André Santana

As novelas da Globo não estão em sua melhor fase. A emissora, uma referência na produção de folhetins, vem acumulando mais erros do que acertos, sobretudo na fase após o período mais crítico da pandemia da Covid-19.

Deborah Secco como Lara em Elas por Elas
Lara (Deborah Secco) em Elas por Elas (Reprodução / Globo)

Entre 2021 e 2023, o canal apostou em novelas que se revelaram grandes fiascos e deram uma enorme dor de cabeça à sua direção, como foi o caso do remake de Elas por Elas.

Confira abaixo seis novelas recentes que a Globo se arrependeu amargamente de ter feito:

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Nos Tempos do Imperador

Nos Tempos do Imperador - Leticia Sabatella e Selton Mello
Leticia Sabatella e Selton Mello em Nos Tempos do Imperador (João Miguel Júnior / Globo)

Primeira novela das seis inédita após a pandemia, Nos Tempos do Imperador (2021) gerou inúmeros problemas para a Globo. Exibida com praticamente todos os capítulos gravados, a trama amargou baixos índices de audiência e teve vários problemas nos bastidores.

A novela foi duramente criticada por reforçar estereótipos já superados, chegando a trazer um diálogo no qual um homem negro fala em “racismo reverso” (o que não existe). Além disso, ao final da trama, um grupo de atrizes denunciou o diretor Vinicius Coimbra, acusando-o de atos racistas. Ele acabou dispensado pela emissora.

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Um Lugar ao Sol

Um Lugar ao Sol - Alinne Moraes, Andréia Horta e Cauã Reymond
Alinne Moraes, Cauã Reymond e Andréia Horta em Um Lugar ao Sol (Divulgação / Globo)

A Globo também não foi feliz com sua primeira novela das nove inédita depois da pandemia. Assim como Nos Tempos do Imperador, Um Lugar ao Sol (2021) também foi ao ar com todos os capítulos gravados, o que impediu a autora Lícia Manzo de promover alterações.

A saga dos gêmeos Christian e Renato, vividos por Cauã Reymond, amargou a pior média de audiência do horário nobre da Globo. O público não se envolveu com a trama e, como ela já estava toda gravada, a emissora não teve como “consertá-la”. Foi um desastre.

 

Travessia

Lucy Alves
Lucy Alves em Travessia (Reprodução / Globo)

Após o fiasco de Um Lugar ao Sol, a Globo emplacou o sucesso Pantanal (2022). Na tentativa de segurar o público conquistado, o canal fez uma troca: Todas as Flores (2022), que seria sua substituta, foi realocada no Globoplay, e Travessia (2022) teve sua produção adiantada.

A direção da Globo acreditava que a história de Gloria Perez tinha mais apelo popular e melhores condições de manter o sucesso de Pantanal. Mas não foi o que aconteceu. O público rejeitou a história de Brisa (Lucy Alves) e não houve maneira de fazer a audiência subir.

Já Todas as Flores fez sucesso no Globoplay e na exibição em TV aberta em 2023…

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Cara e Coragem

Cara e Coragem - Marcelo Serrado e Paolla Oliveira
Marcelo Serrado (Moa) e Paolla Oliveira (Pat) em Cara e Coragem (Reprodução / Globo)

Após o sucesso de Pega Pega (2017), Claudia Souto voltava à faixa das sete com Cara e Coragem. Mas a história que mesclava a vida dos dublês com um mistério sobre uma fórmula secreta foi rejeitada de cara pelo público.

Com mistérios demais e trama de menos, Cara e Coragem não envolveu os espectadores. Além da baixa audiência, a novela ainda amargou baixíssima repercussão. Simplesmente ninguém falava sobre a trama.

Elas por Elas

Protagonistas de Elas por Elas
Protagonistas de Elas por Elas (divulgação/Globo)

Com o sucesso de Pantanal, a Globo resolveu continuar apostando em remakes. Thereza Falcão e Alessandro Marson, então, propuseram uma nova versão de Elas por Elas (1982), um clássico da faixa das sete criado por Cassiano Gabus Mendes.

Mas a novela foi escalada para o horário das seis, o que já causou estranhamento no público. Além disso, a saga das sete amigas que se reencontram não empolgou e vem amargando os piores índices de audiência da história do horário.

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Fuzuê

Giovana Cordeiro e Marina Ruy Barbosa em Fuzuê
Giovana Cordeiro e Marina Ruy Barbosa em Fuzuê (Divulgação / Globo)

Novela com caça ao tesouro não costuma dar certo. O fiasco de O Mapa da Mina (1993) e Negócio da China (2008) poderia ter servido como aprendizado à Globo. Mas não, o canal resolveu apostar em mais uma novela sobre o assunto e se deu mal.

Fuzuê derrubou a faixa das sete, que estava em alta após o sucesso de Vai na Fé. O público considerou a história da caça ao tesouro cansativa e repetitiva, abandonando a produção. A Globo fez de tudo para salvar a novela, mas não conseguiu.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor