7 novelas das nove que dificilmente voltarão no Vale a Pena Ver de Novo
20/05/2022 às 13h00
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Encerrando a proposta de listar as novelas que dificilmente serão escaladas para o Vale a Pena Ver de Novo da Globo (iniciada nas duas últimas semanas com as produções das 18 e das 19 horas), vamos às tramas do horário das nove.
Das 18 novelas da faixa nos últimos 10 anos, 4 já foram reprisadas (Fina Estampa, Avenida Brasil, Império, A Força do Querer), mas nada impede que voltem.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Sete delas, vejo possibilidade de serem reprisadas: Insensato Coração, Salve Jorge, Amor à Vida, O Outro Lado do Paraíso, Segundo Sol, A Dona do Pedaço e Amor de Mãe.
As sete restantes, acho praticamente impossível de voltarem. Confira:
LEIA TAMBÉM:
● Não merecia: rumo de personagem desrespeita atriz de Mania de Você
● Sucesso da reprise de Alma Gêmea mostra que Globo não aprendeu a lição
● Reviravolta: Globo muda rumo da maior tradição do Natal brasileiro
Babilônia (2015)
Problemática novela de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, com rejeição do público e controvérsias envolvendo políticos evangélicos que se revoltaram com um beijo protagonizado por Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg no primeiro capítulo.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A trama teve o pior desempenho de uma novela das nove até então. Quando se esperava 35 pontos, a luta, em alguns dias, era para chegar aos 20, conseguindo ser menos vista que as novelas das seis e das sete da época.
“A situação estava catastrófica. A audiência no Brasil inteiro era calamitosa. É uma decepção muito grande. Escrevo achando que está bom e na Bahia e em Goiás dou 12 de audiência”, contou Gilberto Braga ao jornal O Globo de 31 de maio daquele ano.
Em Família (2014)
O autor Manoel Carlos prometeu um novelão para encerrar a saga das suas Helenas. Porém, logo no início, diante da baixa audiência, a direção preferiu editar os capítulos para dar mais agilidade à trama. A segunda fase foi bem, mas Maneco se perdeu em sua novela editada.
Sem frente de capítulos, quando a história entrou na terceira e definitiva fase, Em Família perdeu o ritmo das duas fases anteriores. Foi quando a audiência despencou ante uma trama lenta, que não fazia questão de prender o público na frente da TV, pouca ação e ausência de bons ganchos.
A novela terminou com audiência baixa para os padrões da época: média final de 30 pontos na Grande SP, a menor da história no horário até então. E, no geral, repercutiu mal nas redes sociais.
A Regra do Jogo (2015-2016)
A missão da novela de João Emanuel Carneiro era das mais difíceis: levantar a audiência combalida com o mau desempenho de Babilônia, a produção anterior, e estancar a fuga de público que preferiu o escapismo de Os Dez Mandamentos, na concorrente Record TV. Mas não aconteceu.
Em seu início, enfrentou o estranhamento do público, ante uma trama confusa, e rejeição por ser, novamente, uma história com favelas e calcada na realidade (como Babilônia).
Com o fim de Os Dez Mandamentos, a trama da Globo só foi deslanchar de verdade em seus últimos meses. Mas pouco adiantou: fechou na Grande SP com uma média final acima dos 28 pontos no Ibope, superando Babilônia mas perdendo para as anteriores.
Velho Chico (2016)
O ritmo lento da narrativa de Benedito Ruy Barbosa e a estética crua do diretor Luiz Fernando Carvalho afastaram os espectadores. A audiência na faixa das nove da noite continuava em crise.
Porém, o dissabor maior foi a morte do ator Domingos Montagner, que vivia o protagonista. A novela ficou marcada pela tragédia, lamentavelmente.
Na tarde do dia 15 de setembro de 2016 (faltando 2 semanas para acabar a novela), Montagner e Camila Pitanga foram nadar no Rio São Francisco, na região de Canindé de São Francisco, em Sergipe. Camila conseguiu escapar da forte correnteza, mas Domingos não teve a mesma sorte. Quatro horas depois, seu corpo foi encontrado, sem vida. O ator tinha 54 anos de idade.
A Lei do Amor (2016-2017)
Os problemas já começaram na primeira fase, que se revelou desnecessária e só serviu para confundir o público. Outro problema: elenco inchado com muitos atores jovens e desconhecidos do público, o que causava confusão na hora de ligar os vários núcleos.
Com a baixa repercussão, veio o enxugamento da história e elenco, com a saída de personagens para que a trama ficasse mais objetiva. E no afã de ajustar a obra ao gosto da audiência, aconteceu o pior: a mudança de personalidade de vários personagens.
A novela de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari acabou amargando o segundo pior Ibope das novelas das nove da Globo até então, com uma média final de 27 pontos na Grande SP, perdendo apenas para Babilônia.
O Sétimo Guardião (2018-2019)
O retorno de Aguinaldo Silva ao realismo fantástico não foi satisfatório. O que se viu foi um claro desentendimento entre o que o autor queria fazer e que foi feito pela direção.
Mais do que a audiência abaixo da mínima esperada, a novela, se repercutiu foi negativamente, repleta de polêmicas de bastidores: o processo movido contra o autor pelo aluno que reivindicava a coautoria da novela; o figurante que passou mal durante uma gravação e veio a óbito; desentendimentos entre atores do elenco; e a fofoca de um suposto caso extraconjugal do ator José Loreto, que ganhou proporções gigantescas e acabou batizada de Surubão de Noronha.
A novela culminou com o fim do contrato exclusivo que Aguinaldo Silva tinha com a TV Globo, depois de 41 anos de serviços prestados à emissora.
Um Lugar ao Sol (2021-2022)
As qualidades da novela de Lícia Manzo eram inegáveis, da direção ao elenco bem escalado e o texto, com diálogos ricos, tramas de dilemas humanos, personagens de várias camadas e discussões de interesse da sociedade.
Apesar disso, a obra amargou o título de pior audiência da história na faixa – média de 22 pontos no Ibope da Grande SP, superando o recorde negativo de Babilônia.
Sete fatores que ajudam a explicar a rejeição do público: ressaca da pandemia; negligência da emissora na divulgação da novela; ter ido ao ar já totalmente escrita; falta de alívio cômico; o espichamento, que causou uma edição maluca dos capítulos; o texto sem apelo popular; e a perda de qualidade na trama de sua metade em diante.