Buracos: 9 novelas dos anos 80 que a Globo não tem na íntegra

Corpo a Corpo

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O Globoplay promove, a cada 15 dias, resgates de novelas que marcaram época. Na coluna desta segunda-feira (21), 10 títulos dos anos 1980 que cabem no streaming e que, provavelmente, vão direto pra lá, sem passagem pelo Canal VIVA.

Explico: as tramas incluídas aqui foram preservadas, segundo apuração, apenas em versão internacional, tal qual Vereda Tropical (1984).

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Há também obras que apresentam “buracos”, algo entre um e dois capítulos perdidos em meio ao processo de digitalização, o que não compromete as narrativas, como se viu em O Bem-Amado (1973) e Roda de Fogo (1986).

Confira:

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Plumas e Paetês (1980)

Original de Cassiano Gabus Mendes, Plumas e Paetês trouxe o dilema de Marcela / Roseli (Elizabeth Savala), que usou de uma falsa identidade para fugir de Renato (José Wilker), pai do filho que esperava. Confundida com a noiva do falecido Osmar (Stepan Nercessian), ela se infiltrou na família de Bruna (Neuza Amaral) e Gustavo (José Lewgoy), despertando o interesse do “cunhado” Edgar (Cláudio Marzo).

Silvio de Abreu auxiliou Cassiano, que sofreu um infarto, neste folhetim das sete. A parceria levou ao êxito de ‘Plumas’, embalado por núcleos como o do casal Rebeca (Eva Wilma, estreando na Globo) e Gino (Paulo Goulart) – o clássico “empresária envolvida com o segurança” –, e o das manequins Amanda (Maria Cláudia), Dorinha (Mila Moreira) e Veroca (Lúcia Alves).

Ciranda de Pedra (1981)

A dissolução do casamento de Laura (Eva Wilma) e Natércio (Adriano Reys) causou o distanciamento deste e da caçula, Virgínia (Lucélia Santos). A saúde da mãe deteriorou-se enquanto a filha enfrentava a hostilidade do pai e das irmãs Otávia (Priscila Camargo) e Bruna (Silvia Salgado). A aversão de Natércio tinha razão de existir: Virgínia era fruto da relação de Laura com o médico Daniel (Armando Bógus).

Adaptação do romance homônimo de Lygia Fagundes Telles, Ciranda de Pedra marcou a estreia do autor Teixeira Filho, destaque da extinta Tupi, na Globo. A produção das seis, preservada apenas na versão internacional, contou ainda com Norma Blum em um tipo irrepreensível, o da austera governanta Frau Herta. Em 2008, Alcides Nogueira buscou elementos no livro e na novela para uma nova adaptação.

Terras do Sem Fim (1981)

Autor reverenciado em horários tardios, como o das 20h, Jorge Amado passou pela faixa das seis nesta adaptação de Walter George Durst. O foco esteve na disputa de Sinhô Badaró (Carlos Kroeber) e Horácio da Silveira (Jonas Mello) pelas matas do Sequeiro, situada entre as propriedades deles, e nas agruras de Donana (Nívea Maria) e Ester (Sura Berditchevsky), respectivamente, filha de Badaró e esposa de Horácio.

Terras do Sem Fim sofreu com a ação da Censura, temerosa quanto à sensualidade das obras de Amado – como as investidas dos trapaceiros João Magalhães (Cláudio Cavalcanti) e Virgílio (Paulo Figueiredo) sobre Donana e Ester. O título contou com apenas 91 capítulos; a coluna desconhece o número de episódios da edição internacional armazenada pela emissora.

Elas por Elas (1982)

O desejo de Márcia (Eva Wilma) de reencontrar as amigas dos tempos de colégio deflagrou a ação de Elas Por Elas, clássico das sete. O grupo incluía Helena (Aracy Balabanian) e Adriana (Esther Góes), cujos filhos foram trocados na maternidade; Natália (Joana Fomm), interessada em descobrir a responsável pela morte do irmão; e Wanda (Sandra Bréa), amante do marido de Márcia.

Marlene (Mila Moreira) e Carmem (Maria Helena Dias) completavam o time de protagonistas de Cassiano Gabus Mendes, que, quando ofereceu uma pequena participação ao cunhado Luís Gustavo, não esperava que ele fosse dominar a cena. O detetive Mário Fofoca rendeu uma série e um filme, que, lamentavelmente, passaram longe do sucesso da trama…

Final Feliz (1982)

O sumiço de César Brandão (Roberto Maya) deixou Maria Luiza (Lilian Lemmertz) e as filhas, Débora (Natália do Vale) e Suzy (Lídia Brondi), à beira da falência. Enquanto a viúva redescobria o amor com Wagner (Walmor Chagas), Débora fugia das investidas do primo Rodrigo (José Wilker). Já Suzy subiu ao altar com Paulo (Buza Ferraz), que, por causa de uma troca de exames, acreditava ter pouco tempo de vida.

