Antes de partir, ator detonou boicote da Globo ao filho: “Babaquice”
04/05/2023 às 9h57
No início dos anos 1990, um talento despontava na TV e na música: Flávio Silvino (foto abaixo), filho do humorista Paulo Silvino, conquistava o público brasileiro com sua beleza e talento.
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Mas em 1993 um acidente mudaria toda a vida do artista que, mesmo mostrando força de vontade, não teria mais o mesmo espaço na televisão.
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A fatalidade na estrada
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No dia 2 de novembro de 1993, Flávio Silvino (na foto acima, com o pai) retornava de Cabo Frio em direção ao Rio de Janeiro, ao lado de seu irmão Paulo, quando um carro desgovernado atingiu o veículo do ator.
Paulo só quebrou um braço, enquanto Flávio sofreu uma pancada na cabeça, teve traumatismo cranioencefálico e perda de tecido muscular do braço esquerdo.
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Foram três meses em coma, lutando pela vida. Ele acordou no dia 13 de fevereiro de 1994, após Paulo Silvino contar uma piada. Era um verdadeiro milagre, mas Flávio teria outra luta pela frente…
Superação
Após sair do hospital, Flávio Silvino passou por tratamentos com fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, neurologistas e psicólogos. Aos poucos, o ator começou a caminhar sozinho e voltou a tocar violão, mas a fala e a própria mobilidade foram prejudicadas pelo acidente.
O ator voltaria à televisão em 2000, na novela Laços de Família (foto acima). Na trama de Manoel Carlos, Flávio deu vida a Paulo, filho de Miguel (Tony Ramos).
Na história do folhetim, ele sofreu um acidente de carro que vitimou a sua mãe. A luta para superar o trauma e voltar a rotina tinha a ajuda da fisioterapeuta Isabel (Cynthia Benini).
Críticas à Globo
Mas esse foi o último trabalho do ator na Globo, que não participou de mais nenhum projeto da casa. Paulo Silvino mostrou sua indignação por ver o filho fora do ar.
“Ele pode interpretar um cara que levou um tiro, ou que nasceu assim, ou que vai sair de um coma”, disse a Contigo! em setembro de 2012.
“A diretoria da Globo alega que existem duas correntes: a dos que acham que ele aparecendo iria servir de exemplo para outras pessoas com problemas, e a outra que teme a interpretação de que a empresa estaria usando a deficiência dele para dar Ibope. Essa história do politicamente correto é uma senhora babaquice”, continuou.
Mesmo com a crítica à emissora, Paulo seguia trabalhando no Zorra Total, interpretando vários personagens. Mas em 17 de agosto de 2017, o ator morreu aos 78 anos, vítima de um câncer no intestino.
Assédio moral de diretor
Segundo postagens de sua filha, Isabela Silvino, no Twitter, Paulo (na foto acima, com Cláudia Jimenez) sofreu perseguições de um diretor do Zorra Total antes de falecer.
“Era uma vez um diretor que ficou irritado com uma entrevista que meu pai, Paulo Silvino, deu dizendo que colocaria cacos no texto. Esse diretor enfiou meu pai numa salinha. Nela, ele pegou a entrevista e sacudiu na cara do meu pai dizendo: ‘No meu texto você não mexe. Se você fizer isso, aguente as consequências’”, contou.
Aos poucos, o ator foi sendo retirado de cena e, com a mudança do Zorra Total para o Zorra, ele já não fazia mais parte do elenco.
“Meu pai me disse, quando eu disse a ele que ele precisava denunciar o que tinha acontecido: ‘Na minha vida eu sempre esperei o tempo resolver. E ele resolve, minha filha. Você vai ver”, finalizou Isabela.
Já Flávio Silvino segue sua vida ao lado da mãe, Diva Plácido.
“O Flávio está a mesma coisa. A rotina dele é fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional. Agora tem um home care, com técnicos de enfermagem que se revezam. Cuidei dele até onde pude, são 30 anos que ele está nessa. E precisei de ajuda. Mas eu dedico minha vida a ele”, contou Diva a Quem em maio deste ano.