Ficaram sem final: quatro novelas que foram tiradas do ar abruptamente

Entre as centenas de novelas já produzidas pela televisão brasileira, figuram muitos sucessos que se tornaram clássicos. No entanto, algumas tramas ficaram marcadas negativamente por nunca terem terminado.

Os motivos são os mais variados: morte do protagonista, prejuízos milionários e falência do canal.

Confira quatro exemplos abaixo:

Brida

Após sucessos como Pantanal, Ana Raio e Zé Trovão e Xica da Silva, a Manchete apostou todas as suas fichas em Brida, baseada no best-seller de Paulo Coelho.

Só que a escolha custou muito caro para o canal. A novela, que teve até cenas gravadas na Irlanda, mal chegava a dois pontos de audiência e se deu mal com uma proposta ousada feita aos anunciantes, que só pagariam se o resultado fosse superior a 10 pontos.

Sem saída, Brida foi retirada abruptamente do ar no dia 23 de outubro de 1998, com o locutor oficial da emissora narrando como seria o final dos personagens.

Foram exibidos apenas 54 capítulos e alguns artistas, como a protagonista Carolina Kasting, demoraram duas décadas para receber o que tinham direito pela atuação.

Renúncia

No início dos anos 1980, a Band fez investimentos para tentar crescer ocupando o vácuo da falência da Tupi.

Contudo, quase tudo que foi feito, incluindo a contratação de Walter Clark, que revolucionou a Globo junto com Boni, deu errado.

Uma dessas tentativas foi a novela Renúncia, adaptação do livro homônimo do médium Chico Xavier.

Mesmo contando com muitos nomes conhecidos no elenco, como Fúlvio Stefanini, Berta Zemel, Geórgia Gomide, Laura Cardoso e Elias Gleizer, a produção praticamente não teve audiência.

Após tomar um prejuízo milionário, a novela foi tirada do ar com apenas 12 capítulos exibidos. A emissora aproveitou a chegada do horário eleitoral gratuito e ninguém percebeu.

Como Salvar Meu Casamento

Escrita por Edy Lima, Ney Marcondes e Carlos Lombardi, Como Salvar Meu Casamento pode ser considerado, dentro do que é possível, como o último sucesso exibido pela Tupi.

Estrelada por Nicette Bruno e Adriano Reys, a trama foi tirada do ar no dia 13 de fevereiro de 1980, sem qualquer aviso prévio, quando faltavam apenas 20 capítulos para ser finalizada.

A emissora vivia seus últimos dias e, sem dinheiro para dar continuidade à produção, demitiu todo o elenco e fechou o departamento de teledramaturgia, encerrando também a novela Drácula, que tinha acabado de estrear.

O Conde Zebra

Último trabalho do humorista Otelo Zeloni, que se consagrou na Família Trapo, essa novela da Tupi foi tirada do ar abruptamente em 28 de dezembro de 1973, apenas um mês e meio após ter estreado.

Na manhã do dia seguinte, Zeloni morria, aos 52 anos, pouco tempo após ter descoberto um tumor cerebral.

Como ele vivia o protagonista da trama, Vitório Testada, o jeito foi tirar a novela do ar, exibir uma reprise e agilizar a produção seguinte, o Machão, espécie de primeira versão de O Cravo e a Rosa.

A trama estreou em fevereiro de 1974 e acabou fazendo muito sucesso.