Protagonista de novela estrondosa desistiu da TV: “Não está fluindo”
13/11/2024 às 13h51
Violeiro virtuoso e ator talentoso, Almir Sater voltou às novelas no ano passado como o chalaneiro Eugênio no remake de Pantanal (2022). Ele também foi visto como Aparício, da dupla Pirilampo e Saracura na recente reprise de O Rei do Gado (1996), no Vale a Pena Ver de Novo.
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Mas, apesar do êxito nas duas carreiras, Almir Sater revelou que tinha insegurança quanto ao seu trabalho de ator. Tanto que ele cogitou desistir de trabalhar na TV.
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Carreira de sucesso
O cantor Almir Sater (reprodução)Nascido em Campo Grande (MS), Almir Sater começou cedo a tocar violão, com inspiração nos sons da natureza. Por um tempo, deixou o instrumento de lado e foi estudar Direito no Rio de Janeiro. Almir acabou deixando a sala de aula, voltando para a sua terra e a sua viola. Foi aí que formou a dupla Lupe e Lampião. Com o fim da parceria, conheceu o seu mestre, Tião Carreiro, e passou a estudar viola de 10 cordas.
Nos anos 1980, Sater passou a acompanhar as cantoras Tetê Espíndola e Diana Pequeno. Gravou seu primeiro disco solo em 1981. Junto com outros músicos, ele fez parte da Comitiva Esperança, que explorou o Pantanal e mostrou suas belezas e sua cultura. O sucesso foi tão grande que Almir foi convidado para criar o tema de abertura do Globo Rural, utilizado até hoje.
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Estreia na Manchete
Em 1990, Almir Sater foi escalado por Benedito Ruy Barbosa para fazer parte do elenco da primeira versão de Pantanal, da Manchete. Seu personagem, Trindade, um violeiro misterioso, fez muito sucesso e mostrou ao público o talento de Almir para a interpretação.
“O Sérgio Reis já havia me chamado para formar com ele uma dupla do gênero sertanejo. Quando estava me apresentando em Fortaleza, ele me ligou, e acabei estreando no vigésimo capítulo da novela. Gravar no Pantanal me entusiasmou muito. O lugar é fantástico para recarregar as baterias”, contou Almir ao jornal O Globo.
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Protagonista depois de Pantanal
Com toda a repercussão positiva, a Manchete manteve o contrato de Almir e deu a ele o papel de protagonista, ao lado de Ingra Liberato, na novela A História de Ana Raio e Zé Trovão (1990). Mesmo com o sucesso na profissão de ator, ele nunca cogitou em deixar a música.
“Sou músico, mas sinto que atualmente não estou fazendo nenhuma das duas coisas bem. Ser o protagonista de uma história é uma grande experiência, mas ainda não me considero um ator. Só que sou muito crítico, e sinto que o trabalho não está fluindo como deveria”, declarou ele em entrevista ao jornal O Dia, em 1991.
Sucesso na Globo
Depois do término da novela da Manchete, Sater acabou se dedicando à música. Ele só voltou a atuar em 1996, ao lado de Sérgio Reis, em O Rei do Gado, como Pirilampo.
“Estava tudo correndo bem. Eu fazia meus shows e meus discos, nem pensava mais em fazer novela, mas não resisti ao convite do Benedito pelo fato de meu personagem integrar uma dupla caipira”, confessou o ator e cantor ao jornal O Globo, em 1996.
Dez anos depois, ele esteve presente em Bicho do Mato, da Record. Na sequência, voltou-se totalmente para a música. A parceria com o também cantor e compositor Renato Teixeira deu tão certo que rendeu vários prêmios; entre eles, o Grammy Latino.
Trabalho ao lado do filho
Aos 65 anos, Almir Sater voltou aos folhetins na versão da Globo de Pantanal, na qual atuou ao lado de seu filho, Gabriel Sater, que foi agraciado ao ser escalado para representar o papel de Trindade – o mesmo personagem do pai em 1990.
“Quando eu soube que seria o Gabriel quem faria o Trindade, fiquei muito feliz. O Bruno (Luperi, autor) criou uns enfrentamentos do Trindade com o Eugênio, enfrentamentos musicais. É um cara que se dedica muito. Eu espero que seja tão bom para ele quanto foi para mim o personagem Trindade”, destacou o ator ao Gshow.