Repórter chuta o balde, expõe Globo e pede R$ 13 milhões na Justiça
09/02/2023 às 11h40
Veruska Donato defendeu as cores da Globo durante 21 anos, mas sua saída do canal foi bastante traumática. Tanto que a repórter está movendo um processo contra a sua ex-emissora, acusando-a de assédio moral.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A profissional afirma que sofreu por conta da pressão estética e do etarismo em seu ambiente de trabalho, o que a teria levado a desenvolver a Síndrome de Burnout. Assim, caso a Globo seja condenada, terá que pagar à Veruska uma indenização de R$ 13 milhões.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Demissão
Durante 21 anos, Veruska Donato foi uma das principais repórteres da Globo em São Paulo. Com presença constante no Bom Dia São Paulo, SP 1 e SP2, a profissional era bastante reconhecida pelo seu trabalho na emissora. Mas, em 2021, ela foi demitida sem justificativa.
O portal Notícias da TV teve acesso ao processo da jornalista contra a Globo, protocolado na 37ª Vara de Trabalho de São Paulo. No documento, de acordo com o portal, os advogados de Veruska afirmam que a profissional foi dispensada do canal cinco dias após uma licença-médica.
LEIA TAMBÉM:
● Demitido pela CNN, jornalista recusou mentira quando deixou a Globo
● Famoso jornalista da Globo pode se tornar chefão da TV de Lula
● Queridinha da Globo ganha força para substituir Renata Vasconcellos no Jornal Nacional
Os defensores da jornalista afirmam que ela desenvolveu a Síndrome de Burnout, um distúrbio emocional que causa sintomas de exaustão extrema. A doença teria surgido por conta do cansaço causado pelo trabalho jornalístico em meio à pandemia da Covid-19, além de cobranças e da pressão estética exercidas pela chefia da repórter.
Por conta da doença, Veruska Donato foi afastada de seu posto por 77 dias com comprovada “incapacidade para o trabalho”. Ela retornou à ativa em 28 de outubro de 2021, mas foi demitida cinco dias depois, em 3 de novembro. Seus advogados, então, acusam a Globo de demissão ilegal, já que ela havia acabado de voltar de uma licença-médica.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Pressão estética
Veruska Donato também acusa sua chefia de exercer enorme pressão estética, o que também teria colaborado para o desenvolvimento de sua doença.
“No caso da reclamante, que se aproximava dos 50 anos de idade (após 20 anos de trabalho), a situação se agravou nos últimos anos da contratualidade, por conta do etarismo praticado pelos prepostos da ré, havendo críticas de chefes e do setor de figurino do jornalismo quanto a qualquer flacidez, ruga ou gordura considerada fora do lugar”, alega a defesa da jornalista.
Para comprovar a acusação, advogados anexaram ao processo um e-mail enviado por Cristina Piasentini (foto acima), diretora de Jornalismo da Globo em São Paulo entre 2008 e 2020, e Ana Escalada, que era chefe de Redação e, atualmente, é diretora.
No documento, divulgado pelo Notícias da TV, as chefes do jornalismo da Globo de São Paulo dão orientações sobre como as repórteres devem se vestir para aparecerem no vídeo. São orientações como não utilizar tecidos que evidenciam o sobrepeso das profissionais.
“Tanto malhas quanto pano corrido que tenham fio de elastano na composição representam perigo em potencial para o figurino. A malha muito apertada marca detalhes, que não deveriam ser marcados, como dobras provocadas pelo sutiã, um estômago mais avantajado, barriguinhas persistentes, especialmente nos tons mais claros”, diz parte do texto do e-mail.
Direitos trabalhistas
Por fim, Veruska Donato também pede reconhecimento de vínculo empregatício, já que trabalhou como Pessoa Jurídica durante 17 anos. Ela só foi contratada como CLT em seus dois últimos anos no canal.
A primeira audiência do processo de Veruska contra a Globo acontece no dia 27 de março. A jornalista pede uma indenização de R$ 13 milhões.
Atualmente, a profissional trabalha como repórter da TV MS, afiliada da Record em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul.