Novela com pior Helena de Manoel Carlos estreava há 13 anos

14/09/2022 às 11h45

Por: Redação
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Taís Araújo e Alinne Moraes em Viver a Vida

Em 14 setembro de 2009, o público e a crítica tinham expectativa para a chegada de Viver a Vida. Seria a volta à telinha das histórias de Manoel Carlos, que teve tramas marcantes como Laços de Família (2000) e Mulheres Apaixonadas (2003), além de Páginas da Vida, sua última novela de grande audiência, três anos antes.

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Mas não deu certo: com a pior Helena das tramas do autor, a produção se arrastou durante oito meses no ar e terminou em 14 de maio de 2010, com recorde negativo de audiência na faixa (que depois seria sucessivamente quebrado por outras novelas).

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Taís Araújo, que havia brilhado no papel principal de Da Cor do Pecado, em 2004, ganhou sua primeira protagonista da principal faixa da emissora. Ela deu vida à Helena mais jovem já criada pelo autor, fazendo par com José Mayer, figurinha carimbada em suas produções.

Coadjuvante roubou a cena

Viver a Vida

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No entanto, foi a primeira vez que uma Helena do autor foi suplantada por uma coadjuvante, no caso Luciana, modelo vivida por Alinne Moraes, que ficou tetraplégica e acabou se tornando a verdadeira estrela da obra.

“Em 2009, Manoel Carlos criou sua pior Helena: uma top model bem-sucedida. Escolhida para interpretá-la, Taís Araújo não convenceu e ficou apática durante da novela. E a atriz ainda ganhou uma personagem com dramas cansativos. O grande conflito, por exemplo, era a modelo ter abandonado sua carreira de sucesso para se casar com um homem 20 anos mais velho.

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Taís, embora tenha sido seu único equívoco como atriz, foi massacrada pela crítica e sua Helena virou coadjuvante, diante dos conflitos dramáticos e amorosos de Luciana. Definitivamente, aquela novela não era da Helena”, enfatizou Sérgio Santos, colunista do TV História, em seu blog De Olho nos Detalhes.

A própria Taís nunca escondeu o descontentamento com os rumos da história. Em 2017, no programa Saia Justa, do canal GNT, ela detonou o texto da novela.

“Me sentia em uma areia movediça, patinei até o fim”, comentou.

Críticas

José Mayer e TaÍs Araújo em Viver a Vida

Recentemente, em outra entrevista, ela falou sobre as críticas que recebeu.

“A gente amadurece. Envelhecer é bom por isso. A última vez que estive nesse lugar… O que eu aprendi estando nesse lugar? A nossa vida de artista é um eterno recomeçar. As críticas são uma parte da caminhada. É parte de um processo. E naquela época fiquei muito abalada porque eu tinha passado imune a elas.

Tinha uma carreira muito próspera. Fatalmente serei criticada de novo em um momento da minha vida. A diferença é que agora não há o ineditismo, eu já sei o que é”, explicou a atriz ao blog de Heloisa Tolipan.

Como é do costume de Maneco, a história também abordaria temas sociais, desta vez a tetraplegia e a anorexia alcoólica. Mas não deu nada certo e até a criticada abertura, acusada de ser muito simples para os padrões da Rede Globo, foi ligeiramente alterada.

“Lançada com um arsenal de boas ideias, Viver a Vida foi uma novela que muito prometeu e pouco cumpriu. O folhetim arrastou-se pelos seus oito meses de exibição, apresentando um cotidiano lento com poucas histórias desenvolvidas”, definiu Nilson Xavier, colunista do TV História, em seu site Teledramaturgia.

Resultado: queda contínua de audiência e uma média final de apenas 36 pontos no Ibope, a menor registrada pela emissora naquela faixa até o momento. O autor teve um desempenho ainda pior naquela que prometeu ser sua última novela: Em Família, exibida em 2014.

Exibida em longos 209 capítulos, Viver a Vida nunca foi reprisada pela Globo. E, pelo andar da carruagem, dificilmente será.

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