Poliana, Calixto e mais: os grandes destaques da carreira de Pedro Paulo Rangel

11/11/2024 às 14h12

Por: Nilson Xavier
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Nilson Xavier

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Faleceu nesta quarta-feira (21), no Rio de Janeiro, o ator Pedro Paulo Rangel, conhecido do grande público por personagens como o Poliana, da novela Vale Tudo (1988), e Calixto, de O Cravo e a Rosa (2000-2001). Outro ótimo momento de PP (como era conhecido pelos amigos) foi o humorístico TV Pirata (de 1989 a 1992).

Pedro Paulo Rangel

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Pedro Paulo Rangel, que foi fumante por muitos anos, tratava, desde 2002, de uma doença pulmonar crônica. Ele chegou a ser internado e intubado no início de novembro e seu quadro já era grave.

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Teatro e cinema

Nascido Pedro Paulo Marques Rangel – no Rio de Janeiro, em 29 de junho de 1948, filho de um casal de funcionários públicos -, desde adolescente queria ser ator. Ao fazer parte do elenco da peça infantil O Bruxo e a Rainha, de Pedro Reis, na Igreja de Santa Terezinha, em Copacabana, conheceu o ator Marco Nanini, com quem fez o curso de formação de atores no Conservatório Nacional de Teatro (atual Escola de Teatro da UNIRIO).

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Seu primeiro trabalho no teatro profissional foi uma grande experiência: a peça Roda Viva, de Chico Buarque, em 1968, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa, em São Paulo. Com Zé Celso, no Grupo Oficina, atuou ainda em Galileo Galilei, em 1969. Jô Soares conheceu seu trabalho e o levou para fazer Romeu e Julieta.

Outras peças teatrais dessa fase foram Jorginho, o Machão, de Leilah Assumpção, em 1970, e Castro Alves Pede Passagem, de Gianfrancesco Guarnieri, em 1972.

Em 1982, foi premiado com o Moliére de melhor ator pela peça A Aurora da Minha Vida, de Naum Alves de Sousa. Ganhou mais dois Moliéres: em 1989, por Machado em Cena, Um Sarau Carioca, de Luís de Lima; e em 1994, pelo monólogo O Sermão da Quarta-feira de Cinzas, de Moacir Chaves, no qual viveu o Padre Antônio Vieira – que também lhe rendeu os prêmios Shell e Mambembe.

Em 1996, ganhou o Prêmio Cultura Inglesa pela peça O Mercador de Veneza e, em 2004, o Prêmio Shell pelo monólogo Soppa de Letra.

No cinema, atuou em filmes como Como É Boa Nossa Empregada (1973), Prova de Fogo (1980), Os Três Mosqueteiros Trapalhões (1980), O Beijo no Asfalto (1981), Índia, a Filha do Sol (1982), Menino do Rio (1982), O Coronel e o Lobisomem (2005), Chico Xavier (2010) e O Concurso, seu último filme, em 2013.

Televisão

Pedro Paulo Rangel em Saramandaia

Estreou em 1969, na novela Super Plá, da TV Tupi, quando morava em São Paulo, na qual estava rodeado de amigos do teatro: o autor Bráulio Pedroso, o diretor Antônio Abujamra, e os atores Marília Pêra, Antônio Pedro, Rodrigo Santiago e Bete Mendes, entre outros.

Em 1972, de volta ao Rio, fez seu primeiro trabalho na TV Globo, a novela Bicho do Mato. Na sequência, atuou em A Patota, contracenando pela primeira vez na TV com o amigo Marco Nanini.

Em 1975, viveu seu único protagonista em novelas: Juca em O Noviço, baseada na peça de Martins Pena. No mesmo ano, encenou o primeiro nu da TV brasileira, ao lado da atriz Cidinha Milan, na novela Gabriela – ainda que a câmera focalizasse os atores de longe, em meio à chuva, o diretor Walter Avancini os obrigou a gravarem nus.

Ainda na década de 1970, participou das novelas Saramandaia (1976), O Pulo do Gato (1978) e Dinheiro Vivo (1979), nesta, de volta à Tupi.

Nos anos 1980, PP esteve no elenco do Viva o Gordo, de Jô Soares, em que participou de inúmeros esquetes de humor. Em 1988, foi visto na minissérie O Primo Basílio e, em seguida, viveu um de seus personagens mais famosos em novelas: Aldálio Candeias de Vale Tudo, apelidado de Poliana por sempre ter uma posição otimista diante das dificuldades da vida.

TV Pirata

Entre 1989 e 1992, o ator fez parte do elenco do TV Pirata, atuando ao lado de Ney Latorraca, Marco Nanini, Regina Casé, Luiz Fernando Guimarães, Diogo Vilela e outros. Outro personagem marcante foi o homossexual Adamastor na novela Pedra Sobre Pedra (1992), de Aguinaldo Silva, Ana Maria Mortezsohn e Ricardo Linhares. Dos mesmos autores, esteve ainda no elenco de A Indomada, como o Padre Joseph.

Foi visto também nas minisséries O Sorriso do Lagarto (1991) e Engraçadinha, Seus Amores e Seus Pecados (1995), nas novelas O Mapa da Mina (1993), O Fim do Mundo (1996) e Pecado Capital (1998), nas séries A Comédia da Vida Privada e Brava Gente, e em alguns episódios do Você Decide.

Anos 2000 em diante

O Cravo e a Rosa

No ano de 2000, esteve em dose tripla na televisão: nas minisséries A Invenção do Brasil e A Muralha e na novela O Cravo e a Rosa, na qual viveu outro de seus personagens mais populares: o simplório Calixto, dividindo cenas divertidas com Petrucchio (Eduardo Moscovis) e Mimosa (Suely Franco).

A partir da década de 2000, PP esteve nas minisséries O Quinto dos Infernos (2002), Um Só Coração (2004), Amazônia, de Galvez a Chico Mendes (2007) e Som & Fúria (2008), e nas novelas Sabor da Paixão (2002), Belíssima (2005), Desejo Proibido (2007), Cama de Gato (2009) e Amor Eterno Amor (2012), além de seriados e humorísticos como A Diarista, Os Aspones, A Grande Família, Sob Nova Direção, Minha Nada Mole Vida e outros.

Em 2013, após mais de 30 anos na TV Globo, o ator não renovou contrato com a emissora, diminuindo assim seu ritmo de trabalho para cuidar da saúde. Em 2022, a TV Cultura exibiu seu último trabalho, a série Independências.

Para sempre lembrarei de Pedro Paulo Rangel em Vale Tudo, de onde a imagem de Poliana comendo banana virou meme na Internet; e em O Cravo e a Rosa, de Calixto falando das caveiras dos pais de Petrucchio no túmulo. Grande ator, genial!

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