Entre sucessos e fiascos, 10 novelas que a Globo quase jogou no lixo
16/12/2021 às 15h30
Em sua história, a Globo registrou dificuldades para colocar algumas novelas no ar, seja por questões técnicas, problemas internos ou ação da Censura. Mesmo assim, algumas dessas produções acabaram fazendo muito sucesso.
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Confira na lista:
A Cabana do Pai Tomás (1969)
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Duas semanas antes da estreia da novela de Hedy Maia, a Globo sofreu um grave incêndio em sua sede em São Paulo, onde a trama estava sendo gravada.
O jeito foi apertar ainda mais os estúdios do Rio e levar a produção para lá. Além disso, o incêndio destruiu os 20 primeiros capítulos da novela, que já estavam gravados.
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O Homem que Deve Morrer (1971)
A novela de Janete Clair teve problemas com a Censura do regime militar antes da estreia. Ciro Valdez (Tarcísio Meira) seria uma espécie de alegoria da vida de Cristo em sua passagem pela Terra.
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O tema foi vetado e os 10 primeiros capítulos foram proibidos, tendo que ser escritos novamente pela autora.
Fogo Sobre Terra (1974)
A novela de Janete Clair deveria ter sido produzida um ano antes, com o título de Cidade Vazia. Mas a Censura vetou a história, que retratava a relação entre o homem do campo e o progresso.
Com alterações no enredo, a nova tentativa passou e foi dado andamento na produção, que teve boa audiência.
Roque Santeiro (1975/1985)
Talvez a maior das dificuldades já vividas pela Globo. Com vários capítulos já gravados, Roque Santeiro foi proibida pela Censura em pleno dia da estreia.
Após a leitura de editorial no Jornal Nacional, a emissora improvisou a reprise de Selva de Pedra enquanto preparava Pecado Capital.
Roque Santeiro só conseguiu ser produzida 10 anos depois, em 1985, e acabou se tornando um dos maiores êxitos da história da teledramaturgia nacional.
O Homem Proibido (1982)
A Censura implicou com a história de O Homem Proibido simplesmente porque ela era baseada no romance homônimo de Nelson Rodrigues. Mas a novela de Teixeira Filho não tinha nada demais.
Mesmo assim, o primeiro capítulo não foi exibido no dia marcado, obrigando a Globo a exibir uma reprise de um especial de Roberto Carlos na faixa das seis. Somente no dia seguinte que a trama foi liberada para estrear.
Direito de Amar (1987)
A novela de Walther Negrão ficou seriamente ameaçada por conta da greve promovida pelo Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões do Rio de Janeiro, que reivindicava um limite máximo de seis horas de trabalho para seus filiados.
A Globo foi obrigada a suspender a produção da faixa das seis por três meses e reprisou Locomotivas enquanto contornava a situação. Resolvido o problema, a trama estreou e fez sucesso.
Mandala (1988)
Polêmica novela de Dias Gomes, antes mesmo de estrear Mandala teve vários problemas com a Censura, que ainda existia mesmo após a redemocratização.
A sinopse, que previa incesto (romance entre mãe e filho, inspirado em Édipo Rei), uso de drogas e bissexualidade, chegou a ser vetada.
A Globo só conseguiu produzir a trama após se comprometer a fazer modificações no original, mas os contratempos continuaram durante toda a produção da obra.
O Rei do Gado (1996)
Grande sucesso da Globo, O Rei do Gado deveria ter estreado após Explode Coração, mas houve um atraso em sua produção.
Como Glória Perez não conseguia espichar sua novela, por conta do julgamento dos acusados de assassinato de sua filha, Daniella Perez, a emissora teve que colocar O Fim do Mundo, que seria minissérie, como uma mininovela de apenas 35 capítulos.
A Lei do Amor (2016)
Em 2002, Maria Adelaide Amaral já havia tentado fazer uma novela com trama política, A Dança da Vida, que acabou sendo engavetada.
Em março de 2016, ela estrearia junto com Vincent Villari no horário das nove com A Lei do Amor. Mas a Globo teve necessidade de fazer adaptações e realocar as ambientações da faixa e acabou passando Velho Chico na frente.
Dessa forma, A Lei do Amor estreou somente em outubro de 2016. As duas tramas não foram bem na audiência.
O Sétimo Guardião (2018)
A novela teve muitos problemas nos bastidores, que quase fizeram a Globo desistir de sua produção. A sinopse foi desenvolvida coletivamente em oficina ministrada por Aguinaldo Silva.
Os ex-alunos, liderados pelo roteirista Silvio Cerceau, entraram na Justiça reivindicando a coautoria da obra.
O caso foi parar na Justiça e a emissora acabou creditando os 26 roteiristas criadores da sinopse. Todo esse esforço foi em vão, visto que a produção não foi bem no Ibope.