Em sua trajetória de décadas, a Globo acumula muitos sucessos, mas também teve alguns revezes. Nesse meio tempo, a emissora acabou sendo processada por profissionais que ficaram insatisfeitos com situações ou decisões da emissora.
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Confira seis exemplos na lista:
Ivanilo Raimundo da Silva (Gaúcho)
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Nos primeiros anos do Domingão do Faustão, um membro da equipe ficou famoso por não gostar das piadas do apresentador. Calado e sisudo, Ivanilo Raimundo da Silva, o Gaúcho, era o alvo preferido de Faustão.
Chamado de “corno”,” tarado do asfalto”, “gaúcho do armário”, “mais antigo câmera da América Latina”, “galã de velório”, entre outros, Ivalino virou um personagem do programa. Na hora do quadro As Gatinhas do Faustão, também ouvia as piadas e uma trilha sonora que ia de Maysa a Agostinho dos Santos.
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Em 1995, o câmera finalmente perdeu a paciência e processou a Globo e o apresentador, pedindo uma indenização de um milhão de reais por danos morais e materiais. Na época, o câmera afirmou não reclamar por temer represálias.
A Globo recorreu alegando que não houve desrespeito aos direitos individuais do câmera e que ele teria autorizado o uso de sua imagem. Em 2003, o STF manteve a condenação. Enquanto isso, o antigo câmera gaúcho não foi visto por muitos anos, conquistando o anonimato que sempre quis. No entanto, ele voltou a ser notícia no final de 2020, quando foi anunciada sua morte, aos 81 anos.
Dercy Gonçalves
Uma das primeiras estrelas da Globo, Dercy Gonçalves foi demitida pela emissora mesmo após o sucesso de seus programas, como Dercy Espetacular. Banida de aparecer nos programas da casa por muito tempo, ela entrou com um processo.
Quando foi demitida, ela ganhava 80 mil cruzeiros por mês, sendo um dos maiores ordenados do canal (o salário mínimo era 156 cruzeiros). Ela venceu o processo e ganhou uma verdadeira fortuna (4 bilhões de cruzeiros).
“De repente, quiseram enforcar a rainha, com o nome de Dercy Gonçalves proibido de ser usado em qualquer rede de TV, mas eu tenho um fôlego de sete gatos, aí é que se deram mal”, explicou ao Jornal do Brasil de 27 de abril de 1980, quando estava na Bandeirantes, onde fez sua primeira novela, Cavalo Amarelo.
A atriz voltou para a emissora somente nos anos 1980, convidada para participar de novelas, como Que Rei Sou Eu? (1989) e Deus nos Acuda (1992), além de humorísticos e do quadro Jogo da Velha, do Domingão do Faustão. Anos mais tarde, fechou um contrato vitalício com o SBT.
Tânia Lamarca
A roteirista (e depois cineasta) Tânia Lamarca processou a Globo alegando que a novela O Outro (1987), de Aguinaldo Silva, teria sido inspirada em “Enquanto Seu Lobo Não Vem”, sinopse escrita por ela e Marilu Saldanha e deixada na Casa de Criação Janete Clair, que, à época, recolhia sinopses para análises da Globo.
Tânia pediu indenização de 12 milhões de reais (valores de 2009). Em 1994, o Supremo Tribunal Federal obrigou a Globo a indenizá-la. As duas partes entraram em acordo e Tânia embolsou 3 milhões. Com o dinheiro, ela produziu, em 1997, o filme Buena Sorte. Foi a partir daí que a Globo passou a proibir qualquer funcionário de receber sinopses de autores que não sejam da emissora.
Cláudia Rodrigues
Humorista de sucesso nos anos 1990 e 2000, participando de diversos programas da Globo como Zorra Total e Sai de Baixo, Cláudia Rodrigues ganhou sua própria atração em 2004. Na série A Diarista, exibida até 2007, ela vivia a protagonista Marinete.
Cláudia começou a sofrer consequências da esclerose múltipla, descoberta em 2000, após sentir uma dormência no braço durante uma peça de teatro. A partir daí, ela ainda fez mais algumas participações em programas da casa, como Zorra Total e Casseta & Planeta, Urgente!, mas acabou tendo sua carreira na televisão seriamente afetada.
Claudia foi desligada da Globo em abril de 2015, entrando com um processo judicial contra a emissora. Venceu a ação e foi recontratada em 2018. Além disso, teve que receber os salários referentes aos anos em que esteve fora da emissora.
Cleber Schettini do Rosário
Em 2020, a Globo foi condenada a pagar R$ 3,2 milhões de indenização para seu ex-cinegrafista Cleber Schettini do Rosário, que trabalhou na emissora durante 46 anos. Após deixar o canal, em fevereiro de 2018, o profissional entrou com uma ação pedindo horas extras e outros direitos trabalhista referentes ao tempo de trabalho na empresa, que já foi condenada em duas instâncias.
De acordo com detalhes do processo, a defesa do cinegrafista alegou que ele fazia horas extras e tinha jornada noturna, aos domingos, mas que não recebia os pagamentos totais pelo trabalho. Além disso, Schettini não batia ponto e tinha jornada flexível, o que foi confirmado pela própria Globo. Ele também reclamou que tinha um intervalo de apenas 30 minutos.
Kaio Cezar
Famoso nacionalmente por pedir demissão ao vivo durante uma edição do Globo Esporte do Ceará, Kaio Cezar ganhou um processo contra a emissora, a afiliada TV Verdes Mares, a TV Diário e a Rádio Verdes Mares.
O Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região de Fortaleza (CE) determinou, em 2019, que o jornalista deveria receber R$ 2 milhões pela causa, que incluía salários não pagos, além de assédio e danos morais.