Banco que gastou milhões com Faustão teve falência decretada pelo governo

05/07/2023 às 19h43

Por: Fabio Marckezini
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Banco que patrocinou Faustão teve falência decretada pelo governo (Montagem / TV História)

Muitas marcas deixaram de existir ao longo dos anos: algumas ficaram esquecidas e outras ainda ocupam a memória dos brasileiros, seja por comerciais ou pelo patrocínio de programas. O Banco Bamerindus é lembrado até hoje, principalmente por um quadro histórico do Domingão, então apresentado por Faustão, na Globo.

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Banco que patrocinou Faustão teve falência decretada pelo governo (Montagem / TV História)

O Banco Mercantil e Industrial do Paraná S/A foi fundado em 1929 em Tomazina, cidade do Paraná. Avelino Antônio Vieira, ex-escriturário de seção bancaria, resolveu fundar a instituição em sua cidade natal.

No início, o banco se chamava Sociedade Cooperativa de Responsabilidade Limitada Banco Popular e Agrícola do Norte do Paraná (BPA). Com o passar dos anos, a instituição foi ganhando espaço até se tornar um dos maiores bancos da América Latina, após a compra do Banco Meridional da Produção.

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O Bamerindus se espalhou pelo Brasil e passou a criar uma marca forte, com patrocínios e comerciais memoráveis. Uma peça publicitária muito famosa foi veiculada no início dos anos 1970.

“Esse Bamerindus!”

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Uma mulher, segurando um bebê e caminhando por um bosque, canta uma música que ficou na lembrança do público, embalando vários Natais: “Quem me dera o ano inteiro o Natal dentro de nós / e pra gente a mesma canção, a mesma voz / pois a festa mais bonita é viver e querer bem”.

Ao longo dos anos o banco apostou na imagem do ator Toni Lopes, um homem bonachão que falava das vantagens da instituição, de forma divertida e leve. No final, ele soltava o famoso bordão: “Esse Bamerindus!”.

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Presente no Domingão do Faustão

Domingão do Faustão

Fausto Silva à frente do Domingão do Faustão (Divulgação / Globo)

Aliada a figura de Toni, a empresa investiu forte no patrocínio de diversos programas, principalmente aos domingos. Por alguns anos, foi o Bamerindus que apresentou o Fantástico e fez história no Domingão do Faustão.

Um dos principais quadros do início do Domingão foi as Olimpíadas do Faustão. Em todas as provas o Bamerindus estava presente, seja em outdoors ou nos coletes dos participantes. O TC Bamerindus, título de capitalização, foi o principal produto do banco na atração.

O vencedor da prova ia para o palco e lançava sua sorte em uma espécie de pinball para ver qual valor iria faturar naquela tarde.

Da poupança para as novelas

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Outro jingle marcante foi quando o banco apostou firme em sua poupança: “O tempo passa, o tempo voa, e a poupança Bamerindus continua numa boa…”. O comercial era exibido nos intervalos do dominical e, até hoje, não saiu da memória das pessoas.

A instituição esteve presente nas novelas: um exemplo é A Viagem (1994). Todos os personagens tinham conta no banco. Quando Otávio (Antônio Fagundes) morreu, um gerente do Bamerindus apresentou todas as contas do advogado para o filho Tato (Felipe Martins).

Outra marca da instituição foi o programete Gente que Faz, sempre exibido aos sábados antes do Jornal Nacional. Com a locução de Ferreira Martins, a peça apresentava a história de pessoas comuns que, com a ajuda do Bamerindus, mudaram de vida.

O fim

Banco Bamerindus

Banco Bamerindus (Reprodução / Facebook)

Em 1994, o banco já mostrava dificuldades e teve que recorrer ao Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional.

Mesmo com o incentivo do programa, o Bamerindus se afundava nas dívidas. Em 1997, o Banco Central fez uma intervenção no banco. A instituição foi dividida em duas: uma parte foi adquirida pelo HSBC, da Inglaterra, e a outra ficou mesmo com o Bacen.

Por dois anos a marca continuou viva como Banco HSBC Bamerindus S.A., sendo extinta em 1999, colocando um ponto final na vida de uma das instituições financeiras mais famosas do país.

Apenas em 2014 o Bamerindus foi totalmente liquidado. O BTG Pactual pagou R$ 418 milhões ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e assumiu totalmente direitos creditórios e ativos detidos.

Já o HSBC Brasil foi vendido para o Bradesco em 2015 por R$ 17,6 bilhões.

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