Tragédia com criança precipitou fim de programa de 28 anos atrás

04/08/2024 às 14h18

Por: André Santana
Ana Furtado, Danielle Winits e Márcio Garcia no Ponto a Ponto
Ana Furtado, Danielle Winits e Márcio Garcia no Ponto a Ponto

Os anos 1990 ficaram marcados pela acirrada guerra de audiência dos programas dominicais. Em 1996, com a ascensão do Domingo Legal, apresentado por Gugu Liberato no SBT, a Globo decidiu se mexer e apostar numa nova produção que mirava o público jovem.

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Ana Furtado, Danielle Winits e Márcio Garcia no Ponto a Ponto

Estreava então o Ponto a Ponto, game show de provas radicais comandado por Ana Furtado, Danielle Winits e Márcio Garcia. A atração ficou pouco tempo no ar, entre 31 de março e 4 de agosto de 1996.

Mesmo com a vida curta, Ponto a Ponto acabou ficando marcado, mas por conta de uma tragédia. Dois jovens morreram por conta de uma das provas da atração.

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Como era o Ponto a Ponto, game show dominical da Globo?

Muitos anos antes do Zig Zag Arena afundar as tardes de domingo da Globo, o Ponto a Ponto já trazia uma energia caótica à programação. O game show comandado por Ana Furtado, Márcio Garcia e Danielle Winits trazia uma competição radical num grande cenário dividido em vários ambientes.

Inspirado no programa Gran Juego de la Oca, da Espanha, o programa era disputado por quatro casais de estudantes, representando diferentes escolas. Eles se submetiam a provas como encarar compartimentos contendo cobras e driblar jatos d’água e bolas de fogo.

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Os vencedores do dia ganhavam o valor em dinheiro referente a pontuação alcançada. Além disso, eles retornavam na semana seguinte para concorrer a um carro zero quilômetro.

Prova terminou em tragédia

Uma das provas do Ponto a Ponto colocava o competidor, protegido com uma roupa especial, empurrando uma bola em chamas por uma rampa. O efeito, para o público, era de perigo iminente, mas a competição era realizada com toda a segurança.

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No entanto, dois jovens que assistiam ao programa resolveram imitar a ideia, mas a brincadeira acabou mal. Os irmãos Felipe Boch, de 15 anos, e Gustavo Boch, de 17 anos, resolveram promover uma partida de futebol com a bola em chamas, inspirados na prova do Ponto a Ponto.

Os garotos, então, ao buscar combustível para incendiar a bola, acabaram provocando uma explosão com um tonel de thinner. Felipe, o mais novo, teve 80% de seu corpo queimado e faleceu no dia 17 de maio de 1996. Gustavo, o mais velho, também não resistiu e morreu dias depois.

O fim do Ponto a Ponto

O caso repercutiu bastante na época. Com isso, Odilon Abreu, subprocurador geral de Justiça do Estado, pediu que o Ponto a Ponto fosse tirado do ar em todo o Brasil. Já o então deputado Gilney Viana pediu que a Procuradoria Geral da República investigasse o caso.

A Globo se defendeu, afirmando que o programa seguia todas as normas de segurança. O canal informou que os competidores realizavam as provas com proteção absoluta e ainda tinham a cobertura de um seguro de vida.

Porém, antes mesmo de qualquer decisão da Justiça, o Ponto a Ponto saiu do ar em 4 de agosto de 1996, com apenas cinco meses no ar. O programa, após um bom início, perdeu audiência e já não conseguia mais concorrer com o Domingo Legal, do SBT, daí a decisão de extingui-lo. Em 2017, o canal Viva reprisou a atração nas tardes de sábado.

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