Irandhir Santos foi o grande destaque da estreia de Pantanal

29/03/2022 às 5h00

Por: Nilson Xavier
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Nilson Xavier

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Imagens belíssimas do Pantanal e fotografia deslumbrante era o mínimo que se esperava da estreia do remake da novela de Benedito Ruy Barbosa (nessa segunda, 28). A Globo não decepcionou: um colorido ímpar em tomadas de encher os olhos, revelando a beleza dessa natureza, em rios, matas, estradas de chão e bichos.

Pantanal

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O aclamado diretor de fotografia Walter Carvalho faz parte da equipe do diretor artístico Rogério Gomes (agora substituído por Gustavo Fernandez).

Ritmo incomum

Renato Goes

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A natureza falou mais alto, talvez daí o ritmo mais lento da narrativa, com o qual estamos desacostumados. Não creio que a Globo vá querer repetir as longas tomadas contemplativas da novela de 32 anos atrás, mesmo porque, o ritmo hoje em dia precisa ser outro.

Apesar de o capítulo ter iniciado com o protagonista José Leôncio criança, e terminado com ele adulto, com uma passagem de tempo, a trama focou majoritariamente na figura dele – vivido por Fred Garcia (criança), Drico Alves (adolescente) e Renato Góes (adulto) – e de seu pai Joventino, papel de Irandhir Santos.

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Pantanal

Nos últimos blocos, apareceu o núcleo da família Marruá, comandado por Maria e Gil (Juliana Pes e Enrique Diaz), introduzindo a trama desses personagens. A trama mal começou a ser contada.

Irandhir

Pantanal

Foi Irandhir Santos quem deu o ponta pé inicial e o tom da história. Reconhecidamente um grande ator, sua entrega ao personagem sobressaiu-se, com a interpretação, o trabalho corporal, a voz, e o olhar. Logicamente há também o trabalho da direção e o texto – de Benedito, revisado por seu neto Bruno Luperi.

A escolha por Irandhir Santos não poderia ter sido mais certeira. O encantamento que o velho Joventino demanda precisava de um ator à altura. Irandhir deu um show.

Outra novela, outro tempo

Nada de nudez na estreia, menos ainda na abertura, que limitou-se a uma profusão de belas imagens de natureza. Maria Bethânia imprime nova majestade ao clássico de Marcus Viana na abertura. É outro tom, condizente com a nova produção, que é outra novela, de outro tempo.

A trilha sonora, aliás, já muito bem pontuada.

As diferenças com a produção da TV Manchete serão muitas, porque a televisão e o público mudaram demais em 32 anos.

Quem procurar no remake o que guardou em sua memória afetiva corre o risco de se decepcionar.

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