10 motivos para ver (ou rever) Malhação Sonhos, que está de volta na Globo

25/01/2021 às 0h20

Por: Sergio Santos
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No dia 14 de julho de 2014, estreava “Malhação Sonhos”, substituindo a fracassada “Malhação Casa Cheia”, iniciada em 2013. A partir de então, o público começou a acompanhar uma trama adolescente repleta de tipos críveis, que precisavam enfrentar muitos dilemas e, apesar das inúmeras diferenças de personalidade, tinham algo em comum: todos sonhavam. O sonho era o que movia todos os personagens, sem exceção.

Pois esta saga, que durou mais de um ano e envolveu o telespectador, estará de volta na tela da Globo a partir desta segunda (25).

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Listo abaixo 10 motivos para você ver ou rever a trama:

1 – História ágil e que prende o telespectador

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Escrita por Rosane Svartman e Paulo Halm, com direção de Luiz Henrique Rios e Marcus Figueiredo, a história prendeu a atenção desde o primeiro capítulo. Apesar de ser um seriado adolescente, a temporada foi voltada para todas as idades, uma vez que abordou diversos assuntos com propriedade, sem subestimar o público.

O sucesso alcançado fez jus ao conteúdo de qualidade que foi apresentado. Não ficou devendo a nenhuma ótima novela, cujos gastos de produção são bem maiores. E esta foi praticamente a mesma equipe responsável pela “Malhação Intensa”, exibida em 2012/2013, que também conseguiu conquistar o telespectador através de um enredo bem escrito.

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A saga de vários jovens que buscavam seus sonhos foi muito bem desenvolvida pelos autores, que conseguiram manter o ritmo da história, evitando maiores enrolações ou estagnação do roteiro. O esquema de rodízio em torno dos casais e dos dramas de cada núcleo foi uma das principais razões para o êxito na condução da história.

Enquanto uma trama ficava em evidência, repleta de reviravoltas, as demais serviam para ‘sustentá-la’, deixando um pouco os outros conflitos em compasso de espera. Assim, o enredo ia se encaminhando sem qualquer sinal de desgaste e muito menos com a sensação de ‘barriga’ ou repetição.

E todas as tramas tiveram seu momento de destaque. A história mesclou com extrema competência a comédia e o drama, havendo ainda muitos musicais, que ajudaram a permear toda a temporada com clipes lindos.

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2 – Pares românticos funcionaram

Outro grande acerto foi a criação dos casais: todos os pares românticos funcionaram e apresentaram conflitos que envolveram o telespectador.

Tanto os principais —- compostos por Duca (Arthur Aguiar) e Bianca (Bruna Hamu), Pedro (Rafael Vitti) e Karina (Isabella Santoni), Cobra (Felipe Simas) e Jade (Anaju Dorigon) —-, quanto os coadjuvantes —- compostos por Mari (Malu Campos) e Jeff (Cadu Libonati), Dandara (Emanuelle Araújo) e Gael (Eriberto Leão), Sol (Jeniffer Nascimento) e Wallace (Antônio Carlos), entre outros.

3 – Contraponto entre artes e lutas

Colocar como pano de fundo uma Academia de Artes (a Ribalta) e uma de Lutas (a do Gael, que ainda rivalizava com a Khan), fazendo uma espécie de comparação entre dois universos completamente distintos, ao mesmo tempo que semelhantes em alguns aspectos, foi mais uma sacada de mestre.

Os ambientes complementaram perfeitamente toda a história que foi sendo contada ao longo dos meses. E os relacionamentos estabelecidos, entre os frequentadores destes distintos locais, ajudou bastante nas interações, que muitas vezes resultavam em inúmeros conflitos.

Afinal, Duca e Wallace, por exemplo, se apaixonaram por uma atriz e uma cantora, respectivamente, enquanto o guitarrista Pedro se viu envolvido com uma lutadora nada calma. Já o lutador Cobra se envolveu com a dançarina Jade, entre tantas outras relações peculiares. E houve também espaço para semelhante se atrair por semelhante, vide o dançarino Jeff e a cantora Mari.

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4 – Vilões bem construídos

A história contou ainda com bem construídos vilões, que ajudaram a movimentar o enredo e não ficaram devendo em nada aos ‘malvados’ de horários mais tardios. Apesar das limitações da Classificação Indicativa, Lobão (Marcelo Faria) e Heideguer (Odilon Wagner) esbanjaram canalhice e crueldade, fazendo de tudo para atingir seus objetivos.

