Troca de atrizes, prejuízo financeiro e a morte de Lester: os segredos de O Mundo de Beakman

03/01/2017 às 12h00

Por: Alexandre Pequeno
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1 – Originalmente chamado Beakman’s World, o programa educativo estreou em 19 de setembro de 1992, sendo exibido em diversas emissoras dos Estados Unidos através do sistema de Syndication. Foram 91 episódios, ao longo de 4 temporadas, com o último capítulo sendo exibido em 1 de agosto de 1998.

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2 – Em 1993, após a primeira temporada, a atração ganhou duas emissoras fixas, sendo exibida na TV aberta pela CBS e na fechada pela TLC.

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3 – No Brasil, a série foi exibida originalmente pela Cultura entre 1994 e 2002 e posteriormente em 2011, se tornando um grande sucesso da grade da emissora. Em 1997, a atração também foi ao ar na Record, dentro do infantil Agente G. Na TV paga, Beakman foi exibido no extinto canal educativo Cl@se de 2000 a 2005 e pelo Boomerang em 2006.

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4 – O programa mostrava conceitos básicos de matérias como física e química, apresentados de um modo divertido pelo excêntrico cientista Beakman (Paul Zaloon). Usando experiências inusitadas, realizadas com objetos do cotidiano e uma linguagem visual inovadora para a época.

5 – Em suas performances, o professor contava com a ajuda do rato de laboratório Lester (Mark Ritts) e de sua assistente, que na primeira temporada era Josie (Alanna Ubach).

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6 – Nos próximos dois anos, a assistente é substituída por Liza (Eliza Schneider) e, na quarta temporada, Beakman é acompanhado por Phoebe (Senta Moses).

7 – Além disso, em suas explicações, Beakman se fantasiava de personagens históricos relativos ao tema do dia. Durante a série, ele encarnou nomes como Thomas Edison e Albert Einstein.

8 – Outros personagens de destaque no show eram os pinguins Don e Herb (Léo, na versão brasileira), que sempre apareciam assistindo o programa direto do Pólo Sul. Um dos manipuladores dos bonecos era Mark Ritts, ator que vivia Lester.

9 – A série de TV era baseada em uma tirinha veiculada em jornais dos Estados Unidos a partir de 1991, You Can with Beakman and Jax. Nos quadrinhos, Beakman explicava curiosidades científicas acompanhado por sua irmã Jax, que ficou de fora da versão televisiva. A publicação chegou a atingir 52 milhões de leitores, sendo publicada em 13 países até seu encerramento, em 2016.

10 – Ao contrário do que muita gente imagina, Paul Zaloom não é um cientista na vida real, tendo formação de ator e manipulador de bonecos.

11 – No episódio piloto, Lester era um boneco, mas no capítulo seguinte já passou a ser vivido por Mark Ritts.

12 – O programa nunca deixou claro se o personagem Lester era um rato ou apenas um homem fantasiado. Em alguns episódios, ele afirma ser um ator vestido uma fantasia, mas em outros afirma ser mesmo um animal e se comporta como o roedor, sendo atraído por Beakman com pedaços de queijo.

13 – O cientista ganhou seu nome em homenagem à rua Beekman Place, pequena travessa localizada no bairro de Turtle Bay, na cidade de Nova York.

14 – Jok Church, criador da série, afirmou que a cenografia da produção, bastante colorida, era uma homenagem às histórias antigas de Superman nos quadrinhos dos anos 50, quando os gibis usavam uma grande diversidade de cores exóticas.

15 – Como o programa tinha baixo orçamento, o elenco recebia um salário baixo em relação ao praticado no mercado televisivo. Isso deu origem à troca de assistentes de Beakman, com as atrizes ficando descontentes com suas remunerações.

16 – O programa tinha um quadro de perguntas, nas quais espectadores reais dos Estados Unidos podiam enviar suas questões para Beakman. No Brasil, como não havia essa possibilidade, os nomes dos autores das perguntas e suas cidades foram traduzidos de maneiras inusitadas, usando piadas e referências a temas científicos.

17 – A atração ganhou elogios de um fã famoso, o cineasta Steven Spielberg, que afirmou que O Mundo de Beakman era um dos melhores programas infantis da televisão dos anos 90.

18 – Veiculado no sistema de Syndication, através do qual no qual programas são produzidos por estúdios e vendidos regionalmente, sem vinculação com nenhuma rede naional, o programa atingiu 90% do território dos Estados Unidos.

19 – Com um histórico de produções adultas no teatro, Paul Zaloom conta que costumava soltar palavrões sem querer durante as gravações de Beakman. E, claro, estas cenas eram cortadas.

20 – O protagonista da série já confessou que chegou a urinar nas calças durante uma gravação, quando precisou atuar ao lado de uma cobra. Em outras ocasiões perigosas, como atuando com um leão, Paul Zaloom admitiu que bebia alguns drinks antes das gravações, para tentar relaxar.

21 – Apesar do programa ter roteiros, muito do que era visto no ar era improvisação dos atores, o que ajudou a dar um tom descontraído a uma atração que tratava de temas científicos, tidos como chatos por boa parte do público.

22 – Paul Zaloom afirmou que, quando tinha tempo, anotava os telefones dos espectadores que mandavam cartas para o programa e entrava em contato com eles interpretando Beakman.

23 – Ao longo de todos episódios, Lester nunca conseguiu realizar nenhuma das propostas feitas pelo cientista no quadro Desafio do Beakman.

24 – Além do Brasil, o programa foi popular em grande parte da América Latina, se tornando um fenômeno de audiência também no México.

25 – Segundo Zaloom, muitos professores não gostavam do programa e afirmavam que a atração banalizava a ciência, abordando “temas nojentos como urina e fezes”.

26 – Apesar de ter boa repercussão e fazer sucesso em diversos países, o programa não dava lucro e só permanceu 6 anos no ar devido a leis de cotas de programas educativos na televisão norte-americana.

27 – Jok Church, criador e produtor da série, afirmou em entrevista que não conseguiu nem comprar uma casa com o que recebeu pelo programa.

28 – Mark Ritts, intérprete de Lester, faleceu em 2009, aos 63 anos, vítima de câncer nos rins. Amigo pessoal do ator, Paul Zaloom ajudou a cuidar de Ritts em seus últimos meses de vida.

29 – Zaloom é dono dos direitos de uso de Beakman. Assim, atualmente o ator viaja ao mundo fazendo demonstrações de experiências e dando palestras. O artista esteve no Brasil em diversas ocasiões nos últimos anos, sempre vivendo seu clássico personagem.

30 – Atualmente, O Mundo de Beakman tem reprises exibidas em 43 países.


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