Primeira “versão” de Pantanal na Globo terminava há 29 anos
06/11/2024 às 12h25
Benedito Ruy Barbosa teve a ideia de fazer Pantanal em 1983, após finalizar Paraíso e ir descansar uns dias numa pousada de Sérgio Reis naquela região. Durante anos, o autor tentou emplacar a novela na Globo, mas sempre recebeu respostas negativas. Até que se cansou e aceitou convite de Jayme Monjardim para fazer a produção na Manchete. O resto é história.
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Mas há quem diga que a Globo, indiretamente, já fez uma versão de Pantanal antes do remake foi exibido recentemente. Isso porque Renascer, grande sucesso exibido entre 8 de março e 13 de novembro de 1993, tinha muitos elementos utilizados em Pantanal.
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“A sinopse preparada por Barbosa para a Globo sugere mais de uma semelhança entre a nova novela e o grande sucesso dramatúrgico da Manchete. Vai retratar, a exemplo de Pantanal, uma saga familiar. Os primeiros capítulos serão ambientados em um passado recheado de regionalismo e misticismo. Ao invés do gado, o coronel da nova novela terá no cacau sua fonte de riqueza”, comparou a Folha de S.Paulo em 23 de agosto de 1992.
Semelhanças
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Como lista nosso colunista Nilson Xavier em seu site Teledramaturgia, comparações entre Renascer e Pantanal foram inevitáveis:
– O protagonista de ambas as tramas era dono de uma vasta propriedade (José Leôncio / José Inocêncio).
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– Ambos possuíam um vizinho que se tornou seu inimigo (Tenório / Teodoro).
– Nas duas novelas, Marcos Palmeira viveu o filho enjeitado do protagonista (Tadeu / João Pedro).
– O vizinho do protagonista tinha uma filha (Guta / Sandra) que se apaixonou justamente pelo filho enjeitado (Tadeu / João Pedro).
– O vizinho (Tenório / Teodoro) tinha uma submissa mulher, tratando-a com truculência e dando-lhe um apelido depreciativo (Maria Bruaca / Dona Patroa).
– Havia a presença de uma estranha (Muda / Mariana), que aparecia do nada para se vingar de um personagem e que descendia de um antigo inimigo dele.
Diferenças
Três artistas participaram das duas novelas: além do já citado Marcos Palmeira, Tarcísio Filho e José de Abreu. Ainda foram cotados nomes de Cláudio Marzo, que inicialmente viveria o protagonista, Almir Sater, Sérgio Reis, Ângelo Antônio e Marcos Winter.
Marcos Palmeira falou sobre a semelhança das tramas ao jornal O Globo de 14 de fevereiro de 1993. Ele ainda disse que fez um grande esforço para não usar novamente a expressão “ara”, característica de Tadeu.
“É inevitável a gente lembrar do Tadeu, apesar de ser grande a diferença entre os dois personagens. João é menos ingênuo, mais agressivo. Mas como Tadeu, tem um imenso respeito pelo pai. Por causa disso, ele vive no limite entre o amor e o ódio. É como se a qualquer momento o limite fosse se romper”, explicou.
Além desses elementos, Benedito usou um entrecho de Paraíso na história sua: o diabo preso na garrafa por José Inocêncio.
Na trama original, era o Coronel Eleutério (Cláudio Corrêa e Castro) que fazia isso.