A falta de identidade é um problema muito sério na televisão brasileira e Luciano Huck é a prova viva disso. Há 20 anos nas tardes de sábado, o programa do apresentador nada mais é do que uma imensa colcha de retalhos de coisas já feitas antes, especialmente por Silvio Santos.

No último sábado (17), Huck desenterrou mais um formato extremamente marcado no imaginário do público por conta do dono do Baú: o Family Feud. Agora com o nome tosco de Tem ou Não Tem – O Jogo, a competição deixa muito a desejar na comparação ao que SBT fazia há 15 anos (e já havia feito nos anos 1980, como Jogo das Famílias).

O eterno aspirante ao posto de Presidente da República é esforçado, a bem da verdade, mas deixou — e muito — a desejar na apresentação da nova aquisição de seu programa. Em suas mãos, um dos melhores games que a TV brasileira já produziu virou uma constrangedora gincana escolar: sem ritmo, sem graça e sem alma.

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Há três anos, foi a vez do marido de Angélica tentar emular o Show do Milhão com o Quem Quer Ser um Milionário?, formato que chegou a ser adquirido pela Record em 2011. A competição caiu no gosto do público, que tem uma eterna predileção por assistir histórias tristes de vida — e Huck é um exímio nesta arte.

O The Wall, outro game importado que acabou indo parar nas mãos da Globo, também é outro descarte do SBT. O formato chegou a ser oferecido para Silvio Santos, que o achou muito caro e difícil de ser executado. Assim sendo, ao invés de o adquirir, ele o clonou, com o bizarro e divertido Jogo das Fichas, no ar até hoje.

Bruno Motta, comediante e grande amigo deste colunista, disse que irá votar em Luciano Huck para presidente só para ele parar de ser um “serial killer” dos formatos alheios. Me parece um bom motivo… afinal, caro leitor, qual foi a última vez em que Luciano Huck trouxe algo autoral em seu programa? Difícil, né? Eu, particularmente, não me recordo.

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