Ator de Travessia se recusou a viver gay em novela: “Vai ficar falso”
07/05/2023 às 17h19
Reconhecido como um dos grandes nomes de Travessia, onde deu vida ao empresário Guerra, Humberto Martins foi taxativo sobre a possibilidade de viver um homossexual em novelas: “Não aceitaria fazer um gay na TV”.
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A declaração do ator foi emitida durante as gravações de Totalmente Demais (2015), grande sucesso na faixa das sete da emissora carioca. O artista afirmou que não teria nada contra interpretar o papel de um homossexual no teatro, mas, na televisão, não toparia de jeito algum.
Durante uma entrevista concedida à Revista Quem em dezembro de 2015, que abordava os inúmeros papéis viris de Humberto, como homens rudes, brutos e machões, o artista foi questionado se faltava um papel de gay em sua carreira.
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“Eu não aceitaria um papel de gay na TV. Não tem nada a ver. No cinema ou no teatro, o público até aceitaria. Na TV, não”, disparou.
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Justificativas para a recusa
Para se justificar, o ator (na foto acima, com Cristiana Oliveira em Quatro por Quatro) afirmou que as telenovelas costumam abordar a realidade e, desta forma, não havia espaço para um ator com estereótipos de “macho alfa” interpretar um personagem homossexual.
“É uma questão comercial. A TV aberta não comporta esse tipo de escalação. Vai ficar falso, é novela. E novela é retratação da realidade”, argumentou, dizendo que seria rejeitado caso fizesse um papel assim.
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Machão em desconstrução
Humberto Martins (na foto acima, em Kubanacan), hoje com 62 anos, foi considerado sex symbol nos 1990 e 2000, inclusive sofrendo o furor das fãs na época que, certa vez, quase viraram o seu carro. Mas, após andar sem camisa em várias tramas, o ator decidiu “mudar o chip”. Após se desleixar com o corpo e ganhar peso, ele ganhou papéis mais sérios, como o Laerte Villa Nova, de América (2005, foto abaixo).
“Eu estava de saco cheio de exibir os músculos. Então, em América, quis abotoar a camisa até o último botão (risos)! Deixei até de ir à academia. Pensei: “Que se dane se eu perder os músculos e murchar tudo”. Não tem que precisar da academia para ser um ator”, disse à Quem.
Porém, mesmo deixando de lado o estereótipo de machão, interpretar um personagem gay seria mudar da água para o vinho, segundo o ator.
“Você não consegue fazer sal virar açúcar. O gosto vai ser sempre sal. Já fiz uns dez policiais: PM, civil, bombeiro, agente, sargento, capitão, guerrilheiro, ditador de Cuba… Como pegar um cara assim e fazer dele uma bicha?”, indagou Humberto.