DEU RUIM

Nada feito: reprise de novela de 18 anos atrás foi proibida pela Justiça

04/11/2024 às 11h42

Por: André Santana
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Mariana Ximenes em Cobras e Lagartos

Um dos maiores sucessos da faixa das sete da Globo na década de 2000, Cobras e Lagartos não escapou de polêmicas em sua exibição original. A novela, atualmente reprisada no Viva, chegou a enfrentar problemas na Justiça.

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O Ministério Público Federal notificou a emissora por conta da exibição de “conteúdo impróprio”. Por conta disso, a Globo chegou a ter uma reprise da novela vetada anos depois.

Além disso, a novela despertou a fúria dos habitantes de Montes Claros, cidade de Minas Gerais, ao mostrar o local como um lugar pobre e atrasado.

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Classificação indicativa

Lázaro Ramos como Foguinho em Cobras & Lagartos
Lázaro Ramos como Foguinho em Cobras & Lagartos

Em 2006, ano em que Cobras e Lagartos foi ao ar pela primeira vez, a classificação indicativa era vinculada a horários. Por conta disso, as emissoras só podiam exibir produções com classificação acima de 12 anos depois das 20 horas.

Por isso, a novela de João Emanuel Carneiro deu certa dor de cabeça à Globo. De acordo com a Folha de S. Paulo, em 17 de novembro de 2006, o Ministério Público Federal moveu ação civil pública contra a emissora alegando “dano moral coletivo” e pedindo uma indenização de R$ 6,8 milhões.

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De acordo com a publicação, cenas de briga entre Ellen (Taís Araújo) e Leona (Carolina Dieckmann), ou do assassinato de Estevão (Henri Castelli) iam contra as determinações de uma produção de “classificação livre”. De acordo com o MP, a Globo teria recebido duas advertências por causa de “conteúdo impróprio” e teria aceitado fazer mudanças, mas não cumpriu.

Na época, o Ministério da Justiça classificou Cobras e Lagartos com classificação 12 anos, ou seja, a trama só poderia ir ao ar às 20h. Porém, a determinação aconteceu somente depois do último capítulo da novela, o que não afetou sua exibição. A Globo também se livrou da indenização.

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Reprise vetada

Carolina Dieckmann em Cobras e Lagartos
Carolina Dieckmann em Cobras e Lagartos

No entanto, o canal teve problemas anos depois por conta de tal determinação. Isso porque, em abril de 2014, a emissora planejou uma reprise de Cobras e Lagartos no Vale a Pena Ver de Novo e mandou uma versão editada para a avaliação do Ministério da Justiça, pedindo a classificação 10 anos – que a liberaria para qualquer horário.

Porém, o MJ vetou a reprise vespertina, considerando que a trama continha “conteúdos de insinuação e apelo sexual, lesão corporal, exposição ao perigo e a situações constrangedoras, menção a drogas ilícitas e preconceito”.

Depois disso, a Globo fez uma nova edição e conseguiu a liberação da reprise, que entrou no ar em julho de 2014.

Polêmica com Montes Claros

Daniel de Oliveira em Cobras e Lagartos
Daniel de Oliveira em Cobras e Lagartos

Outra dor de cabeça provocada por Cobras e Lagartos foi ter despertado a fúria de moradores da cidade de Montes Claros, no interior de Minas Gerais. Na trama, o mocinho Duda (Daniel de Oliveira) passa uma temporada perdido numa cidadezinha precária e, ao conseguir ligar para casa, revela que está em Montes Claros.

A cena provocou uma reação negativa de moradores da cidade. Em artigo publicado no Observatório da Imprensa, em 14 de novembro de 2006, o jornalista Luís Alberto Caldeira registrou o seu protesto.

“Que sirva de informação aos empregados da TV Globo do Rio de Janeiro que a nossa ‘Princesa do Norte’ possui atualmente quase 350 mil habitantes, é a quinta maior cidade de Minas Gerais e o segundo entroncamento rodoviário do Brasil. Tem uma economia diversificada, um comércio vibrante, inúmeras instituições de ensino fundamental, médio, técnico e superior, modernos hospitais e equipe médica capacitada, e que cresce de forma acelerada assumindo a liderança no processo de desenvolvimento regional”, disse.

Na época, a prefeitura de Montes Claros enviou carta à Globo pedindo uma reparação à emissora, segundo a Folha de S. Paulo. Porém, não há registros de que o canal tenha atendido à solicitação.

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