De novo: autora de Vai na Fé cria outro personagem com câncer terminal
27/05/2023 às 9h00
Dora, personagem de Claudia Ohana em Vai na Fé, emocionou o público nos mais recentes capítulos da trama das sete da Globo. A terapeuta holística, que enfrenta um câncer terminal, fez um discurso terno e sincero sobre sua vontade de viver e o medo da proximidade da morte.
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Com a cena, a autora Rosane Svartman resgata elementos de sua novela anterior. Em Bom Sucesso (2019), trama que assinou com Paulo Halm, a novelista tratou da morte com um olhar otimista e muita sensibilidade.
Fim da vida
Nos últimos capítulos de Vai na Fé, Dora recebeu a notícia de que tem pouco tempo de vida. A dona da pousada Refúgio Paz do Lumiar luta contra um câncer terminal e a proximidade da morte tem modificado a maneira como ela enxerga a vida.
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Dora tem enfrentado a doença com muita dignidade. A mãe de Lumiar (Carolina Dieckmann) optou por não ficar lamentando o fato de estar doente, mas sim aproveitar cada minuto do tempo que lhe resta. Ela tem, inclusive, se permitido viver novas experiências. Até dueto com Lui Lorenzo (José Loreto) Dora já experimentou.
Recentemente, ao participar do reality show com a família de Lui, Dora emocionou a todos ao desabafar sobre sua situação. A hippie confessou que teme a morte, mas, ao mesmo tempo, prefere viver o tempo que lhe resta com alegria e otimismo, aproveitando cada momento ao lado das pessoas que ama.
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Tema espinhoso
A trajetória de Dora lembra bastante a história principal de Bom Sucesso, outro grande sucesso da Globo no horário das sete. Na trama de 2019, Paloma (Grazi Massafera) acredita que está à beira da morte ao receber um exame trocado no laboratório. Com isso, ela se permite “pirar”, até que descobre o engano e precisa lidar com as consequências da “piração”.
A situação acaba aproximando Paloma de Alberto (Antonio Fagundes), o verdadeiro dono do exame. Surge aí uma grande amizade, na qual a jovem passa a se dedicar a fazer dos últimos meses de Alberto os momentos mais memoráveis de sua vida.
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Com isso, Rosane Svartman e Paulo Halm conseguiram basear toda a novela num tema extremamente espinhoso: a morte e a efemeridade da vida. Com muita sensibilidade, a dupla de autores conduziu a trajetória de Alberto de modo a fazer o público se emocionar, sorrir e refletir sobre suas próprias vidas. Um feito e tanto para uma novela das sete!
Retomada
O assunto se repete agora em Vai na Fé. Rosane Svartman preferiu não cair na tentação de transformar a doença de Dora num dramalhão. Em vez disso, ela tem usado a personagem em tramas que divertem e emocionam na medida certa.
É muito divertido ver Dora, que passou a novela toda no eixo, se permitir pequenas loucuras, como interromper uma aula de mantra para aprender uma música de Lui Lorenzo. Ao mesmo tempo, é emocionante acompanhar a maneira como ela conforta a si e a todos enquanto enfrenta a doença.
Além disso, a enfermidade de Dora deu um sentido mais amplo à personagem. Nos primeiros meses de Vai na Fé, a terapeuta holística não tinha muita função, servindo apenas como apoio a Lumiar. Mas agora, por conta do câncer, Dora ganhou uma história própria. Uma bela, emocionante, triste e sensível história.