Vai e vem: ao invés de ajudar, mudanças prejudicam Terra e Paixão
16/08/2023 às 11h46

A Globo esperava muito de Terra e Paixão. Tanto que planejou uma novela longa, com mais de 200 capítulos, que só deve terminar em janeiro do ano que vem. Tamanha confiança se devia ao histórico de Walcyr Carrasco, um criador de sucessos que sabe, como poucos, corrigir a rota com o veículo em movimento.
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Cauã Reymond (Caio) e Agatha Moreira (Graça) em Terra e Paixão (Divulgação / Globo)
É o que o autor vem fazendo na atual novela das nove. Como os resultados não corresponderam às expectativas, Carrasco vem fazendo inúmeros ajustes para tentar elevar a audiência. No entanto, algumas mudanças mostram que o novelista parece meio perdido sobre o rumo que deve dar à obra. O excesso de candidatos a vilões é uma prova disso.
No início, Caio (Cauã Reymond) foi apontado como um possível vilão. Agora, Graça (Agatha Moreira) assumiu parte das vilanias, e até Agatha (Eliane Giardini) pode virar uma megera. Essa indefinição atrapalha o desenvolvimento da história.
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Quem é o vilão?

Tony Ramos (Antônio) e Gloria Pires (Irene) em Terra e Paixão (Manoella Mello / Globo)
No início de Terra e Paixão, Antônio (Tony Ramos) e Irene (Gloria Pires) foram apresentados como os grandes vilões da trama. Não havia dúvida sobre o caráter do fazendeiro, que mandou invadir as terras de Aline (Barbara Reis) já na primeira cena do folhetim.
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Já Irene demorou para colocar as manguinhas de fora, o que incomodou os fãs de Gloria Pires, ávidos para vê-la em cena como uma grande megera. A primeira-dama do império dos La Selva passou os primeiros capítulos agindo na surdina, e só colocou a mão na massa das maldades após a morte de Daniel (Johnny Massaro).
Mas, além dos vilões “oficiais”, a novela também contava com vilões em potencial. Como Caio (Cauã Reymond) e Daniel foram colocados como rivais, esperava-se que um deles passasse para o lado do mal. O candidato mais forte era Caio, mas foi Daniel quem se mostrou dúbio. No entanto, com a morte do advogado, essa dicotomia chegou ao fim sem grandes conclusões.
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Candidatos

Caio (Cauã Reymond), Aline (Barbara Reis) e Daniel (Johnny Massaro) em Terra e Paixão (João Miguel Júnior / Globo)
Mocinha da história, Aline se viu diante de um “quadrado amoroso”, já que ela despertou a paixão de Daniel, Caio e Jonatas (Paulo Lessa). Por isso mesmo, esperava-se que ao menos um deles se tornasse um vilão, jogando sujo para conquistá-la.
Mais uma vez, a suspeita caiu sobre Caio. Mas, nos próximos capítulos, será Jonatas quem mostrará vocação para o mal. Após titubear, o rapaz decide procurar Graça (Agatha Moreira) e ajudá-la em seu plano para separar Caio de Aline.
Graça, aliás, é outra que foi alçada ao posto de vilã. A personagem nunca foi flor que se cheire, é verdade, mas o fraco plot do casamento com Caio não estava previsto inicialmente e foi uma manobra do autor para colocá-la como grande rival de Aline.

Nova vilã

Eliane Giardini (Agatha) em Terra e Paixão (Divulgação / Globo)
Outra reviravolta de Terra e Paixão diz respeito ao retorno de Agatha (Eliane Giardini). A personagem, que todos acreditavam estar morta, reaparece para mexer com as estruturas na novela de Walcyr Carrasco.
A princípio, Agatha se mostra vítima de uma injustiça, que está pronta para acertar as contas com o passado. Porém, em alguns momentos, ela vai dar a entender que existem interesses pouco nobres por trás de suas atitudes. Com isso, a primeira esposa de Antônio também pode se revelar uma vilã.
Caso isso se confirme, o que acontece com Irene? A malvada ensandecida que foi capaz de tocar fogo na plantação de Aline parece que “voltou à toca” nos mais recentes capítulos. Se Irene ainda não se mostrou a vilã esperada, por que apostar em Agatha neste posto? Terra e Paixão anda se perdendo demais neste vai e vem de personagens.
Isso sem falar em novos personagens que entram e saem sem nem dizer a que vieram, caso de Munda (Carol Romano), já desaparecida. Nice (Alexandra Richter) é outra que parece meio sem propósito. Terra e Paixão está se transformando numa novela “Frankenstein”, cheia de “pedaços” que não fazem muito sentido.