Vale a Pena Ver de Novo vai acabar? Saiba como a Globo mudou de ideia
03/05/2023 às 17h18
No ar há mais de 40 anos, o Vale a Pena Ver de Novo sempre viveu de altos e baixos, principalmente a partir dos anos 2000, quando surgiram as primeiras grandes crises de audiência da faixa de reprises da Globo. Na ocasião, a atração quase deixou de ser exibida.
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Atualmente, a faixa é responsável por um feito inédito. Ela reexibe pela terceira vez a novela O Rei do Gado (1996), que vai muito bem na audiência e já se encaminha para o seu final, ainda este mês.
Nas redes sociais, o que não faltam são palpites do púbico para saber qual será a substituta. A Globo, por sua vez, anunciou que a nova obra da faixa estreará no dia 29, mas não revelou quem será incumbida de manter os bons índices do horário.
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Experiência malsucedida
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Líder isolada no ibope, a Globo enfrentou sua primeira fase crítica de audiência a partir do ano 2000, quando decidiu reprisar as novelas A Próxima Vítima (1995, foto acima) e Roque Santeiro (1985); ambas foram bem aquém do esperado.
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Com isso, a emissora decidiu arriscar e dar uma pausa na exibição de novelas e apostar em séries e minisséries.
De acordo com matéria publicada na Folha de S. Paulo em 11 de maio de 2001, naquele ano nada parecia dar certo no Vale a Pena Ver de Novo.
Títulos clássicos como Malu Mulher (1979), Carga Pesada (1979) e Mulher (1998) chegaram a ser cotados, assim como minisséries. Porém, essas produções enfrentariam a classificação indicativa, já que foram exibidas à noite originalmente e tinham cenas ousadíssimas. Assim, a ideia não foi para a frente.
Foi então que a Globo optou por reprisar o programa Você Decide, um clássico que marcou época ao apresentar histórias para o público votar e definir o final. A sua primeira reprise foi comandada por Suzana Werner (foto acima) a partir de julho de 2001.
Só que a tentativa de alavancar os índices vespertinos não vingou e a faixa, que antes marcava 13 pontos com a novela de Dias Gomes, passou a marcar 10 com o Você Decide. O mal desempenho da reprise fez com que ele ficasse apenas três meses no ar, sendo substituído pela segunda reprise de A Gata Comeu (1985), pioneira na fase de re-reprises.
Fim das reprises e novo programa
Ainda que a reprise do clássico de Ivani Ribeiro tivesse recuperado a audiência da Globo, o resultado ainda não era o esperado. Assim, de acordo com a Folha de S. Paulo de 28 de outubro de 2001, o “Vale a Pena” estaria com os dias contados.
A ideia era reformular a faixa no ano seguinte, colocando uma atração inédita no lugar. Na ocasião, a líder de audiência pensou em criar um seriado adolescente para ocupar o horário – algo parecido com Malhação e com baixo custo de produção.
Novamente, nada saiu do papel. A volta por cima do horário só aconteceu no final do ano, quando a emissora carioca lançou o Vídeo Game (foto acima), quadro comandado por Angélica dentro do Vídeo Show, que antecedia a faixa. Assim, a atração cresceu em audiência e em tempo de duração, fazendo com que a Globo visse uma oportunidade para voltar a investir na faixa.
Com isso, o Vale a Pena Ver de Novo, que entrava no ar na sequência, foi beneficiado. Tramas de grande sucesso ganharam uma chance na faixa, como História de Amor (1995), Por Amor (1997), O Cravo e a Rosa (2000) e Anjo Mau (1997), consolidando uma sequência positiva.
Aconteceu de novo…
Uma década depois, o Vale a Pena Ver de Novo voltou a enfrentar uma crise de audiência. Novamente, a possibilidade de a faixa sumir da grade vespertina foi cogitada durante um tempo. Para a alegria dos fãs, isso não aconteceu e tudo seguiu normalmente.
Naquele ano, a emissora apelou para as segundas reapresentações de Chocolate com Pimenta (2003, foto acima) e Da Cor do Pecado (2004), grandes sucessos em suas exibições originais e nos seus primeiros repetecos. Só que, ainda assim, as obras não supriram a necessidade do canal, que patinava na casa dos 12 pontos.
Segundo a Folha de S. Paulo, em 4 de outubro de 2012, os diretores do departamento comercial do canal defendiam que o “Vale a Pena” poderia ser trocado por uma atração inédita. Houve até quem defendesse um programa nos moldes do então recém-lançado Encontro com Fátima Bernardes.
A intenção era atrair novos anunciantes e, consequentemente, descansar a imagem de muitos atores e atrizes, além de liberar o acervo para ser reprisado na íntegra pelo Canal VIVA, que na época ainda era restrito a poucas pessoas.
Dois anos se passaram e a Globo decidiu que, além de repaginar a vinheta clássica da faixa, mudaria o horário, colocando-a colada em Malhação, criando assim uma dobradinha.
Nesse modelo – que parecia inédito e funcionou por algum tempo –, durante uma semana duas novelas eram exibidas em sequência. A trama que estava de saída da faixa exibia seus últimos capítulos ao mesmo tempo que a próxima tinha seus primeiros indo ao ar.