Esquecido, ator de A Grande Família foi parar em cadeira de rodas
19/01/2023 às 18h50
Ator de teatro, do cinema e da televisão, Jorge Dória figura entre os grandes nomes da arte no Brasil. Nascido em 12 de dezembro de 1920, no Rio de Janeiro, o artista ganhou notoriedade com personagens ligados ao humor, como o Lineu da primeira versão de A Grande Família (1972). Posteriormente, o personagem foi eternizado na televisão por Marco Nanini (foto abaixo), na segunda versão da série.
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Com anos de dedicação à dramaturgia, em todas as suas vertentes, Jorge precisou se afastar do trabalho por conta de um AVC (acidente vascular cerebral). A volta ao Zorra Total (1999), programa no qual ele brilhou em seus últimos anos de atividade, chegou a ser cogitada, mas não aconteceu.
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Biografia
Filho de um oficial da cavalaria e de uma dona de casa, Jorge Dória formou-se em um colégio militar. Na década de 1940, para desespero da família, ele abdicou de um emprego estável para seguir a carreira artística.
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Jorge Dória passou pelo teatro, integrando a equipe da atriz Eva Todor, e pelo cinema – na festejada Atlântida. A sétima arte contou também com argumentos de Dória, especialmente filmes dos gêneros policial e de comédia.
O ingresso na TV se deu na década de 1970. Após participar da novela E Nós, Aonde Vamos? (1970), da Tupi, ele seguiu para a Globo. Com o chefe da família Silva, Lineu, de A Grande Família (foto, com Eloísa Mafalda), Jorge alcançou projeção nacional!
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Destaque na TV
Nos anos seguintes, o ator transitou por outras emissoras, como a Tupi, onde fez Aritana (1978), e a Band, com Cavalo Amarelo (1980). Ainda, Jogo de Amor (1985) no SBT. Os trabalhos de maior destaque, contudo, se deram na Globo.
Entre os títulos da emissora-líder que contaram com o talento de Jorge Dória estão Champagne (1983), Brega & Chique (1987), Que Rei Sou Eu? (1989) e Meu Bem, Meu Mal (1990), todos de Cassiano Gabus Mendes.
Dória também brilhou em Deus Nos Acuda (1992), Quatro Por Quatro (1994), Zazá (1997) e Era Uma Vez… (1998). No Zorra Total, ele interpretou Maurição, machão incomodado com o filho gay Alfredinho (Lucio Mauro Filho), que sempre exclamava “mas onde foi que eu errei?”.
A partida de Jorge Dória
Em novembro de 2004, o veterano sofreu um AVC. A esposa Isabel Cristina Gasparin, enfermeira, afirmou que ele demonstrava garra e vontade de se recuperar e de viver.
“O Dória vem surpreendendo a todos nós, inclusive aos médicos. Depois do AVC hemorrágico que sofreu, não era nem para ele estar falando como está. Mas, ele tem uma energia, uma vitalidade, uma disposição invejável, e que estão ajudando muito na recuperação”, exaltou ela em entrevista ao portal O Fuxico, em 4 de fevereiro de 2006.
Cristina relatou que o esposo não sofreu sequelas na voz e na face. E que Jorge deveria voltar ao trabalho, em um papel escrito especialmente para ele. No entanto, ele só se movimentava usando cadeira de rodas, que o acompanhou pelo resto dos seus dias.
“Ainda não sei ao certo como será. Só sei que é um delegado, que passa o tempo todo sentado, por conta da dificuldade que ele tem para andar. Mas, não sei quando ele volta, ou se esse quadro será fixo ou apenas durante o tempo em que ele estiver impossibilitado de andar. Só sei que ele está louco para voltar ao trabalho”, comentou.
O retorno, infelizmente, não aconteceu. Em setembro de 2013, Jorge Dória foi encaminhado ao hospital Barra D’Or, Rio de Janeiro, para tratar de uma infecção respiratória. Ele também sofria com complicações renais.
Jorge Dória faleceu aos 92 anos, em 6 de novembro de 2013. Ele deixou um filho, Ricardo, do relacionamento com a atriz Leda Valle. Entre 1980 e 1982, Dória foi casado com a também atriz Íris Bruzzi.