Final Feliz marcou a chegada de Ivani Ribeiro à Globo – a única obra inédita da autora na emissora. O bom desempenho às 19h pode ser atribuído também à popularidade de figuras como Rafael (Irving São Paulo), Mestre Antônio (Stenio Garcia) e Dona Sinhá (Elza Gomes). A versão internacional fez sucesso em países como Itália, onde foi reapresentada há pouco tempo.

Transas e Caretas (1984)

Com Transas e Caretas, Lauro César Muniz propôs discussões sobre passado e futuro a partir das personalidades distintas de Jordão (Reginaldo Faria) e Tiago (José Wilker), herdeiros de Francisca Moura Imperial (Eva Wilma). A milionária articulou um plano para que os dois criassem responsabilidade. Foi quando Marília (Natália do Vale), encarregada de seduzir um deles, acabou fisgando os dois!

A narrativa permitiu ousadias como o robô Alcides (Quinzinho), que executava as tarefas de Tiago. No elenco, Aracy Balabanian, Christiane Torloni, Jece Valadão, José de Abreu, Lady Francisco, Lídia Brondi, Paulo Betti, Paulo Goulart, Renata Sorrah e Zezé Motta. Embora bem-sucedido, o folhetim das sete acabou ofuscado pela antecessora, Guerra dos Sexos (1983), e a sucessora, Vereda Tropical (1984).

Corpo a Corpo (1984)

A paixão de Tereza (Glória Menezes) por Osmar (Antonio Fagundes) implicou no plano diabólico que o afastou da esposa, Eloá (Débora Duarte). Eis que Raul (Flávio Galvão), o mesmo capetinha que a enfermeira criou para separar o casal de engenheiros, acabou por enredá-la em outra armação: a que colocou Alfredo Fraga Dantas (Hugo Carvana) em risco, após o envolvimento dele com a arrivista Lúcia Gouveia (Joana Fomm).

Gilberto Braga considerava Corpo a Corpo um de seus melhores folhetins. Discussões sobre racismo e machismo, a partir dos casais Cláudio (Marcos Paulo) e Sônia (Zezé Motta) e Bia (Malu Mader) e Rafael (Lauro Corona), dividiram espaço com o enredo policial. A edição internacional soma mais capítulos que a original, exibida às 20h; porém, com tempo de arte reduzido.

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Ti-Ti-Ti (1985)

Rivais desde a infância, André (Reginaldo Faria) e Ariclenes (Luís Gustavo) seguiram rumos opostos. Até que Ari, ao descobrir que o desafeto prosperava na alta costura, usando do codinome Jacques Leclair, enveredou pelo mesmo caminho. Ele assumiu a identidade de Victor Valentim, costureiro que habitava as lembranças de Cecília (Nathalia Timberg), responsável pelos modelitos – e, coincidentemente, mãe de André.

Ti-Ti-Ti foi outro sucesso de Cassiano Gabus Mendes às 19h. Na compactação para o mercado internacional, a produção perdeu em número de episódios, mas ganhou na duração – acompanhei tal versão anos atrás, por meio de uma comunidade no Orkut. A novela trouxe também a paixão “Romeu e Julieta” de Luti (Cássio Gabus Mendes) e Val (Malu Mader), filhos de Ari e André.

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Mandala (1987)

A profecia de Argemiro (Marco Antônio Pâmio) fez Laio (Taumaturgo Ferreira) sumir com o filho dele e de Jocasta (Giulia Gam). Anos depois, Édipo (Felipe Camargo) cumpriu o previsto: apaixonou-se pela mãe (Vera Fischer) e, num acidente, deu fim ao pai (Perry Salles). Além disso, o paranormal estabeleceu um conflito de forças com o guru que selou seu trágico destino (Carlos Augusto Strazzer).

Dias Gomes e Marcílio Moraes dividiram os roteiros de Mandala, também afetada pela Censura. Por fim, a adaptação da tragédia grega Édipo Rei, de Sófocles, ganhou ares de comédia graças a Tony Carrado (Nuno Leal Maia), que chamava Jocasta de “minha deusa” – uma referência à trilha dela, O Amor e o Poder, de Rosana. O título também ficou marcado pela paixão de Vera e Felipe na “vida real”.

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