Coincidência? Terra e Paixão, Vai na Fé e Amor Perfeito têm ligação em comum
05/08/2023 às 16h11
Amor Perfeito, Vai na Fé e Terra e Paixão, as três atuais novelas inéditas da Globo, têm um forte traço em comum: todas elas abordam a religião. A temática está presente, de maneiras distintas, nos três folhetins que estão no ar.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Enquanto Amor Perfeito tem uma Irmandade com freis e padres como um de seus cenários principais, Vai na Fé traz personagens evangélicos que convivem numa igreja de um bairro carioca. Já Terra e Paixão optou pela sátira ao colocar em cena uma falsa beata, Nice (Alexandra Richter).
Leia também: Se arrependeu? Após despedida, Globo quer Galvão Bueno de volta
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Os “pais” de Marcelino
Em Amor Perfeito, Marcelino (Levi Asaf) foi tirado dos braços da mãe, Marê (Camila Queiroz), ainda bebê, e entregue à Irmandade dos Clérigos de São Jacinto. Ali, o garoto cresceu sendo criado por seis religiosos, entre freis e padres.
Frei Severo (Babu Santana), Frei Tomé (Tony Tornado), Frei Leão (Tonico Pereira), Padre Diógenes (Chico Pelúcio), Frei João (Allan Souza Lima) e Padre Donato (Bernardo Berro) formam a família de Marcelino. Recentemente, juntou-se a eles Frei Vitório (Antonio Pitanga).
LEIA TAMBÉM:
● Resumo Mania de Você: tudo sobre o capítulo de terça, 26 de novembro
● Resumo Força de Mulher: tudo sobre o capítulo de terça, 26 de novembro
● Resumo Volta por Cima: tudo sobre o capítulo de terça, 26 de novembro
Por isso, a religião católica faz parte da vida de Marcelino. Além de ter sido criado pelos freis e padres, o garoto conversa frequentemente com Jesus (Jorge Florêncio), que conforta seu coração e revela que, em breve, ele reencontrará a mãe.
Núcleo evangélico
Já em Vai na Fé, a religião evangélica ganha um protagonismo raro numa novela da Globo. Sol (Sheron Menezzes) frequenta a igreja com sua família e costuma seguir os preceitos que estuda na Bíblia.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Liderada pelo pastor Miguel (Adriano Canindé), a igreja tem um grande espaço dentro da trama de Rosane Svartman. É ali que Sol começou a soltar a voz e cantar; e é também ali que Jenifer (Bella Campos) se envolve com trabalhos sociais envolvendo jovens, e onde Hugo (MC Cabelinho) encontrou uma oportunidade após decidir deixar o crime.
Mas Vai na Fé não fala somente da religião evangélica. Ben (Samuel de Assis) é iniciado no candomblé, enquanto Dora (Claudia Ohana) traz muito da religião budista em sua visão de vida. Ou seja, a novela das sete é praticamente um tratado de respeito às crenças.
Família tradicional brasileira
No entanto, em Terra e Paixão, a religião aparece de uma maneira diferente. O autor Walcyr Carrasco criou Nice para fazer uma sátira aos falsos moralistas, ou seja, picaretas que utilizam a religião para disseminar preconceitos e se aproveitar da boa fé das pessoas.
Nice é a típica “carola hipócrita”. Ela é defensora da “moral e dos bons costumes” e a favor da “família tradicional brasileira”. Tanto que já prometeu que vai aplicar a “cura gay” em Kelvin (Diego Martins) e Luana (Valéria Barcellos). No entanto, essa pose de paladina da moral esconde uma mulher sexualmente reprimida, algo que fica claro na maneira como se comporta.
Embora seja uma caricatura, Nice não deixa de representar uma parcela da sociedade que se utiliza da casca de religioso para abarcar um projeto de poder. Tanto que há várias figuras na política nacional que poderiam “dar as mãos” e seguir com Nice nessa jornada.