Na história da dramaturgia, muitos atores ganharam destaque logo no início da carreira. Assim ocorreu com Chiquinho Brandão, ator talentoso que saiu de cena muito cedo.

Top Model

Natural de Jaú, interior de São Paulo, Chiquinho começou a sua carreira no cinema, ao atuar, no filme Noites Paraguaias, de 1982. Foi destaque nos filmes A Marvada Carne (1985), Cidade Oculta (1986) e Anjos da Noite (1987).

Já na televisão, ele fez parte do elenco do programa infantil Bambalalão. Além de viver o personagem Professor Parapopó, ele manipulava os bonecos João Balão e Bambaleão – este último era um leãozinho galanteador que sempre tentava conquistar o coração de Silvana Teixeira, apresentadora da atração.

Destaque em novelas

Chiquinho Brandão e Maitê Proença

Seu primeiro papel em novelas foi em Helena, exibida pela TV Manchete em 1987. No ano seguinte, foi contratado pela Globo e esteve presente em Bebê a Bordo, vivendo o personagem Joca.

Já em Top Model (1989), ele interpretou o bandido Grilo. O personagem fez com que ele tivesse um olhar especial com as crianças e o menor abandonado.

“Tenho uma ligação muito forte com as crianças. Sempre foi assim e elas também demonstram o mesmo sentimento em relação a mim. Com o Grilo de Top Model, isso ficou ainda mais claro, pois em todo lugar que vou, elas sempre me cercam. Pobres ou ricas, são na minha vida uma companhia constante, de que muito me orgulho”, revelou ao jornal O Globo.

Em 1990, Chiquinho esteve presente em Riacho Doce, interpretando Pedro. Naquela mesma época, ele foi um dos destaques do filme Beijo 2348/72, que lhe rendeu o prêmio de melhor ator no Festival de Brasília.

Partida precoce

Chiquinho Brandão

Chiquinho estava no melhor momento de sua carreira quando foi chamado para atuar na minissérie O Sorriso do Lagarto (1991).

Infelizmente, a carreira do ator foi interrompida no dia 4 de junho de 1991, quando ele perdeu o controle de seu Passat e se chocou com uma árvore. Aos 39 anos, Chiquinho morreu na hora.

Como a produção da Globo estava no ar, a solução encontrada para o sumiço do personagem foi a chegada de um primo dele, vivido por Stepan Nercessian.

Paulo Betti, amigo do ator e parceiro de vários projetos, falou sobre a perda de Chiquinho em um artigo na Folha de S. Paulo:

“Chiquinho não chegou a explodir para as massas. Mas ia. Estava na plataforma de lançamento. Só que resolveu permanecer quase exclusivo de uma legião de amigos. Saiu num drible estonteante pela direita. Numa madrugada de Ipanema. Deixou uma flor ali, foi visto se divertindo acolá, virou lenda. Não morrerá jamais. Como diz A. Torres: ‘Vazio estou eu, com um amigo a menos no mundo'”.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor