Aprendeu a lição: 3 erros que a Globo já corrigiu em Renascer
03/03/2024 às 17h15
Autor do remake de Renascer, Bruno Luperi está atualizando a clássica obra que seu avô emplacou no horário nobre da Globo em 1993. O jovem novelista, assim como fez em Pantanal (2022), não pretende fazer alterações drásticas nos rumos da novela original.
No entanto, Luperi não se furta em corrigir os tropeços da trama exibida há 31 anos. O neto de Ruy Barbosa faz ajustes na história para elucidar melhor algumas tramas, além de adequar Renascer à contemporaneidade. A história de Buba (Gabriela Medeiros), por exemplo, é um ponto que está sendo corrigido no remake.
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Primeira fase mais longa
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O primeiro erro da versão original de Renascer que foi corrigido no remake foi a duração da primeira fase. Em 1993, ela teve apenas quatro capítulos. Já na segunda versão, a saga do jovem José Inocêncio (Humberto Carrão) durou 13 episódios.
A decisão se revelou acertada, já que, com mais tempo, Luperi construiu melhor a história de amor do protagonista e Maria Santa (Duda Santos), que arrebatou o público. Mas, além disso, o autor também explicou melhor algumas situações que eram apenas citadas na obra original.
Em 1993, por exemplo, Firmino (Enrique Diaz) nem aparecia. Já no remake, ele apareceu e protagonizou uma sequência marcante, ao ser morto por Belarmino (Antonio Calloni) com requinte de crueldade. As novas cenas deixaram mais claras as intenções de Egídio (Vladimir Brichta), filho de Firmino e o grande vilão da segunda fase.
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Mais diversidade
Na época do lançamento de Velho Chico (2016), o autor Benedito Ruy Barbosa causou desconforto ao declarar que odiava “história de bicha”.
“Odeio história de bicha. Pode existir, pode aceitar, mas não pode transformar isso em aula para as crianças. Tenho dez netos, quatro bisnetos e tenho um puta orgulho porque são tudo macho pra cacete”, disparou o veterano.
Já Luperi, mostrando que não compartilha da mesma opinião do avô, deixou a nova Renascer mais diversa. Um exemplo foi uma cena em que Venâncio (Rodrigo Simas) dá um pito no irmão Bento (Marcello Melo Jr) por conta de um comentário transfóbico dele.
“Isso não é moda, é identidade de gênero! Liberdade pra se ser o que é sem necessidade de medo ou aprovação de ninguém!”, ensinou o namorado de Buba (Gabriela Medeiros).
Além disso, Luperi decidiu transformar Zinho (Cosme dos Santos) em Zinha (Samantha Jones), uma mulher homossexual. Com isso, Renascer se tornou uma história mais diversa.
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Discussão sobre gênero
Na primeira versão de Renascer, Buba (Maria Luisa Mendonça) era uma pessoa intersexo, na época chamada de hermafrodita. A condição da personagem era tratada sempre como um segredo obscuro. Na época, a imprensa também não teve cuidado e a personagem até foi chamada de “aberração” numa manchete.
Desta vez, Buba é uma mulher trans, o que já implica algumas mudanças na abordagem. E a abordagem vem sendo feita com todo o cuidado, para que a identidade de gênero da personagem seja apresentada ao público de forma respeitosa e sensível.
Para não cometer deslizes, o autor Bruno Luperi conta com a ajuda da sua equipe de colaboradores, pesquisadores e até da diretoria de Diversidade e Inovação da Globo, de acordo com o portal Notícias da TV.