Muitas vezes, um personagem ou um núcleo de uma novela faz tanto sucesso que acaba ganhando uma produção própria.

A prática, conhecida como spin-off, é comum nos Estados Unidos e já foi feita pela Globo em diversas ocasiões, com tramas paralelas ganhando vida em novas atrações. No entanto, nem sempre o sucesso é mantido.

Confira na lista abaixo:

Shazan, Xerife & Cia

Flavio Migliaccio e Paulo Jose

O primeiro spin off da Globo data de 1972 – os personagens Shazan (Paulo José) e Xerife (Flávio Migliaccio), criados por Walther Negrão na novela O Primeiro Amor, fizeram tanto sucesso que ganharam seu próprio seriado.

Shazan, Xerife & Cia foi produzida entre 26 de outubro de 1972 e 1º de março de 1974, com autoria do próprio Negrão.

A série, que também fez sucesso e foi relembrada no show de 50 anos da emissora, teve 66 episódios. Os personagens viviam aventuras a bordo da camicleta, veículo que funcionava como mistura de bicicleta e caminhão.

Os personagens voltaram a aparecer especialmente na novela Era Uma Vez (1998), do mesmo autor.

O Bem-Amado

Lima Duarte e Paulo Gracindo

Em 1980, foi a vez de O Bem-Amado se transformar em seriado, em versão homônima que estreou em 22 de abril daquele ano.

A primeira novela colorida da história da Globo deu origem à série, também escrita por Dias Gomes e dirigida por Régis Cardoso.

O autor dizia que o seriado não era uma continuação da novela, mas a produção contava com os principais personagens. Voltaram à cena o lendário prefeito Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo), seu assistente Dirceu Borboleta (Emiliano Queiroz) e duas das três irmãs Cajazeiras – Judicéia (Dirce Migliaccio) e Dorotéia (Ida Gomes), entre outros. Até Zeca Diabo (Lima Duarte) participou de alguns episódios.

Dias Gomes

Novos personagens foram criados para substituir outros que não puderam atuar na trama – a delegada Chica Bandeira (Yara Cortes) entrou no lugar de Donana Machado, já que Zilka Salaberry estava no Sítio do Picapau Amarelo; também surgiu Zuzinha, uma nova irmã Cajazeira, em substituição a Dorinha Duval, que havia assassinado seu então marido, Paulo Sérgio Alcântara, naquele mesmo ano.

Em depoimento ao projeto Memória Globo, o diretor Régis Cardoso disse que “a diferença básica entre a novela e o seriado era que o segundo permitia a crítica de temas da atualidade, o que não é tão fácil em uma novela que tem um enredo muito longo. Em termos de direção, o seriado tinha uma abordagem mais cinematográfica, com um uso mais maleável da câmera”.

Em novembro de 1983, Dias Gomes sofreu um duro golpe com o falecimento de sua esposa, Janete Clair, e teve que assumir a supervisão da novela Eu Prometo, que continuou a ser escrita por Glória Perez. O Bem-Amado acabou prejudicada e, em 1984, se tornou mensal, para que o autor suportasse a carga de trabalho.

A produção foi cancelada no final deste mesmo ano, saindo do ar em 9 de novembro, também com grande sucesso e episódios gravados em Washington, Paris e Roma, entre outras cidades.

Mário Fofoca

Luis Gustavo

O personagem Mário Fofoca, de Luis Gustavo, obteve tamanho êxito na novela das sete Elas por Elas (1982) que ganhou vida própria em um seriado exibido nas tardes de domingo pela Globo.

Mário Fofoca foi exibida entre 13 de março e 3 de junho de 1983, mostrando as aventuras do detetive confuso e desastrado, que solucionava seus casos das maneiras mais inusitadas possíveis e utilizava sempre o mesmo terno quadriculado.

O episódio de estreia foi escrito pelo autor da novela, Cassiano Gabus Mendes, e a direção da série foi de Régis Cardoso.

Mas a produção não decolou e logo foi cancelada. Ainda em 1983, chegou ao cinema, em As Aventuras de Mário Fofoca, de Adriano Stuart.

Em 2010, o personagem foi revivido pelo próprio Luis Gustavo e incluído no remake de Ti-Ti-Ti, apesar de não fazer parte da trama original.

Juba & Lula

Juba e Lula

Desde a extinção da série Armação Ilimitada, em dezembro de 1988, Kadu Moliterno e André di Biase ensaiavam reviver os “heróis nacionais” Juba e Lula.

Alguns meses depois, nascia um novo projeto. Juba & Lula estreou em 5 de junho de 1989, dia do Meio Ambiente, às 17h, ocupando o espaço da Sessão Aventura.

No entanto, a atração chegou ao fim cerca de um mês após a estreia, em 28 de julho do mesmo ano, em razão do alto custo da produção e da audiência aquém das expectativas.

Detentores da marca, Kadu Moliterno e André di Biase tentaram levar o projeto para outro canal. Chegaram a conversar com SBT e Band e quase se acertaram, então em parceria com uma produtora independente, com a Manchete – que queria Kadu em Pantanal (1990) e os heróis nacionais em horário nobre, semanalmente, nos moldes do Armação Ilimitada. No entanto, a empreitada ficou por isso mesmo.

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Lara com Z

Susana Vieira

Mais recentemente, em 2011, a Globo produziu a série Lara com Z, protagonizada por Lara Romero (Susana Vieira), uma das principais personagens de Cinquentinha (2009), ambas produções assinadas por Aguinaldo Silva.

Exibida entre 7 de abril e 7 de julho de 2011, o seriado foi escrito especialmente em homenagem à protagonista, que, na trama, depois de batalhar para ficar com os negócios da família, se dedica mais à carreira de atriz, produzindo um filme.

A série, no entanto, não teve grande audiência e ficou apenas na primeira temporada, com 14 episódios.

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