelo implante de silicone industrial.
O curioso é que Andrucha e Lucas garantiram que o episódio foi gravado muito antes do caso de imensa repercussão do famigerado Doutor Bumbum, preso pela morte de uma paciente que não resistiu ao “procedimento” ilegal em suas nádegas. Julio Andrade ironizou a respeito dos constantes “spoilers” que os telejornais dão involuntariamente sobre a série. Afinal, a vida imita a arte.
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O enredo da quarta semana também traz de volta o drama de Carolina (Marjorie Estiano), que se choca ao ver o pai abusador (vivido pelo ótimo Luis Melo) livre da prisão. O desfecho dessa situação é angustiante e provoca um impacto bem forte. Há ainda a entrada de Renata (Fernanda Torres em um papel dramático, após uma sucessão de tipos cômicos na televisão), que chega para ajudar na gestão do hospital de Cascadura e acaba ficando no lugar de Samuel (Stepan Nercessian) por meio de uma falcatrua de um político que pretende se reeleger – o sujeito só aceita aumentar a verba se Renata for a nova diretora do Luis Carlos Macedo.
A corrupção, inclusive, será a protagonista dessa nova temporada, ainda que já tenha sido bem abordada na primeira. Fernanda Torres fez boas observações sobre sua personagem. Segundo a atriz, Renata não será uma vilã. A diretora chegará para realmente salvar o hospital de um colapso financeiro, mas será um elemento importante em cima da conhecida troca de favores. Ela não terá escrúpulos em negociar equipamentos e maiores salários com seus superiores. Todavia, suas atitudes resultarão em melhorias para todos. Ou seja, a sua corrupção terá, digamos, um “lado bom”. Fernanda acredita que o contexto despertará boas discussões. Junto com Renata, aliás, chegará o médico Henrique (Humberto Carrão), ortopedista arrogante que não se conformará com as condições deploráveis de trabalho e se envolverá no esquema de corrupção. A enfermeira Keiko (Julia Shimura) é mais uma nova integrante do hospital.
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O restante do elenco segue o mesmo – Pablo Sanábio (residente Charles), Orã Figueiredo (anestesista Amir), Tatsu Carvalho (neurocirurgião Rafael), Josie Antello (recepcionista Rosa) e Helóisa Jorge (enfermeira Jaqueline). Apenas Stepan sairá da série por conta de um acerto com a Band, feito ano passado, a respeito de um programa comandado por ele. Porém, até hoje nada saiu do papel e ao que tudo indica o grande ator fez um mau negócio.
Julio Andrade e Majorie Estiano continuam protagonizando brilhantemente a série e agora Evandro e Carolina já começam a nova fase casados, enfrentando os problemas juntos. Na primeira fase, o romance nascia e se fortalecia. Na segunda, o laço se firma de vez. E o casal não terá paz, obviamente. Tanto que a lua de mel é no hospital, cuidando das emergências que surgem a cada instante. O redator classifica os personagens como um casal de heróis cada vez mais unidos.
Lucas e Andrucha também fizeram questão de contar sobre a esquematização dos episódios. Eles não tiveram receio de contar que aprenderam fazendo. Isso porque o início da série foi um tiro no escuro. Ninguém sabia se faria sucesso um seriado baseado em um filme, por sua vez baseado no livro Sob Pressão – A Rotina de Guerra de um Médico Brasileiro, escrito por Márcio Maranhão. Mas fez. E muito. Então, a equipe foi se adaptando até conseguir elaborar um a dois enredos de início, meio e fim, protagonizados por pacientes que chegam sempre em estado crítico ao hospital, ao mesmo tempo que desenvolve o drama dos protagonistas e alguns conflitos breves dos médicos coadjuvantes. No quarto episódio, por exemplo, o telespectador descobre que Décio (Bruno Garcia), o clínico-geral, é gay.
O maior número de cenas externas também é uma das características da nova temporada. Em um dos episódios, Evandro precisa usar um guincho para retirar um paciente com obesidade mórbida, enquanto em outro Carolina se vê diante de uma tragédia quando o ônibus em que viaja cai de um viaduto. Ou seja, houve um maior investimento em virtude do extremo sucesso da saga do ano passado. Sorte do público. Vale citar ainda as importantes campanhas sociais presentes em todos os episódios, sempre com um aviso de impacto no final de cada história e um número de telefone para maiores informações.
Agradeço o convite da Globo para a coletiva de Sob Pressão e a segunda temporada da série da Globo, coproduzida com a Conspiração Filmes, promete uma nova leva de dramas envolventes e muito bem interpretados por um elenco repleto de talentos.