Artista de A Grande Família luta contra doença degenerativa: “Perdi o chão”

02/09/2022 às 19h45

Por: Sebastião Uellington
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Pedro Cardoso (Agostinho) e Guta Stresser (Bebel) em A Grande Família (Divulgação / Globo)

Intérprete de Bebel em A Grande Família, Guta Stresser está lutando bravamente contra a esclerose múltipla.

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A Grande Família - Guta Stresser

Guta ganhou fama ao interpretar Maria Isabel, filha do casal Lineu (Marco Nanini) e Nenê (Marieta Severo), esposa de Agostinho Carrara (Pedro Cardoso, foto).

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Após anos de dedicação à série – de 2001 a 2014 –, Guta passou por produções como Amorteamo (2015), Mister Brau (2015) e Malhação – Vidas Brasileiras (2018).

O difícil diagnóstico

Guta Stresser

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Foi durante a sua participação no quadro Dança dos Famosos, do extinto Domingão do Faustão, que a artista começou a perceber que havia algo errado com ela. Tal percepção veio acompanhada de uma queda em casa.

“Sofria com as notas, falava: ‘Meu Deus do céu, não estou conseguindo’. Eu queria ir bem, fazer bem. Então isso me assustava muito: ‘Como é que pode? Eu tinha muita facilidade para decorar. Agora eu não consigo pegar uma coreografia’”, desabafou Guta Stresser em entrevista ao Fantástico (26/06/2022).

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Nesta matéria, ela revelou a descoberta do diagnóstico. Ela voltou ao assunto em depoimento à revista Veja, também em junho:

“Perdi o chão na mesma hora. Nem sabia direito o que era aquilo, só que afetava o cérebro, e só isso me soou aterrorizante”.

Stresser também salientou que passou a sofrer com pesadelos recorrentes por conta da doença.

“Pela minha cabeça se desenrolava um filme em que eu ficava completamente incapacitada. Passei a ter um pesadelo recorrente: imóvel, sem conseguir falar, tentava avisar meu companheiro”, relatou.

Efeitos e tratamento

Malhação - Guta Stresser

A esclerose múltipla pode trazer distúrbios de atenção de memória, déficit de coordenação motora, perda de força muscular e sensibilidade, além de alterações visuais. A doença não tem cura. O tratamento, contudo, é eficaz e pode ser feito através do SUS.

Guta Stresser conseguiu os medicamentos gratuitamente, em postos de saúde. Ela lamentou o alto valor dos remédios, para quem não consegue prosseguir com o tratamento na rede pública de saúde – um imunomodulador chega a custar, no setor privado, R$ 6 mil.

“São remédios raros, difíceis de encontrar e caros. É super importante que as pessoas saibam que não é porque eu sou a Guta Stresser que eu consegui o remédio do SUS que é caríssimo. Não!”, frisou.

Guta Stresser

Ela também celebrou o tratamento alternativo com óleo de canabidiol, substância encontrada na cannabis.

“O canadibiol entra mais como um amigo. Acredito muito na potência da cannabis na redução de determinados problemas. Ouço muitos relatos de pessoas que sentem o mesmo com o uso do canadibiol”, ressaltou em entrevista ao UOL, em agosto deste ano.

A doença, no momento, encontra-se estacionada. Guta celebrou o fato dela não atingir a região da medula óssea.

No palco com Cláudia Rodrigues

Guta Stresser

Recentemente, Guta Stresser se encontrou com Cláudia Rodrigues em Curitiba, Paraná. As duas aproveitaram a ocasião para anunciar a montagem de um espetáculo teatral sobre a esclerose múltipla.

Cláudia Rodrigues, que ficou marcada pela personagem Marinete, protagonista de A Diarista (2004), convive com a doença desde 2000. Ela afastou-se do vídeo praticamente em 2007. Ela já havia enviado uma mensagem para a colega, através do Instagram, pedindo para que ela não perdesse a fé durante o tratamento.

“Nunca desista, tenha fé, acredite. Você vai vencer como eu estou vencendo”, decretou Cláudia. “Quero te dizer que a doença é uma merda, é uma doença degenerativa que vai acabando com a gente, é muito complicado isso. Tem que confiar em Deus, tem que ter muita fé mesmo e lutar muito, fazer tudo que precisa ser feito”, completou.

O encontro das duas foi registrado na rede social de Guta. Os fãs das artistas festejaram a parceria.

“Encontro de ‘esclerosadas’ felizes aqui em Curitiba! Eu e a Cláudia Rodrigues estamos conversando para fazer uma peça sobre o tema, com todo humor que a gente gosta e trazendo informação e jogando luz, literalmente, sobre o tema”.

Ela ressaltou que, juntas, vão lutar por inclusão e por um tratamento justo e adequado para todos que forem diagnosticados com a doença. Além de batalhar, claro, para derrubar o preconceito em torno de quem tem esclerose múltipla.

“Nem sempre o que é bom para um é bom para o outro, mas certamente o tabu não acrescenta em nada à nossa luta! Vamos juntes desmistificar e derrubar preconceitos! Salve a arte, a cultura e a saúde! Salve o agosto laranja. Salve a amizade!”.

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