Autora de Travessia usa espiã para saber o que está errado na novela
26/10/2022 às 10h15
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Gloria Perez já revelou que pretende fazer de Travessia um grande sucesso e, por isso, está atenta à resposta do público quanto ao seu enredo. A autora deu o start de sua trama com menos de 20 capítulos prontos, pois pretende sentir como os espectadores estão recebendo a história que pretende contar. E, para ouvir a “voz das ruas”, Gloria tem um truque simples, mas eficaz: trata de colocar uma espiã para ouvir opiniões.
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A autora não revelou se sua espiã já está à postos para colher comentários sobre Travessia. Mas, durante A Força do Querer (2017), Gloria revelou que o trabalho de sua espiã é fundamental para que ela saiba como o público está reagindo à sua novela.
Na época, Gloria contou que acredita mais na “voz das ruas” do que na “voz da internet”, pois, segundo ela, a web é um espaço manipulado. Já na rua, o termômetro é mais eficaz, pois, ali, o “clamor é verdadeiro”.
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O povo fala
Em entrevista ao portal Notícias da TV, em 5 de abril de 2017, Gloria Perez contou detalhes sobre o trabalho de sua “espiã”.
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“Se você prestar atenção nas ruas, os grupos de discussão vão dizer exatamente o que você já ouviu. Tenho uma pesquisadora que está comigo desde a [extinta TV] Manchete. Ela faz um trabalho interessante porque não adianta eu, com a minha cara, puxar esse assunto. Até por educação as pessoas vão elogiar minha novela. Ela vai na fila do banco ou do mercado e solta um bordão, por exemplo, ou comenta o rumo de um personagem”, revelou a novelista.
Para Gloria, esta resposta na rua é importante para que ela constate se os espectadores estão compreendendo a mensagem que ela quer passar. Caso contrário, ela precisa modificar a maneira como narra sua história.
“A escuta não é só para mudar o rumo da história, é importante eu ouvir o que as pessoas pensam para saber se o que escrevo está chegando do jeito que imagino”, explicou.
Indiferença
Na mesma entrevista, Gloria Perez falou sobre como é necessário que sua novela se torne assunto. Para ela, não importa se falam bem ou mal: o importante é que falem da novela. Segundo a autora, novela desperta paixões no público e, portanto, gera sentimentos contraditórios.
“Vale amar e odiar, a única coisa insuportável é a indiferença. Essa é a medida que eu uso nos meus trabalhos, uma medida que aprendi com Janete Clair [1925-1983]”, cravou Gloria, autora de sucessos como O Clone (2001) e Caminho das Índias (2009).
Indiferença esta que a autora está experimentando agora com Travessia. Além da baixa audiência, a atual novela das nove da Globo não tem tido grande repercussão junto ao público. Será que Gloria já acionou sua espiã para descobrir, nas ruas, o que não está funcionando? Provavelmente sim.