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As tardes do SBT estão padecendo com mudanças que, até o momento, não embalaram a audiência. Após a suspensão do Roda a Roda Jequiti e o cancelamento do SBT Notícias, a faixa passou a contar com Bom Dia & Cia, Casos de Família e Fofocalizando.
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Tais atrações, nesta primeira semana de grade “nova”, 28 de fevereiro a 4 de março, seguiram em baixa.
O período vespertino do canal de Silvio Santos já contou com programas mais inspirados. E de muito sucesso… Nesta coluna, resgato cinco formatos que fizeram a alegria de quem acompanha o SBT desde tempos mais auspiciosos, especialmente quanto à criatividade e aos números.
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Programa Livre
Entre 1991 e 1999, a atração de Serginho Groisman promoveu entrevistas com personalidades e apresentações musicais que levaram as tardes do SBT, muitas vezes, aos dois dígitos.
Foram muitos os momentos marcantes… Em 1992, Serginho foi ao Carandiru, semanas antes do massacre, para que a plateia de dois mil presidiários sabatinasse o diretor da casa de detenção. Quatro anos depois, a então primeira-dama Ruth Cardoso mostrou-se favorável à liberação da maconha; a fala repercutiu internacionalmente.
O Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, por sua vez, chamou um estudante de “arrogante” quando foi acusado de se eximir da “culpa” pela falta de professores em escolas públicas e pelas mortes de trabalhadores sem-terra em Eldorado do Carajás, Pará.
De Bon Jovi a Chiquititas, o Programa Livre acolheu todas as tribos e todos os ritmos, obrigando até mesmo a Globo a otimizar sua relação com os adolescentes – através do Radical Chic (1993), de triste lembrança, e Malhação (1995).
Passa ou Repassa
Quando Angélica desembarcou no SBT, a intenção de Silvio Santos era torná-la um nome tão forte aos domingos quanto ele e Gugu Liberato. A transição, do público infantil para toda a família, teve início com a edição diária do Passa ou Repassa.
A apresentadora, que já dialogava com adolescentes através de suas músicas, abdicou dos looks “menininha” e investiu em bonés, camisetas, jeans e artigos esportivos para assumir a gincana que, até aquele momento, era conduzida por Gugu nos fins de semana. O ‘Passa’, por volta das 16h, dobrou os índices do Casa da Angélica, transferido para as manhãs.
O bom momento contou também com a reformulação do TV Animal, outro título dos domingos que ganhou as tardes de segunda a sexta-feira. O papo sobre bichos, domésticos ou selvagens, incluía brincadeiras no palco e matérias externas.
Em 1996, cerca de um ano após a estreia do Passa ou Repassa com Angélica, ela atendeu ao chamado da Globo. Foi quando o game-show caiu nas mãos do estreante Celso Portiolli – o TV Animal ficou com Eliana.
A Escolinha do Golias
Em 1990, Ronald Golias voltou ao SBT após anos de Band, reencontrando o amigo Carlos Alberto de Nóbrega no velho e querido banco de A Praça é Nossa. A parceria rendeu também a versão televisiva de A Escolinha do Golias.
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O humorístico, que nasceu na TV Rio, na década de 1950, contou com 30 episódios exibidos na linha de shows. Em 1995, aproveitando o fim do formato diário da Escolinha do Professor Raimundo, na Globo, o canal de Silvio Santos decidiu reprisar as confusões de Golias, Nair Bello e a turma – “orientados” pelo professor Carlos Alberto – às 17h.
Os números cresceram consideravelmente… A Folha de São Paulo, em matéria de 2 de abril de 1995, trouxe dados sobre a audiência média da atração: 13 pontos na Grande São Paulo, praça de maior relevância para o mercado publicitário.
Foi quando A Escolinha do Golias ganhou novos episódios, com direito à retomada da aula noturna, e participação de Consuelo Leandro. O programa voltou ao vídeo em 2007, impulsionando os índices mais uma vez.
Fantasia
Grande parte das atrações do SBT nasceram da observação de formatos internacionais, especialmente por parte de Silvio Santos. Em 1997, o “patrão” buscou inspiração em um game italiano para desenvolver o Fantasia.
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A dinâmica consistia, basicamente, na distribuição de prêmios a partir da participação dos espectadores em jogos, por ligação telefônica. Entre uma brincadeira e outra, o balé – nada ensaiado – arriscava passinhos e dublagens. O Fantasia encostou na Globo logo no segundo episódio, no ar em 2 de dezembro de 1997.
“Fizemos uma festa na terça. Também, a um programa que reúne dinheiro, mulheres e ligações gratuitas, quem resiste?”, afirmou o diretor Paulo Santoro em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. O êxito determinou a extensão, a ponto do Fantasia enxotar o Aqui Agora da grade no fim de sua primeira semana no ar.
Adriana Colin, Amanda Françozo, Débora Rodrigues, Jackeline Petkovic, Tânia Mara e Valéria Balbi capitanearam o programa que, depois de um ano, passou para os domingos, sob comando de Carla Perez – o que rendeu vários memes.
Falando Francamente
Sucesso nas rádios, Sonia Abrão despontou na televisão através do SBT. A primeira oportunidade como apresentadora, contudo, veio da RedeTV!. E foi o êxito do A Casa é Sua (2000) que determinou a volta da jornalista à antiga casa…
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Em 2002, Silvio Santos contratou Sonia para o Falando Francamente, cujo formato remetia ao da concorrência: comentários sobre notícias de jornais e revistas, quase sempre a respeito de celebridades. O programa também dispunha da (modesta) estrutura de jornalismo da emissora. Mas foi com o quadro SBT 21, que resgatava momentos históricos do canal, que o ‘Falando’ ganhou impulso.
Com matérias sobre tramas mexicanas e afins, o vespertino ultrapassava os dois dígitos. As entrevistas como estrelas latinas – especialmente os envolvidos no icônico Chaves – repercutiam na “ainda menina” internet.
O Falando Francamente chegou ao fim em 2004, após ser transferido para as tardes de sábado. Nesta última fase, Sonia Abrão contava com um pequeno auditório, games por telefones, além de um quadro de namoro com o cantor Latino.