Sucesso da Globo na primeira metade dos anos 1990, a Escolinha do Professor Raimundo arrumou confusão com os evangélicos, como outros programas da emissora – vide a minissérie Decadência.

Escolinha do Professor Raimundo

Em 1994, um dos astros do humorístico, Tom Cavalcante, começou a imitar pastores através de seu personagem João Canabrava. As piadas irritaram muitos religiosos, que passaram a reclamar para a Globo e diretamente para Tom e o comandante do programa, Chico Anysio.

“Eles não entendem que é uma brincadeira. É como quando eu fazia o personagem Tim Tones”, explicou Chico ao jornal O Dia em 8 de maio daquele ano.

Tom garantiu que já usava a imitação e que não queria ofender ninguém.

“Eu não me visto de pastor, é o João Canabrava que usa a voz do Pastor Alberto, personagem que eu fazia no show Não Saia do Tom, que apresentei anos atrás, ainda em Fortaleza. Mas é só a voz dele que eu uso”, ressaltou.

Carapuça

Show do Tom

A reportagem destacou que as polêmicas começaram quando Tom, através das piadas, buscava alertar as pessoas para não se deixarem levar por falsos pastores, perdendo dinheiro. Sem se incomodar com as críticas, Chico Anysio garantiu que as brincadeiras iam continuar sendo feitas.

“As igrejas sérias, como a Metodista e a Assembleia de Deus, não reclamaram. Só os que querem mesmo dinheiro escrevem”, definiu.

“Quem se incomoda é porque a carapuça serviu”, completou Tom.

Essa encarnação da Escolinha ficou no ar até o ano seguinte, quando foi tirada do ar por baixa audiência e altos custos.

Tom Cavalcante acabou virando uma das estrelas do Sai do Baixo, entre 1996 e 1999, e depois teve seu próprio programa, o Megatom, antes de deixar a Globo.

Alguns anos depois, entre 2004 e 2011, Tom acabou trabalhando, ironicamente, na Record, comandada por Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus e um dos alvos da Globo naquela época.

Compartilhar.