Dispensado pelo SBT, Carlos Nascimento ainda tem muito espaço na TV brasileira
18/12/2020 às 0h29
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Nesta semana, o SBT decidiu que não irá renovar o contrato do jornalista Carlos Nascimento, afastado do vídeo desde março, quando a pandemia da Covid-19 começou no Brasil.
Nascimento tem uma trajetória de muito sucesso no jornalismo. Na década de 1960, iniciou sua carreira na Rádio Cultura, de Dois Córregos (SP), sua cidade natal. Ao se mudar para a capital paulista, estudou na Faculdade Cásper Líbero e logo começou a trabalhar na Rede Globo, emissora onde teve grande trajetória, sendo repórter do Bom dia São Paulo e o primeiro apresentador do Globo Rural, em 1980.
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Fez coberturas importantes ao longo de sua jornada, sendo seu primeiro destaque foi na rebelião no presídio de Jacareí, em 1981. Ele ficou no meio do tiroteio narrando todos os fatos, em imagens que correram o país e até hoje são lembradas em especiais sobre a história do jornalismo na TV.
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Nascimento também foi a testemunha ocular da morte de Tancredo Neves, em 1985. Quando o presidente recém-eleito foi internado no Hospital do Coração, em São Paulo, o jornalista ficou na porta do local até o dia em que Tancredo faleceu. Depois, comandou a transmissão do sepultamento em São João del Rei (MG).
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Em 1988, o repórter saiu da Globo e foi para TV Cultura apresentar o Jornal da Cultura. Ficou apenas um ano e logo se mudou para a Rede Record, em 1989. Nas duas, atuou como âncora.
Voltou para a Globo em 1990 e foi o responsável pela revitalização do jornalismo da emissora na capital paulista comandando o SP Já, atração que ocupou os horários do SPTV e do Jornal Hoje, mesclando noticiário local com nacional. Ele apresentava o telejornal inspirado nos âncoras americanos, com bastante interação e agilidade.
Também era um dos apresentadores do rodízio do Jornal Nacional e, inclusive, foi cotado para ficar no lugar de Cid Moreira. Porém, William Bonner ganhou a vaga e Nascimento foi transferido para o Jornal Hoje. Foi nessa bancada que ele narrou, por mais de cinco horas, os ataques terroristas de 11 de setembro.
Em 2004, foi para a Band, onde comandou o Jornal da Band, tornando-se âncora ao lado de Joelmir Beting e Ricardo Boechat. Por lá, também conduziu a cobertura da Olimpíada de Atenas, no mesmo ano.
Ficou na emissora do Morumbi por dois anos e, em 2006, foi integrado ao time do SBT, juntando-se a Ana Paula Padrão para trazer mais credibilidade à emissora de Silvio Santos.
Apresentou o Jornal do SBT e o SBT São Paulo, tentativa da emissora em fazer noticiário local, que não deu certo. Além do jornalismo, Nascimento experimentou o gosto de ser apresentador de auditório, comandando O Maior Brasileiro de Todos os Tempos, em 2012.
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Em 2013, saiu de licença para tratar um câncer colorretal, voltando em 2014, no Troféu Imprensa, momento no qual agradeceu publicamente Silvio Santos por manter seu contrato mesmo afastado da TV.
Esse histórico é uma amostra da importância do Carlos Nascimento na TV e também serve para mostrar a necessidade de termos a sua presença no vídeo, já que trata-se de uma figura com credibilidade e experiência.
Seja qual for o noticiário, nacional ou local, TV aberta ou fechada, a figura de Nascimento atrairá o público que sempre o acompanhou.
O SBT, que vem enfrentando uma forte crise, está abrindo mão de peças importantes para o seu jornalismo. É triste ver essa área sendo prejudicada, principalmente agora, em um momento tão delicado que vivemos, no qual a informação é a principal arma contra as fake news.
Que Carlos Nascimento tenha sucesso em futuras jornadas e que o SBT aprenda a valorizar o jornalismo de uma vez por todas – chances não faltaram.