Família negou Aids: após se destacar, promessa da Globo se foi cedo

A Globo sempre apostou em novos rostos para as suas produções em teledramaturgia. George Otto (na foto com Alexandra Marzo, em Fera Radical) foi um dos atores que começaram a despontar no elenco da emissora no final dos anos 1980.

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O artista começou sua carreira aos 17 anos, em musicais famosos, como Hair e A Chorus Line. A primeira chance na televisão veio em uma participação no seriado Malu Mulher, em 1980. Ele ainda esteve presente nas minisséries Parabéns Para Você (1983) e Anarquistas, Graças a Deus (1984).

Sua primeira novela foi Ti-Ti-Ti (1985). Otto seguiu para a Manchete em 1987 e fez parte do elenco de Helena. De volta à Globo no ano seguinte, ele teve a chance de ter um papel de destaque.

Dois vilões em seguida

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Em Fera Radical (foto acima, com Claudia Abreu e Denise Del Vecchio), novela de Walther Negrão, Otto interpretou o vilão Rafael Flores Mendes, jovem desajustado que teve um final violento na trama.

Pelo sucesso de seu personagem, ele foi escalado para viver outro vilão em O Salvador da Pátria (1989). O ator deu vida a Roberto Amaral, um homem que se passava por esportista, mas que, na verdade, era um traficante e assassino que guardava um mistério importante na trama de Lauro César Muniz.

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“Por coincidência, só estou ganhando papéis de vilão. Mas não acredito que eu vá ficar com o rótulo. Gosto de ser parado nas ruas e dou a maior atenção a todos”, disse o ator ao jornal O Globo em 1989.

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Partida precoce

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Casado e pai de uma filha, ele vivia um grande momento em sua carreira e na vida pessoal. Em 1990, foi escalado para trabalhar em Meu Bem, Meu Mal, interpretando o personagem João. Esse acabaria sendo o seu último trabalho na televisão.

No dia 4 de agosto de 1991, durante uma viagem de avião entre o Rio de Janeiro e São Paulo, George Otto sofreu um infarto fulminante, vindo a falecer aos 36 anos. Na época, foi criado um boato de que ele tinha sido mais uma vítima da Aids, o que foi veementemente desmentido por sua família.

George Otto deixou a esposa Sandra e a filha Stephanie. Sua partida precoce foi sentida pelo público e por seus colegas, mostrando que ele teria um futuro brilhante na teledramaturgia brasileira.