Nunca mais? Globo abandona novelas que sempre foram sinônimo de sucesso
07/05/2023 às 11h18
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Alguns temas são recorrentes nas novelas da Globo. Histórias que remetem ao espiritismo, por exemplo, renderam novelas de grande sucesso e que, até hoje, são lembradas pelos fãs da teledramaturgia brasileira. A Viagem (1994, foto abaixo) é o exemplo máximo disso.
Divulgação / GloboNo entanto, a emissora acabou abandonando a temática nos últimos anos. O fracasso de Espelho da Vida (2018) e a demissão de Elizabeth Jhin, que assinou as mais recentes obras sobre o tema, podem explicar o sumiço das tramas espíritas.
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Clássico eterno
Reprodução / GloboConsiderada uma das maiores autoras de novelas de todos os tempos, Ivani Ribeiro não imaginava que, ao escrever A Viagem para a TV Tupi, em 1975, estaria criando um clássico eterno da TV brasileira. A trama fez um sucesso tão grande que rendeu um remake na Globo, em 1994, que tratou de imortalizar a obra para sempre.
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A Viagem conta a história de um bandido, Alexandre (Guilherme Fontes, foto acima), que se suicida na cadeia e se torna um espírito obsessor. Ele passa a afetar negativamente a vida de todos aqueles que acredita serem os responsáveis por sua prisão.
Raro drama na faixa das sete da Globo, normalmente destinada às comédias. A Viagem se tornou um fenômeno. Com média de 52 pontos, foi um dos maiores sucessos da emissora carioca na faixa. E suas reprises revelaram que o folhetim é um fenômeno atemporal: a trama foi reprisada duas vezes na Globo e outras duas vezes no Viva, sempre com sucesso.
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Outros sucessos
Na esteira do sucesso de A Viagem, vieram outras novelas de temática espírita. A maioria, diga-se, de enorme aceitação. É o caso de Alma Gêmea (2005, foto acima), de Walcyr Carrasco, trama que trata da reencarnação. Na história, Luna (Liliana Castro) reencarna como Serena (Priscila Fantin) para reencontrar sua alma gêmea, Rafael (Eduardo Moscovis).
A trama foi mais um fenômeno da Globo. Alma Gêmea bateu recordes de audiência na faixa das seis e fez bonito em suas reprises. Até hoje, é considerada uma das novelas favoritas dos fãs da obra de Walcyr Carrasco, que costuma incluir elementos espirituais ou sobrenaturais em várias de suas obras.
Porém, foi Elizabeth Jhin quem produziu a obra mais extensa sobre a temática. A autora abordou o tema em Escrito nas Estrelas (2010), Amor Eterno Amor (2012), Além do Tempo (2015) e Espelho da Vida, alcançando êxito na maioria delas.
Prestigiada
Escrito nas Estrelas (foto acima) e Além do Tempo são consideradas as melhores novelas espíritas de Elizabeth Jhin. A primeira conta a história de Daniel (Jayme Matarazzo), que não consegue se desprender da vida terrena por conta de seu amor por Viviane (Nathalia Dill).
Já Além do Tempo é considerada uma novela ousada por ser dividida em duas fases, cada uma numa época distinta. Em sua primeira metade, a trama conta a trágica história de amor de Lívia (Alinne Moraes) e Felipe (Rafael Cardoso) que se desenrola no século 19. Já na segunda metade, a trama chega aos dias atuais e mostra a reencarnação de Lívia, Felipe e todos os que os cercam. Praticamente uma novela “dois em um”.
Em Espelho da Vida, Jhin foi ainda mais ousada ao também situar a novela em duas épocas diferentes, mas, desta vez, narrando as histórias simultaneamente. Assim, o público conhecia um grupo de personagens e os reconhecia em sua vida anterior. Provavelmente, foi essa ousadia que fez Espelho da Vida amargar baixos índices de audiência.
Acabou
Divulgação / GloboO fiasco de Espelho da Vida pode ser um dos motivos que fizeram a Globo abrir mão das novelas espíritas. Além disso, Elizabeth Jhin (foto acima) foi dispensada pelo canal em 2021, o que dificulta sua volta em uma nova novela no segmento.
Até o momento, nenhum outro autor da emissora se dispôs a retomar o assunto. Assim, o espiritismo não deve voltar a dar as caras nas novelas da Globo tão cedo.
Mas há uma chance de o tema reaparecer na programação. A emissora não confirma ainda, mas Escrito nas Estrelas aparece como uma das candidatas para substituir Chocolate com Pimenta na faixa das 14h40.
Além disso, a emissora tem se mostrado bastante receptiva aos remakes. Depois de Pantanal, a Globo vai apostar em Elas por Elas (1982) às seis, e Renascer (1993) às nove. Deste modo, nada impede que uma terceira versão de A Viagem seja considerada na estação. Um boato, aliás, que já corre por aí. Será?