Carisma de Marcos Mion não salva programa no piloto automático

29/09/2022 às 17h15

Por: Piero Vergílio
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Na história recente da televisão, poucas vezes uma mudança de emissora foi tão comentada quanto à chegada de Marcos Mion à Rede Globo, oficializada em agosto do ano passado. Em várias entrevistas, o apresentador não escondeu de ninguém: trabalhar na emissora dos Marinho é a realização de um sonho antigo.

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Dadas as circunstâncias que envolveram a sua chegada – entre a assinatura do contrato e a sua estreia, em 4 de setembro de 2021, o intervalo de tempo foi de cerca de um mês –, Mion e toda a equipe tiveram a missão de redesenhar o Caldeirão às pressas, já que Luciano Huck, o antigo titular, levou seus quadros de sucesso.

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E, em um primeiro momento, tiveram êxito nessa missão. O público se empolgou ao ver no ar um programa alegre, que em nada lembrava os últimos anos do Caldeirão do Huck, que se notabilizou por trazer histórias cujos protagonistas enfrentavam os mais variados tipos de dificuldades.

Efetivação aos sábados

Marcos mion - Tunel do Amor

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Talvez nem mesmo a Globo esperasse tamanho sucesso de Mion. Diante da repercussão, o apresentador foi efetivado aos sábados – inicialmente, o vínculo do comunicador tinha data de validade, até dezembro de 2021 – e o programa recuperou o seu tempo de arte original.

Passado mais de um ano da estreia, a empolgação em torno da atração já não é mais unanimidade. Nem mesmo o carisma de Mion faz do Caldeirão um programa imperdível. Por algum motivo, toda a equipe que produz e dirige a atração permanece em sua zona de conforto, com poucos investimentos em novos conteúdos.

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Mais do mesmo…

A fórmula da atração se repete toda semana e já dá sinais de desgaste. A cada edição, são exibidos os mesmos dois quadros. Neste primeiro ano, pouquíssimas renovações: trocado pelo Caldeirola, o Sobe o Som estreou segunda temporada recentemente. Já o Tem ou Não Tem deu lugar ao Toque de Caixa.

Se antes era compreensível o fato de não reinventar a roda, hoje esse comportamento parece comodismo. A falta de uma concorrência forte no horário também ajuda a entender porque a preocupação em diversificar os conteúdos e promover lançamentos não parecem ser uma prioridade.

Reformulação necessária

Caldeirão - Marcos Mion

Ainda que, hipoteticamente, as verbas do programa sejam enxutas, é possível sim variar o cardápio: por que não escalar Mion para invadir gravações de surpresa nos Estúdios Globo e fazer os artistas cumprirem desafios? Ou então sair nas ruas em busca de histórias curiosas de anônimos? Entrevistar famosos com perguntas inusitadas?

Essas são sugestões simples, apenas para a impossibilidade de haver compra de formatos. Para o telespectador, uma renovação periódica é bem-vinda para afastar a sensação de déjà vu. O  público, senhor absoluto do controle remoto, pode cansar rápido de ver situações repetidas.

Caso semelhante ocorre com Ivete Sangalo e o seu Pipoca: nem a irreverência da cantora é suficiente para transformar o programa em um sucesso diante de tantos quadros bobos e batidos. O dominical parece uma colcha de retalhos.

Enquanto isso…

Domingão com Huck

O Domingão, bastante criticado em seu início, se esforça para descolar da sombra de Faustão – e do próprio Caldeirão do Huck – e ganhar uma identidade própria: a batalha do Lip Sync se mostrou um acerto, bem como a presença fixa de Déa Lúcia, mãe de Paulo Gustavo, e Lívia Andrade, duas figuras carismáticas.

A conclusão a que se chega é: um programa perfeito reúne um apresentador com o carisma de Mion e o empenho da equipe de Luciano Huck, que constantemente se preocupa em trazer algo novo para quem o assiste. Quem está em casa agradece!

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