Pantanal recebe as mesmas críticas da versão original: “Conversa pra boi dormir”

09/07/2022 às 18h06

Por: André Santana
Imagem PreCarregada

Para muitos espectadores de Pantanal, a novela da Globo perdeu o pique. Nos últimos capítulos da trama, as constantes reviravoltas deram espaço a um sem-número de diálogos repetitivos e situações que pouco contribuem para o andamento da obra de Benedito Ruy Barbosa, atualizada por Bruno Luperi.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Pantanal

Entretanto, a mesma coisa aconteceu com a versão original da obra, exibida em 1990 na TV Manchete. Uma matéria da Folha de S. Paulo, assinada por Marcelo Xavier de Mendonça e publicada em 15 de julho de 1990, apontava tudo o que estava ficando aborrecido no folhetim.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Aparentemente embriagada pelo sucesso de audiência que amedrontou a toda-poderosa líder de audiência, Pantanal começa a atolar na repetitividade dos diálogos e na absorção de todo o tipo de merchandising”, começa o texto.

De acordo com a publicação, a novela estava dando espaço às “inovações” trazidas para a fazenda de José Leôncio (então Claudio Marzo).

LEIA TAMBÉM:

“Jove (Marcos Winter) ganha uma Handycam da avó, e o novo instrumento passa disputar o espaço com as violas e os violeiros, forçando a barra em cenas inteiras”, explica.

Ou seja, o autor da matéria aponta o mesmo problema visto nesta versão de Pantanal. A chegada do drone de Jove, além de toda a tecnologia proporcionada pela chegada da internet à fazenda só serviu como merchandising, já que a trama em si ficou parada.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Conversa pra boi dormir

Pantanal

Outro motivo de reclamação sobre a novela das nove é o fato de haver muita conversa que anda em círculos. Na versão original, estas “conversas para boi dormir” também atrapalharam a novela.

“Como nas cenas onde Jove e José Leôncio estão no avião, percorrendo o império do peão que deu certo. Algo do tipo: Pai: ‘Parece que cê tá gostando mesmo dessa moça…’. Filho: ‘Eu adoro a Juma, pai’. Mais algumas cenas, volta o par no avião: Pai: ‘Mas cê gosta mesmo da Juma, filho?’. Filho: ‘Gosto demais, pai; gosto demais’”, disse a matéria da Folha.

O texto também reclama do fato de Pantanal se arrastar demais na condução da bigamia de Tenório (Antonio Petrin, no original, e Murilo Benício no remake). Uma reclamação que se vê atualmente: nas redes sociais, foram inúmeras as críticas sobre as cenas de Tenório em São Paulo.

Antes e depois

Pantanal

O texto da Folha de S. Paulo é finalizado com um “antes e depois”, analisando os pontos que fizeram de Pantanal uma boa novela, mas que haviam se perdido no decorrer dos episódios.

“Antes – As revelações se sucedem, personagens novos aparecem, e as cenas têm tensão dramática, como no primeiro encontro entre Jove (Marcos Winter) e seu pai, Zé Leôncio (Cláudio Marzo).

Depois – A trama se arrasta, diálogos se repetem, esvaziando o potencial de situações como a crise do casal Tenório (Antonio Petrin) e Maria Bruaca (Ângela Leal), ou a relação entre Zé Leôncio e Jove”.

Ou seja, apesar de trabalhar na atualização da obra do avô, Bruno Luperi, que assina o remake, não mexeu em nada no que se refere ao ritmo de se contar a história. A crítica deixa claro que os problemas do remake são exatamente os mesmos da obra original.

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.