O empresário era um poço de ambição e ganhava dinheiro fraudando torneios de muay thai, enquanto o treinador servia como seu capacho e aliado nos esquemas de apostas. Porém, o psicopata dono da Academia Khan tinha uma fixação por Gael —- ele nunca perdoou o ex-amigo depois que o mesmo abandonou as lutas para ficar com a esposa —- e este seu lado passional provocava uma constante rixa com o ricaço. A tensão desta relação de interesses era um ingrediente a mais nas vilanias da dupla.

5 – Abordagem de temas relevantes

Vários temas importantes foram abordados e funcionaram muito bem na condução da trama. A gravidez na adolescência foi explorada através do drama de Mari; a homofobia pôde ser vista na relação entre o pai Lincoln (Edmilson Barros) e o filho Jeff; o câncer de mama foi tratado com grande sensibilidade com a luta de Lucrécia (Helena Fernandes) pela cura da doença —- houve até uma cena marcante da personagem fazendo um autoexame, que gerou repercussão —-; o machismo foi exposto em virtude das atitudes de Duca e Gael em relação ao desejo de Bianca ser atriz e no de Karina em ser lutadora; e o racismo se evidenciou assim que Sol e Wallace melhoraram de vida.

Estas foram as principais questões exploradas, entre outras também citadas ao longo dos meses, que complementaram bem o roteiro e tiveram função no enredo, evitando uma ‘panfletagem gratuita’ que em nada acrescenta ao conteúdo ficcional.

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6 – Situações tensas e dramáticas

Já as atrativas viradas se mostraram vitais para o fôlego da temporada. Muitas situações tensas e dramáticas marcaram a história, quase sempre provocando uma empolgante reviravolta. O assassinato de Alan (Diego Amaral), irmão de Duca, foi uma delas. Atropelado por Lobão, o rapaz, que estava prestes a desmascarar o esquema de apostas dos vilões, não resistiu aos ferimentos e sua morte foi um choque para os personagens, destacando o talento dos atores, entre eles Arthur Aguiar e Iná de Carvalho (Dona Dalva).

A revelação do suborno de Bianca — que pagou Pedro para namorar sua irmã — foi a mais forte, uma vez que culminou na armação de Lobão, que fingiu ser o verdadeiro pai da menina. E tudo só veio à tona depois que Bianca sofreu uma tentativa de sequestro, sendo salva por Duca. Inúmeras cenas dramáticas marcaram esta fase, destacando principalmente Isabella Santoni, Eriberto Leão, Anaju Dorigon e Bruna Hamu.

Além destas, outras viradas empolgantes movimentaram a história, como: o início do Warriors — marcando a nova vida de Karina ao lado de Lobão —; luta entre Nat (Maria Joana) e Lobão — que culminou no desaparecimento da personagem, quase morta pelo vilão —; o sequestro de Karina — a garota ficou mantida em cárcere privado no apartamento do ‘falso pai’ —; a ameaça de Heideguer aos familiares de Cobra no meio do Warriors; a internação de Dona Dalva; o esperado embate final entre Duca e Cobra no torneio — cuja vitória foi do mocinho —; a luta demonstrativa entre Lobão e Gael — onde o canalha dopou o adversário e tentou matá-lo —; o salvamento de Karina; a fuga de Cobra e Jade — que ficaram perdidos em um lugar distante —; a revelação de que Cobra é filho de Gael; o ataque do psicopata Haroldo (Álamo Facó); a prisão de Heideguer — entregue pelo próprio filho, Henrique (Michel Joelsas) —; a volta de Nat — encontrada por Luiz (Maurício Pitanga) em uma clínica psiquiátrica —; a quase morte de Cobra; a fuga de Nat da clínica; o plano de Lobão para separar Duca e Bianca — provocando ainda um rompimento do lutador com Gael —; entre tantas outras.

7 – Química perfeita nos romances

Os romances também foram os responsáveis por muitos bons momentos, gerando grandes torcidas do público. A química esteve presente em todos os pares. Pedro e Karina divertiam com o clima do primeiro amor e as constantes brigas do menino medroso com a garota estressada eram hilárias.

A relação de Duca e Bianca era a representação do Gael com sua falecida esposa — o lutador que não aceita a profissão da atriz — e os dois precisaram enfrentar uma avalanche de problemas, onde uma gota no oceano ou simples grão de areia mudava tudo, até o final feliz. Cobra e Jade tinham um relacionamento quente e repleto de ironias, que culminou em um lindo casamento. Mari e Jeff eram o retrato da cumplicidade e do afeto, enquanto Sol e Wallace se sobressaíam através da arrogância da cantora, que mandava na relação.

