Surpresa: Globo bate o martelo e traz de volta novela de 29 anos atrás
11/11/2024 às 14h06
Novela de Gilberto Braga mais lembrada pelos problemas dos bastidores do que pela trama em si, Pátria Minha (1994) finalmente ganhará uma nova chance na Globo. O folhetim, que nunca foi reprisado, será uma das obras resgatadas pelo Globoplay no mês de outubro.
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Antes da confirmação oficial, a notícia foi antecipada por Erick Brêtas, diretor de Produtos Digitais e Canais Pagos Globo, durante uma conversa no Twitter. No entanto, a data em que a novela será disponibilizada ainda não foi informada.
Pátria Minha ficou marcada pelos problemas causados pelo então casal Vera Fischer e Felipe Camargo, que acabaram expulsos da obra.
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Trama esquecida
Após o sucesso de Vale Tudo (1988), que assinou com Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, Gilberto Braga decidiu continuar investindo em tramas que discutissem a ética do brasileiro. Vieram então O Dono do Mundo (1991) e Pátria Minha (1994), que não repetiram o êxito da primeira história.
Pátria Minha se tornou a menos exitosa da “trilogia” em razão dos problemas de audiência e bastidores conturbados. A novela contava a história do empresário Raul Pelegrini (Tarcísio Meira), um tipo inescrupuloso que atropela um homem e tenta subornar a testemunha, a jovem Alice (Claudia Abreu). Por conta da recusa dela, inicia-se uma batalha da ética contra a corrupção.
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Raul é casado com Teresa (Eva Wilma), mas seu casamento chega ao fim por conta de Lídia Laport (Vera Fischer), uma mulher que odeia a pobreza e faz de tudo para se dar bem. Ela é mãe de Rodrigo (Fábio Assunção), namorado de Alice, a quem Lídia abomina.
A luta de Alice contra Raul fica mais intensa quando ela se alia a Pedro Fonseca (José Mayer), um ex-namorado de Lídia que passou muitos anos fora do Brasil. Ao retornar ao país, ele inicia uma batalha contra o empresário, que tenta desapropriar uma favela onde vive sua família.
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Novela conturbada
Substituta de Fera Ferida no horário nobre da Globo, Pátria Minha não caiu nas graças do público. A trama teve problemas de audiência e chegou a registrar índices inferiores aos das tramas das sete, Quatro por Quatro (1994) e A Viagem (1995), e até das seis, Tropicaliente (1994). Teve média geral de 44 pontos, numa época em que a Globo esperava 50.
Porém, mais do que a baixa audiência, Pátria Minha ficou marcada pelos inúmeros problemas nos bastidores. O principal deles foi causado por Vera Fischer e Felipe Camargo, que eram casados na época.
Os atores viviam às turras e suas confusões passaram a atrapalhar os trabalhos da trama. Vera chegou a aparecer para gravar com o antebraço quebrado, o que fez com que ela fosse afastada do folhetim.
Expulsão
No entanto, Vera Fischer chegou a voltar à trama, mas por pouco tempo. Com muitas brigas e atrasos, a atriz e Felipe Camargo, que vivia Inácio na mesma produção, foram retirados da novela por determinação da direção da emissora. Seus personagens morreram em um incêndio.
“Lamento muito tudo isso estar acontecendo. Artisticamente, o resultado da dupla era bom. Eu gostaria de ficar com os dois até o fim de Pátria Minha. Mas foi uma decisão da alta direção da Rede Globo por problemas de produção escapam da minha alçada. Vai ficar mais difícil sem eles, principalmente porque a Lídia era uma personagem muito forte”, declarou Gilberto Braga ao jornal O Globo em 13 de janeiro de 1995.
Com a saída de Lídia, outra personagem entrou em cena para fazer par com Raul: Isabel, vivida por Luiza Tomé.
“Pátria Minha foi uma novela bem problemática. Só foi boa até, aproximadamente, o capítulo 80. Depois houve problemas demais. Terminar aquilo foi uma penitência”, explicou Gilberto Braga ao livro A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo, de André Bernardo e Cíntia Lopes.
Com direção de Dennis Carvalho, Pátria Minha teve 203 capítulos e foi ao ar entre 18 de julho de 1994 a 10 de março de 1995.