Mudança da Globo fez artista virar protagonista durante novela

Atualmente, Carolina Dieckmann brilha em Vai na Fé (foto abaixo, com Samuel de Assis), trama exibida às sete. Com anos de Globo, a atriz se destacou em diversas produções, como Tropicaliente (1994), Vira Lata (1996), Laços de Família (2000), Senhora do Destino (2004) e Cobras & Lagartos (2006).

Divulgação / Globo

Em 2012, Carolina foi escalada para uma participação especial em Salve Jorge. A novela de Gloria Perez, porém, enfrentou diversos problemas, com situações inverossímeis e resistência do público à protagonista, Nanda Costa.

Para solucionar os problemas, a autora precisou recorrer a Dieckmann. O papel dela cresceu consideravelmente, o que acarretou em problemas na vida pessoal. A artista foi impactada pela carga emocional da personagem, Jéssica.

Participação estendida

Convidada para uma pequena participação, Carolina Dieckmann acabou roubando a cena, já que a mocinha Morena, interpretada por Nanda Costa, demorou a cair nas graças do público. Gloria Perez optou por manter Jéssica próxima de Morena durante um longo período.

“Saio dessa novela exaurida emocionalmente. No espelho vejo que estou marcada pela Jéssica. Tem olheira, tensão, tristeza, um cansaço que não é comum. É de trabalho difícil, árduo. Não só de volume, mas de entrega”, declarou Carolina ao jornal O Estado de São Paulo, em 20 de janeiro de 2013.

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“Falar de tráfico é forte e a novela tinha essa responsabilidade. A Gloria falou que precisava de uma atriz com carisma. Antes de a novela estrear, era um receio do que iria acontecer quando as cenas fossem ao ar. A gente teve uma aceitação acima do esperado”, salientou.

Desgaste

A ideia era que Dieckmann participasse dos primeiros 18 capítulos de Salve Jorge, mas ela acabou ficando mais de três meses no ar. Jéssica foi traficada, presa, agredida e violentada sexualmente, o que desgastou a atriz física e emocionalmente.

“Tenho me habituado a fazer cenas difíceis e ficado mais íntima dessa emoção. (…) Eu saio dessa novela um pouco marcada. Acho que vou precisar de um tempinho para a tez da pele mudar. Não estou pegando sol. Isso faz muita diferença para mim. Não tenho aquele cotidiano saudável. Estou muito aqui dentro [no estúdio] e estudando quando estou em casa. E tem uma tristeza que acompanha, porque tudo o que leio é triste. Isso marca. A vida não está fácil. Mas eu vou me reerguer”, contou a atriz.

“Tem um volume de trabalho que me ausentou da vida social. Acho que estou insuportável de conviver. Sou muito intensa, não é fácil”, admitiu.

Fim da história

Por ocasião da estreia, Carolina Dieckmann considerava o papel de Salve Jorge irrecusável. Tanto que ela decidiu emendar trabalhos, já que havia acabado de sair de Fina Estampa (2011).

“Eu adoro fazer as mocinhas, e Jéssica é a mais complexa que já fiz. Ela sonha com uma vida melhor e se vê num pesadelo. É o tipo de papel que não se recusa, adiei as minhas férias por isso”, assumiu em matéria para o jornal Extra, em 24 de outubro de 2012.

“Fiz a minha cena mais difícil na vida. Quando acabou eu não parava de chorar. Fiquei uns 20 minutos chorando sozinha. É tudo muito forte, chocante. Nem quando fiz a Camila [de Laços de Família], fiquei tão mal”, salientou.

Jéssica acabou assassinada após descobrir que Lívia Marine (Claudia Raia, foto acima) era a chefe da quadrilha de tráfico humano. Salve Jorge chegou ao fim em maio de 2013; a trama é hoje uma das mais consumidas do Globoplay.