João tinha uma paixão por Bianca e a venerava, mas, depois de muito insistir e não ser correspondido, encontrou o amor nos braços de Vicki, menina tão debochada quanto ele. Lírio (Paulo Dalagnoli) e Ruiva (Ana Rios), Dandara e Gael, Delma (Patrícia França) e Renê (Mário Frias); Lincoln e Rute (Josie Antello) também se destacaram.

E além de João com Bianca, aliás, alguns outros pares foram formados, como Duca e Nat, Lírio e Joaquina, Henrique e Bianca, Wallace e Ruiva, entre tantas outras ‘combinações’. Teve par para todos os gostos.

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8 – Elenco bem escalado

O elenco foi repleto de gratas revelações e escalações acertadas. Arthur Aguiar, Bruna Hamu, Rafael Vitti, Isabella Santoni, Felipe Simas e Anaju Dorigon brilharam, honrando a importância dos seus personagens, uma vez que todos moviam a história.

Guilherme Hamacek foi ganhando cada vez mais destaque em virtude do seu bom desempenho e Jeniffer Nascimento se sobressaiu através do seu inquestionável talento vocal. Malu Campos foi outra cantora que se mostrou uma boa atriz e emocionou cada vez que soltou sua voz. Já Yasmin Gomlesvsky se entregou na pele da doida Joaquina, que de maluca não tinha nada, e ganhou um justo destaque na reta final.

Maria Joana engrandeceu o elenco com sua presença e Nat foi o seu melhor papel até então (ela também esteve em “Araguaia” e “Flor do Caribe”).

Outros bons nomes foram Jean Amorim (Marcão), Bruno Fraga (Zé), Ana Rios (Ruiva), Paulo Dalagnoli (Lírio), Lellêzinha (Guta), Jéssica Lobo (Fabi), Dani Dillan (Paula), Gabriel Reif (Rominho), Bianca Vedovato (Tomtom), Ramon Francisco (Rico), Caio Lucas Leão (Luiz Cláudio), Cadu Libonati (Jeff), Antônio Carlos (Wallace), Manu Gavassi (Vicki) e Maurício Pitanga (Luiz), que teve sua importância aumentada nos últimos meses.

9 – Atores experientes fizeram a diferença

Mas os atores mais experientes também fizeram a diferença na temporada. Iná de Carvalho deu um verdadeiro show vivendo a descolada Dona Dalva; Eriberto Leão viveu seu melhor momento na carreira interpretando Gael; Marcelo Faria se destacou na pele do diabólico Lobão; Patrícia França convenceu com sua responsável Delma; Emanuelle Araújo brilhou atuando e cantando com sua doce Dandara; Felipe Camargo se saiu muito bem vivendo o atrapalhado Marcelo; Danielle Suzuki exibiu sua sensualidade através da solitária Roberta; Leo Jaime novamente divertiu revivendo o Nando da “Malhação Intensa”; Mário Frias fez um cativante Renê; e foi um imenso prazer ver Odilon Wagner interpretando um personagem que fez jus ao seu talento.

O Heideguer foi um vilão odiável e muito bem escrito. Já Helena Fernandes e Guilherme Piva esbanjaram sintonia, protagonizando inúmeras cenas ótimas através do inusitado ‘casal’ Lucrécia e Edgar.

Ainda é preciso citar o talentoso Edmilson Barros, que divertiu com o arretado Lincoln (o bordão “Mas meniiiiino” era impagável), Josie Antello, Edvana Carvalho (Bete) e Ademir de Souza (que participou durante alguns meses vivendo o canalha Simplício).

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10 – Trilha sonora bem selecionada

A trilha sonora (nacional e internacional) foi outro ponto que complementou este harmônico conjunto. Foram várias músicas bem selecionadas e que ajudaram a contar a história, entre elas: “Agora só falta você” (Pitty), tocada na abertura; “Uma Gota no oceano” (NXZero), tema de ‘Duanca’; “Tudo que você quiser” (Luan Santana), tema de ‘Majeff’; “Quase sem querer” (Maria Gadú), tema de ‘Perina’; ‘Beside You’ (Simply Red), tema de Karina e Cobra; “I told you so” (Kathryn Dean —- que fez uma ótima participação na última semana), tema de ‘Cobrade’; “Your Window Pain” (Kirsch & Bass), tema de Karina; “Love me again” (John Newman); “Ela me deixou” (Skank); “Meu novo mundo” (Charlie Brown Jr.); “Shake the room” (Gamu); “Summer” (Calvin Harris); “BOP” (Raimundos); entre tantas outras. Foi um presente para os ouvidos.

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