7 novelas que mostram que a Record pode muito mais do que entrega hoje

Prova de Amor - Lavínia Vlasak e Marcelo Serrado

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Desde 2015 dedicando-se às novelas bíblicas, a Record TV vem perdendo audiência a cada produção, o que já demonstra um desgaste no gênero. Para piorar, a direção de dramaturgia de Cristiane Cardoso, filha de Edir Macedo, tem causado desconforto nos bastidores, questionando assim o seu poder sobre as novelas da emissora e o foco na ideologia religiosa da IURD dentro das tramas.

O maior dissabor é o afastamento de profissionais que já fizeram a dramaturgia da Record se destacar no passado recente, quando a emissora decidiu investir pesado para bater de frente com a Globo, contratando para seus quadros novelistas do naipe de Lauro César Muniz e Marcílio Moraes.

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Relaciono 7 novelas da fase de ouro da Record TV, da época em que a emissora entregava produções muito superiores às atuais bíblicas. A lista inclui Prova de Amor, que estreava em 24 de outubro de 2005.

Confira:

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Prova de Amor (2005-2006)

Com estética e elementos típicos das novelas globais, Prova de Amor conquistou boa parte dos telespectadores da Globo que rejeitaram a proposta ousada da novela Bang Bang, concorrente no horário na época. Foi como se o público tivesse encontrado na Record uma tradicional novela das sete que não estava vendo na Globo naquele momento.

No elenco, Vanessa Gerbelli, como a vilã Elza, merece citação. A trama apresentava um festival de clichês folhetinescos, com inspirações vindas de várias fontes. O autor Tiago Santiago atirou para todos os lados e acertou em cheio. O elenco bonito e a estética solar contribuíram para conquistar o telespectador.

Chamas da Vida (2008-2009)

Com temas polêmicos – como Aids, aborto e o uso incorreto da Internet – Chamas da Vida é considerada uma das melhores novelas de Cristianne Fridman – se não a melhor!

Na trama, a adolescente Vivi (Letícia Colin) engravida após ser estuprada pelo pedófilo Lipe (André Filippi Di Mauro), que conheceu em uma sala de bate-papo na Internet. Com as polêmicas, a novela cresceu no Ibope e chegou a obter a liderança em alguns momentos. Também um grande destaque para Lucinha Lins, como a vilã Vilma.

Poder Paralelo (2009-2010)

Trama policial sobre máfia italiana e narcotráfico na América do Sul. Em minha opinião, a melhor novela de Lauro César Muniz na Record – apesar de todos os percalços pelas quais passou, como doença do autor, gravidezes de atrizes, espichamento e constante mudança de horários de exibição.

Destaque para o trio de protagonistas, vivido por Gabriel Braga Nunes, Paloma Duarte e Marcelo Serrado.

Vidas Opostas (2006-2007)

Eletrizante trama de Marcílio Moraes, a considero a melhor das novelas da Record (fase IURD).

Diferente da Globo, que mostrava um Rio de Janeiro glamoroso nas novelas de Manoel Carlos, a intenção de Vidas Opostas, era a contrária: apresentar a cidade como ela realmente é, com seus problemas sociais, marcados pela pobreza e violência, em contraste com a camada mais rica da população. E, por conta disso, a novela não escapou da acusação de fazer apologia à violência.

O elenco sensacional mostrou o talento de Heitor Martinez (como o bandido Jacson) e Marcelo Serrado e Lavínia Vlasak (como o casal de vilões Denis Nogueira e Erínia). O romance dos mocinhos também cativou, com Léo Rosa e Maytê Piragibe (Miguel e Joana), e Lucinha Lins e Nicola Siri (Íris e Bóris).

Essas Mulheres (2005)

Marcílio Moraes adaptou três romances clássicos de José de Alencar e apresentou uma trama cativante, aproveitando todo o investimento da Record na melhor fase de expansão de sua dramaturgia. Direção segura (de Flávio Colatrello e equipe), belíssima reconstituição de época e um nível técnico comparado às melhores produções da Globo.

Apesar da audiência considerada morna, Essas Mulheres teve o reconhecimento da crítica e deu margem a grandes interpretações – como o vilões Lemos (Paulo Gorgulho) e Adelaide (Adriana Garambone), e o charme das três protagonistas, vividas com segurança por Christine Fernandes (Aurélia), Carla Regina (Maria da Glória/Lúcia) e Myrian Freeland (Mila).

A Escrava Isaura (2004-2005)

A campeã de reprises da Record é uma espécie de coringa da emissora – sempre dá uma levantada no Ibope nos repetecos. Produção caprichada, direção segura e o apelo da história da sofredora escrava branca – uma trama hoje bastante questionável, diga-se de passagem.

Foi com essa produção que a Record passou a investir pesado em contratações de elenco e profissionais da Globo, na tentativa de não somente tirar o segundo lugar no Ibope do SBT (o que conseguiu) como também enfrentar de igual para igual a Globo, dando início a um período de aquecimento no mercado e maior pulverização da audiência.

Vidas em Jogo (2011-2012)

Talvez a última grande novela da Record (excluindo as bíblicas) – e lá se vão dez anos. Apesar da longa duração (243 capítulos), a autora Cristianne Fridman soube despertar a atenção do público promovendo reviravoltas, pontuando a novela com momentos chave ao longo dos onze meses em que esteve no ar.

O sonho do enriquecimento com um prêmio da loteria e o mistério de um serial killer pontuaram a história bem costurada pela autora. De quebra, grandes momentos de Beth Goulart (como Regina) e Denise Del Vecchio, vivendo uma personagem ousada para os padrões da Record (hoje em dia, impensável nas novelas da emissora): a transexual Augusta.

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