Globo anuncia volta de novela marcada por confusões nos bastidores

04/08/2024 às 17h17

Por: André Santana
Nadia Lippi e Ney Santanna em Pecado Rasgado
Nadia Lippi e Ney Santanna em Pecado Rasgado

Novela que marcou a estreia de Silvio de Abreu na Globo, Pecado Rasgado (1978) ganhará uma nova chance na emissora. A trama será uma das atrações do Projeto Resgate do Globoplay em agosto.

Nadia Lippi e Ney Santanna em Pecado Rasgado

Estrelada por Aracy Balabanian, Juca de Oliveira e Renée de Vielmond, Pecado Rasgado ficou longe de ser um fracasso de audiência. No entanto, Silvio de Abreu não ficou satisfeito com o resultado da produção e pediu demissão da Globo em seguida.

O autor acusou o diretor Régis Cardoso de descaracterizar a novela. Porém, o diretor rebateu as acusações.

Qual a história de Pecado Rasgado, que será resgatada pelo Globoplay?

Em Pecado Rasgado, Juca de Oliveira vivia o viúvo Renato, que não demonstra interesse em assumir um novo compromisso desde a morte da esposa. Ele tem uma filha, Cris (Nadia Lippi), que é criada por Estela (Renée de Vielmond), tia da jovem.

Estela, por sua vez, é completamente apaixonada pelo cunhado, mas esconde seus sentimentos tratando-o com indiferença. Ao mesmo tempo, ela manipula a sobrinha para que não aceite qualquer namorada do pai.

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Porém, Renato acaba se apaixonando por Teca (Aracy Balabanian), a psicóloga de Cris, para desespero de Estela. Ela se torna alvo da vilã, que faz de tudo para colocar Cris contra Renato.

Confusão nos bastidores

Silvio de Abreu

Silvio de Abreu

Pecado Rasgado marcou a estreia de Silvio de Abreu na Globo depois do sucesso de Éramos Seis (1977), trama que assinou na Tupi com Rubens Ewald Filho. A líder de audiência o contratou e lhe ofereceu a faixa das sete.

A ideia de Silvio de Abreu era fazer uma novela mais calcada na comédia do que no romance, fórmula que aperfeiçoou ao longo da década de 1980. Porém, ele considera que não alcançou seu objetivo com Pecado Rasgado, atribuindo a “culpa” ao diretor Régis Cardoso.

De acordo com o livro A Obra Aberta e Seus Problemas, o autor reclamou que escrevia uma comédia, enquanto o diretor tocava os trabalhos como se fosse um drama.

“Pecado Rasgado [foi um fracasso]. São circunstâncias. Era um autor inexperiente, vim para a Globo, trabalhei com um diretor que não entendia o que eu estava querendo fazer…”, relembrou o autor em entrevista ao jornal Extra, em setembro de 2012.

Diretor rebateu e autor se demitiu

Em seu livro No Princípio Era o Som, Régis Cardoso deu sua versão da história e contou que os atores teriam ficado incomodados com os atrasos na entrega dos textos por parte de Silvio de Abreu.

“O elenco se rebelou, veio falar comigo e eu fiz ver a eles que toda a culpa daquela improvisação era do atraso da entrega dos capítulos. Eles, então liderados pelo Rogério Fróes, fizeram um abaixo-assinado e enviaram para o então diretor do departamento de novelas. (…) Ele me pediu que fizesse um memorando relatando o acontecido. Fiz e recebi de volta uma acusação de Silvio de que ele escrevia uma novela cômica e eu a teria transformado num drama. Imaginem vocês!”, rebateu.

Silvio de Abreu pediu demissão da Globo após Pecado Rasgado. Mas não demorou para a Globo chamá-lo de volta, já que Cassiano Gabus Mendes o indicou para continuar Plumas & Paetês (1980). O veterano se afastou por conta de problemas de saúde e Abreu o substituiu.

O bom resultado alcançado por Silvio de Abreu na trama fez com que a Globo o segurasse. Assim, começou sua bem-sucedida passagem pela faixa das sete da emissora nos anos 1980, época em que emplacou os sucessos Guerra dos Sexos (1983) e Cambalacho (1986), entre outras.

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