Autor ainda não superou demissão da Globo: “Puxaram meu tapete”

Fora da Globo desde 2020, o autor Aguinaldo Silva ainda guarda mágoas de sua antiga empresa. Na última quinta-feira (22), ele usou as redes sociais para desabafar sobre situações que viveu em sua passagem pela emissora.

Aguinaldo reclamou que mal havia terminado de escrever uma novela e já havia cobrança quanto à próxima. A publicação sobre este tema repercutiu no Twitter, onde o novelista é bem atuante.

Alfinetada

A queixa de Silva estava relacionada ao trabalho exaustivo de um autor, bem como a busca, nada fácil, por sucessos de audiência e repercussão.

“Novela é assim: você escreve, 30 milhões de espectadores durante 6 meses só falam disso, ela termina e, três meses depois, o executivo mor da emissora te chama e diz: ‘É, essa foi legal. Agora faz outra’. Tudo isso como se você tivesse acabado de lavar uma trouxa de roupa no rio”, disparou.

O novelista não citou nomes, mas deixou claro que havia muita cobrança dentro da casa na qual atuou por mais de quatro década.

Atritos nos bastidores

Não é de hoje que Aguinaldo Silva expõe problemas relacionados à saída da Globo. Em entrevista ao programa A Noite é Nossa, da Record, ele declarou ter ressentimentos de profissionais da casa.

“E eu fiquei um pouquinho magoado com duas ou três pessoas que também não estão mais lá”, admitiu.

Os problemas de O Sétimo Guardião

A relação Aguinaldo e Globo começou a azedar com a O Sétimo Guardião (2018). Problemática do início ao fim, a trama rendeu muito mais pelos bastidores do que pela sua passagem pela televisão.

A suspeita de um envolvimento entre os atores José Loreto e Marina Ruy Barbosa e a acusação de plágio por um dos alunos da oficina de Silva bagunçaram os bastidores, que repercutiram mais do que o folhetim repleto de mistérios.

A história espantou o público; os protagonistas (Marina e Bruno Gagliasso) não tinham química. Grupos de discussão apontaram problemas no enredo, que demoraram a ser corrigidos. No auge da crise, o autor apostou numa série de assassinatos, sugerida pelo então diretor de Dramaturgia Silvio de Abreu.

“O que aconteceu em ‘O Sétimo Guardião’ é que talvez eu estivesse em uma fase muito ativa na internet. Eu tinha opiniões muito próprias, e isso não foi bem aceito pelas pessoas, que viram na novela uma oportunidade para puxar o meu tapete”, explicou.

Apesar de todos os problemas de seu último trabalho, Aguinaldo Silva colecionou êxitos em sua passagem pela Globo.

Roque Santeiro (1985) foi um fenômeno de audiência e repercussão. Ainda, Vale Tudo (1988), Tieta (1989), A Indomada (1997), Senhora do Destino (2004) e Fina Estampa (2011), entre outros clássicos.