A Favorita teve versão bem diferente exibida no exterior; entenda o motivo
26/07/2022 às 15h24

Atual cartaz do Vale a Pena Ver de Novo, A Favorita (2008) teve uma versão bem diferente no exterior. A Globo “encaretou” a trama para o mercado externo.
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Estreia do autor João Emanuel Carneiro às 21h, A Favorita fugiu das regras do folhetim ao esconder do público quem era a mocinha e quem era a vilã.
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Narrativa incomum
O núcleo central destacava a rivalidade de Flora (Patrícia Pillar) e Donatela (Claudia Raia). Parceiras no passado, quando se apresentavam como a dupla sertaneja Faísca e Espoleta – famosas pelo hit Beijinho Doce –, elas trocavam acusações por conta do assassinato de Marcelo (Flávio Tolezani).
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Flora cumpriu 18 anos de pena por ter sido julgada culpada pelo crime, enquanto Donatela, viúva de Marcelo, criou a filha que, supostamente, era dele e da rival: Lara (Mariana Ximenes). Ao deixar a cadeia, a vilã busca formas de desmontar a “narrativa” que, segundo ela, a mocinha criou para condená-la.
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Até a revelação do verdadeiro caráter de Flora, no capítulo 56, exibido em 5 de agosto de 2008, público e personagens acumularam dúvidas sobre qual das duas histórias era verídica. Donatela enfrentou inúmeras provações até conseguir provar sua inocência e reconquistar Lara, iludida pela mãe biológica.
Cortes em nome da audiência
A Favorita demorou a engrenar no Brasil, por conta da concorrência com Os Mutantes – Caminhos do Coração (2008) e da narrativa, digamos, incomum. Para comercializar a novela no exterior, a Globo resumiu o primeiro terço, precipitando a descoberta de Flora como vilã.
O canal tomou essa decisão temendo que os telespectadores latinos, que consomem produções com enredos maniqueístas, não compreendessem a estratégia do autor. Com isso, A Favorita perdeu cerca de 50 dos seus 197 capítulos originais.
Até novembro de 2009, a trama já havia sido vendida para 18 países – entre eles Cuba e Coreia do Sul. No mesmo período, Da Cor do Pecado (2004), outro título escrito por João Emanuel, liderava a lista de vendas, com cerca de 100 países, em média 20 contratos internacionais por ano.