Globo ignora sinais e insiste em formato que já deu o que tinha que dar
11/03/2023 às 13h42
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Quando foi lançado, em 2016, o The Voice Kids causou uma verdadeira comoção nas tardes de domingo da Globo. A versão com crianças do famoso talent show caiu como uma luva no horário e agradou em cheio o público familiar da faixa, que se divertia e se emocionava com a história dos artistas mirins.
Reprodução / GloboMas, anos depois, o poder de fogo do programa caiu consideravelmente. Após sete temporadas, o programa já não mais surpreende e, consequentemente, a audiência segue em queda livre. Para tentar sacudir um pouco o formato, a Globo procurou mudar algumas peças e tratou de promover uma boa reforma no elenco. Fátima Bernardes (foto acima) é uma das novidades.
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Entretanto, a emissora ignora que o elenco não é o problema do The Voice Kids. O próprio formato já está surrado, longe de provocar o encantamento de outros tempos. O programa passou.
Dança das cadeiras giratórias
A oitava temporada do The Voice Kids será exibida pela Globo a partir de abril. Na nova fase, o elenco traz novidades. A principal delas é a presença de Fátima Bernardes, que se torna a única apresentadora da franquia ao substituir Márcio Garcia na função.
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O time de técnicos também está diferente. Saem Maiara & Maraisa e Michel Teló, entram Iza (foto acima) e Mumuzinho. Carlinhos Brown, que faz parte do programa desde a primeira temporada, permanecerá.
Trata-se de uma mudança significativa. Conforme apontou o portal Notícias da TV, pela primeira vez o programa não terá, ao menos, um representante da música sertaneja. Além de Teló e Maiara & Maraisa, já passaram pelo show as duplas Simone & Simaria e Victor & Leo.
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Além disso, pela primeira vez, o The Voice Kids terá um elenco de técnicos 100% negro. Uma prova de que a Globo está firme em sua nova política de maior diversidade em seus programas.
Cansaço
No entanto, as mudanças anunciadas soam mais como um toque de verniz num móvel velho. São oito temporadas do The Voice Kids, repetindo ano a ano as mesmas histórias, os mesmos comentários e as mesmas reações ao tal “fofurômetro”.
A dinâmica do programa também segue a mesma. Ou seja, não há mais surpresas, tampouco novos atrativos. As chegadas de Fátima Bernardes, Iza e Mumuzinho não conseguirão disfarçar o enorme desgaste que o programa apresenta.
Hora de inovar
O The Voice Kids já cumpriu sua missão de dar uma injeção de ânimo nas tardes de domingo da Globo. Mas já deu. A audiência decrescente é uma prova incontestável de que o público não está mais interessado em acompanhar um duelo de vozes infantis.
Num passado já distante, a Globo abriu um espaço nas tardes de domingo para programas de temporada. A ideia era, justamente, promover um rodízio de formatos, de modo a manter um ar de constante renovação. O plano deu certo por bastante tempo. Tanto que o The Voice Kids entrou neste rodízio e foi bem-sucedido por anos.
Mas, agora, a Globo parece refém dos mesmos formatos de sempre. Apostas recentes, como Família Paraíso e Minha Mãe Cozinha Melhor que a Sua (foto acima) foram válidas tentativas de sair do lugar-comum, embora não tenham surpreendido. Mas por que não seguir nessa toada e continuar buscando formatos novos?
Assim como o The Voice Brasil noturno, o The Voice Kids já deu o que tinha que dar. A Globo precisa “desapegar” do formato e trazer novidades para o público.