Autor de Renascer se revoltou com rumo de personagem: “Indignado”
04/02/2024 às 17h44
Nem mesmo as críticas contra Pantanal (2022) fizeram a Globo mudar de ideia em relação a Renascer e o remake seguirá o mesmo ritmo de produção da trama pantaneira. O autor Bruno Luperi, inclusive, terá que dar o mesmo destino cruel a um personagem, repetindo decisão que já o deixou revoltado.
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Ao longo da exibição de Pantanal, Luperi ouviu muitas críticas por conta dos rumos do folhetim, que ele não alterou para mudar o destino de personagens queridos pelo público. E o mesmo acontecerá em Renascer.
A novela, que ocupa o horário das nove da Globo atualmente, não poderá ser alterada conforme o gosto dos telespectadores. Isso porque, o remake será praticamente uma obra fechada, sem a possibilidade de mudanças.
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Renascer está quase toda definida
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Bruno Luperi terminará de escrever Renascer bem antes do fim da trama, marcado para setembro. Em entrevista ao jornal O Globo, ele revelou que já escreveu 104 dos 197 capítulos previstos.
“Eu estou com uma frente muito grande de capítulos, no 104. Acho que vão ser 190 e poucos, não sei ao certo. Para a gente conseguir ir a Ilhéus (na Bahia, onde a novela é ambientada), o desenho de produção determinava uma entrega de textos grande. Assim, a gente conseguiria gravar muita coisa lá, a primeira e a segunda fases, e trazer muito coisa para cá (nos estúdios no Rio)”, contou.
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Risco assumido
A grande frente de capítulos desenvolvidos se deve ao modelo de gravação do folhetim, que já teve cenas de capítulos bem para frente rodadas na Bahia, onde a história é ambientada.
O elenco esteve na região de Ilhéus em outubro do ano passado e passou cerca de três semanas no lugar gravando todas as externas necessárias para as duas fases. Daqui em diante, a equipe da novela só fará mais uma viagem à Bahia para finalizar as cenas ambientadas por lá.
A decisão, no entanto, traz alguns riscos para a produção, já que depois nada poderá ser mudado. Luperi, inclusive, admitiu a falta de precisão sobre o andamento da história em relação ao que o telespectador deseja.
“Lógico que não sabemos o que vai acontecer, se vai ser sucesso ou não. Mas estamos confiantes no caminho que está sendo adotado. Há uma relação muito boa com a direção e a produção, de troca e muita cumplicidade. Isso foi o que permitiu Pantanal ser o que foi, mesmo tendo sido obra fechada. Renascer também vai ter essa característica. Em Pantanal, a gente sabia que algumas coisas não estavam dando muito certo e que outras estavam. Vai faltar essa precisão, que só vem depois que o público vê”, disse.
Autor se revoltou com o avô após matar personagem
Com tamanha antecedência, o destino de José Venâncio (Rodrigo Simas) está selado. O personagem de fato sairá bem antes do fim da trama e o autor descarta mudanças.
“Algumas coisas são imutáveis. Vou pegar o caso de Pantanal. Quando você tem o acidente da Madeleine (Karine Teles) e ela sai da história, a história toda muda. Se ela fica, você não pode contar aquela história. Então, algumas decisões têm que ser aceitas, mas tentando dar um sentido maior, tentando compor um pouco melhor aquilo tudo”, pontuou.
Apesar de seguir à risca o destino trágico de José Venâncio no remake, Bruno Luperi confessou que na primeira versão, em 1993, se revoltou com o avô, Benedito Ruy Barbosa, por causa da morte do personagem.
“Na versão original, eu tinha 5 anos. Fiquei indignado com meu avô na morte do Venâncio: ‘Por que você matou ele?’. Hoje, com a experiência que tenho, eu entendo o que aconteceu. Tem uma história maior sendo contada”, admitiu.
A morte de José Venâncio em Renascer acontecerá em capítulos que vão ao ar em abril. Ele morrerá depois de ser atingido por um tiro em tocaia armada contra seu pai, José Inocêncio (Marcos Palmeira).